Ficou claro na manifestação contra Israel em São Paulo que o povo apoia o Hamas. O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, nas iniciais em árabe) tem sido o foco da campanha da imprensa golpista para justificar a política terrorista e genocida do Estado sionista na Faiza de Gaza. Em nome de combater o Hamas, os sionistas promovem as piores atrocidades na região habitada pelos árabes palestinos.
Bombardeiam hospitais e ambulâncias, usam fósforo branco e inúmeras armas proibidas pelas leis internacionais (menos se foram em favor do interesse do imperialismo), promovem uma devastação de toda uma região palestina. Transformaram uma parte significativa da Faixa de Gaza em pó, mataram mais de 10 mil cidadãos inocentes, sendo mais de 4 mil crianças, bebês e mulheres – pessoas indefesas.
Qualquer pessoa com o mínimo de civilidade não apoiaria esse tipo de barbaridade. Mas tudo isso é justificado pela imprensa através do combate ao Hamas, que é apresentado como uma organização “terrorista”, “fundamentalista” e “bárbara”. O sentido da luta do Hamas contra o Estado de Israel seria, segundo a imprensa capitalista, apenas um motivo religioso, um suposto ódio aos judeus resultante da jihad (guerra santa) que a organização defende.
Mas, por mais que o Hamas de fato defenda uma jihad, essa guerra “santa” aparece como uma oposição à brutal opressão promovida pelo sionismo na Palestina. Na realidade, a recente ofensiva da organização islâmica contra o Estado de Israel é uma política de auto-defesa. O Hamas não surgiu do nada simplesmente para atacar Israel: ele é resultado da política brutal de limpeza étnica, genocídio e repressão promovida pelos palestinos há 75 anos.
Israel é um Estado de ocupação da Palestina; um enclave imperialista para facilitar o domínio no Oriente Médio. É uma ditadura brutal exercida por sionistas majoritariamente provenientes da Europa, com apoio principal dos Estados Unidos, para oprimir o povo árabe. Toda e qualquer reação contra o Estado sionista é justificada, e o Hamas é produto da capitulação da antiga direção laica da Organização pela Libertação da Palestina (OLP) – que vergonhosamente ajuda a dominação do imperialismo através da Autoridade Palestina.
Com isso, o Hamas assumiu a direção da resistência armada palestina. E, para os palestinos, pouco importa se a organização é “fundamentalista religiosa”. Primeiro, porque os palestinos são majoritariamente devotos do islamismo e seguem de forma aguerrida os princípios religiosos nos quais acreditam. Segundo, porque o que importa, para eles, é a luta contra a ditadura nazista do sionismo que importa.
Assim, o Hamas, sendo uma organização islâmica que assumiu a frente da luta contra Israel, é a organização mais popular da Palestina – tanto é assim que ganharam as eleições de 2006, gerando uma crise que obrigou o imperialismo (e a Autoridade Palestina) a nunca mais chamarem eleições no país.
A popularidade do Hamas ficou comprovada na manifestação em São Paulo. A comunidade árabe presente – palestinos e de outros países árabes – apoiou abertamente as palavras de ordem em defesa do partido islâmico. Não só apoiou, como seus representantes foram os principais defensores da organização, como ficou claro no bloco liderado pelo Partido da Causa Operária (PCO) na manifestação.
No carro de som do bloco, foram esses árabes que defenderam de forma mais ferrenha o Hamas. Ademais, o gigantesco número de pessoas com bandeiras e camisetas da organização comprova sua popularidade. Isso levando em conta o Brasil, onde existe uma tentativa, por parte das organizações de esquerda que fazem parte da mística “organização” da manifestação.
Na Palestina, a popularidade do Hamas é ainda maior, visto que estão no centro dos acontecimentos. O ato desse sábado (4/11) enterrou a tentativa da esquerda pequeno-burguesa, em conluio com a direita, de esconder a organização que lidera a luta mais importante contra o imperialismo nas últimas décadas.