Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Apagão é bom

Estadão elogia privatização e defende a falta de luz

Imprensa golpista tenta, desesperadamente, convencer que a privatização é um bom negócio

O jornal O Estado de S. Paulo publicou um editorial tentando defender o indefensável diante da completa crise energética que tomou conta da Grande São Paulo após um temporal no último dia 3. Com o título de “A falta de luz e de bom senso” o jornal golpista tenta convencer o seu leitor de que a ENEL ter deixado milhões sem luz por dias é algo relativamente normal.

Se não é normal, já que falar isso com todas as letras é muito difícil, o Estadão ao menos quer convencer o povo de que o desastre não é culpa da privatização. E assim, no melhor estilo cínico e debochado da imprensa burguesa, ao invés de atacar os responsáveis pelo desastre, atacam os que criticaram a ENEL e a política criminosa de privatização.

Segundo o editorial, “Até a onda de desestatizações nos anos 90, no interior do País só tinha acesso à eletricidade quem tirava de seu bolso parte dos investimentos nas redes de energia. Os brasileiros com mais de 40 primaveras se lembram da época em que linhas telefônicas eram ativos valiosos que custavam cerca de mil dólares. A fila de instalação levava anos. Alguns apelavam ao mercado paralelo a custos que chegavam a 10 mil dólares.”

O Estadão, como grande defensor da política de privatizações, tenta desesperadamente convencer o povo contrariando a realidade. Ele se limita a dizer que, antigamente, não havia energia no interior do País. Mas não cita quanto nem exatamente o que teria sido feito para aumentar esse acesso. Tampouco, o Estadão mostra se o poder público poderia ou não ter garantido esse acesso. Por que não?

Os Correios, por exemplo, uma das poucos empresas estatais que ainda sobrevivem à onde de privatização, conseguiu, durante o governo Dilma chegar em todos os mais de 5 mil municípios brasileiros. Os direitistas poderiam objetar tratar-se de serviços completamente diferentes. Mas fato é que, se os Correios chegaram até lá, por que o serviço de energia não conseguiria? Além do mais, o editorial diz que antes não havia e agora há, mas não prova que esse avanço foi obra da iniciativa privada.

Sobre o serviço de telefonia, eis um argumento completamente falso. O Estadão atribui o avanço do serviço telefônico à iniciativa privada. Quer dizer então que se o Brasil não tivesse entregado a telefonia para os capitalistas estrangeiros, o povo estaria até hoje se comunicando através de telefones fixos que custavam uma fortuna? É ridículo como argumento.

O desenvolvimento tecnológico do serviço telefônico é parte de um avanço geral dessa tecnologia. O que o governo FHC – apoiado pelo Estadão – fez, foi entregar telefonia pública nas mãos da iniciativa privada para que ela lucrasse sobre um serviço que tinha um enorme potencial de desenvolvimento. Ou seja, esse desenvolvimento não foi obra da iniciativa privada, ela apenas parasitou um serviço que já estava se desenvolvendo.

O Estadão enaltece a suposta participação da iniciativa privada no desenvolvimento da telefonia, mas não diz, por exemplo, dos péssimos serviços prestados pelas empresas que geram o serviço, além dos altos preços.

“Todos os indicadores mostram que os temores em relação às desestatizações não se concretizaram e, em geral, elas acarretaram mais investimentos, produtividade, receitas, melhores serviços e preços e menos corrupção.”

Para um jornal como o Estadão, os argumentos não precisam estar de acordo com a realidade. O editorial foi escrito justamente porque a cidade de São Paulo e mais outras cidades paulistas ficaram sem luz por ao menos cinco dias, mas o Estadão tem a cara de pau de dizer que a privatização melhora os serviços e os preços.

Isso porque, notícias da própria imprensa burguesa mostrou que a ENEL cortou 36% de seus funcionários desde que assumiu o controle das operações. Outro dado que o Estadão omite é do que o número de reclamações aumentaram significativamente nos últimos anos e o tempo de espera para resolução de problemas só aumentou. Onde está o “melhor serviço”?

Sobre os preços, nem é preciso dizer nada, basta olhar a conta de luz para saber que o aumento do valor é diretamente proporcional à piora da qualidade.

“Os serviços de água e esgoto ainda são prestados quase que exclusivamente por estatais contratadas sem licitação nem metas. O fracasso é flagrante: são 35 milhões de brasileiros sem água potável e metade da população sem esgoto.”

Aqui vale a mesma lógica: quem disse que o Estado não tem condições de realizar esse serviço. O Estadão, defensor das privatizações, não mostra nada que pudesse provar o contrário. Apenas afirma que é assim porque é público. Cinicamente, o Estadão também omite que os governos são colocados numa verdadeira camisa de força, cujo nome varia entre “responsabilidade fiscal” e teto de gastos. Se há um empecilho para que serviços sejam melhor prestados, com certeza essa explicação é bem mais razoável do que alguma maldição sinistra por trás da máquina pública.

A política neoliberal, que o Estadão defende com unhas e dentes, funciona assim: primeiro, impede-se que os governos possam gastar com serviços básicos, depois cria um sucateamento proposital desses serviços para justificar a privatização, por último, entrega o serviço para algum capitalista a preço de banana.

A preocupação do Estadão com o que ocorreu em São Paulo tem a ver justamente o fato de que, deferentemente do que o editorial tenta provar, a política de privatização foi totalmente desmoralizada. Isso coloca em risco os planos da burguesia de privatizar a SABESP e outras estatais. Por isso a defesa tão agressiva do verdadeiro vexame que a ENEL promoveu em São Paulo nesse caso.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.