Os trabalhadores da Avibras Indústria Aeroespacial, uma empresa brasileira fabricante de equipamentos bélicos e de defesa civil, encerraram uma greve de 24 horas na última quarta-feira (22), depois de terem conseguido dois meses de estabilidade no emprego para todos os que permanecem na fábrica, além do pagamento do dia de paralisação. A proposta da empresa foi aprovada em assembleia realizada nesta terça-feira (21).
A greve foi uma resposta às demissões de 420 trabalhadores ocorridas na sexta-feira (18) e ao pedido de recuperação judicial feito pela empresa. O sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região informou que a luta pela volta de todos os trabalhadores continua, uma vez que a Avibras se recusou a cancelar as demissões.
Os trabalhadores demitidos saíram em passeata na manhã de terça-feira, como parte das ações para reverter as demissões. O sindicato ingressou com uma ação civil pública na Justiça do Trabalho para suspender todas as demissões e solicitou uma reunião com os governos federal, estadual e municipal para discutir a estatização da Avibras, que é considerada uma empresa estratégica para o país.
A Avibras é uma empresa brasileira que atua no setor de defesa e segurança, desenvolvendo e produzindo sistemas e equipamentos militares avançados, como mísseis, foguetes, veículos aéreos não tripulados e sistemas de artilharia. Existem diversas razões pelas quais a Avibras pode ser considerada uma empresa estratégica. Primeiro, ela é importante para a defesa nacional, fornecendo equipamentos e sistemas importantes para as Forças Armadas brasileiras, ajudando a proteger a soberania nacional e a garantir a segurança do país.
Segundo, a empresa possui uma equipe altamente qualificada de engenheiros e técnicos, que desenvolvem tecnologias avançadas em áreas como aerodinâmica, eletrônica, controle e propulsão. Essas tecnologias são essenciais para a produção de equipamentos militares eficazes e confiáveis.
Ainda, a Avibras é reconhecida internacionalmente como uma das principais empresas do setor de defesa na América Latina. A empresa já exportou seus produtos para vários países, incluindo Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Malásia.
Ainda, como uma empresa que já empregou mais de 1.500 pessoas em suas instalações em São Paulo e Santa Catarina em determinado momento, um projeto de impulsionamento da empresa seria importante também para gerar empregos. A empresa possui uma cadeia de fornecedores e parceiros de negócios em todo o país, contribuindo para o desenvolvimento econômico e tecnológico do Brasil.
É preciso apoiar a estatização da Avibras e defender a estatização dessas empresas como parte de uma política mais ampla de nacionalização dos principais setores da economia brasileira, sob controle estatal e popular. Desta forma, o Brasil pode ter controle de sua soberania nacional e militar. A estatização de empresas como a Embraer, Petrobrás, Eletrobrás e outras, é necessária para proteger os interesses nacionais e garantir o acesso dos trabalhadores e da população aos serviços essenciais.
Por exemplo, as privatizações de Petrobras e Eletrobras são responsáveis pelo aumento dos preços dos combustíveis e da energia elétrica, respectivamente, além de enfraquecer a soberania nacional. No caso da Embraer, é preciso se colocar absolutamente contra sua privatização, especialmente após a empresa vender parte de sua divisão de aviação comercial para a multinacional norte-americana Boeing. A empresa é estratégica para a indústria aeroespacial e de defesa do Brasil, e sua estatização seria uma forma de preservar a capacidade tecnológica e de inovação do país, bem como garantir empregos e direitos trabalhistas.
Essa privatização, assim como de outras empresas estatais, tem contribuído para o enfraquecimento da soberania nacional e para o aumento da dependência externa. Nesse sentido, a estatização da Embraer seria uma forma de proteger os interesses nacionais e de garantir o desenvolvimento econômico e social do país.
Os trabalhadores devem pressionar o governo Lula, nas ruas, para estatizar todas as empresas importantes para a economia nacional e o povo brasileiro. Lula foi eleito pelo povo em uma das eleições mais polarizadas da história. Por isso, deve se apoiar no povo para realizar um programa popular contra a direita golpista (fora e dentro do governo).