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Henrique Áreas de Araujo

Militante do PCO, é membro do Comitê Central do partido. É coordenador do GARI (Grupo por Uma Arte Revolucionária e Independente) e vocalista da banda Revolução Permanente. Formado em Política pela Unicamp, participou do movimento estudantil. É trabalhador demitido político dos Correios e foi diretor da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios)

Festival de peleguismo

Esquerda pequeno-burguesa dá vexame na questão palestina

Para defender uma política orientada pelo sionismo, parte da esquerda não quer se misturar com o PCO

Conhecer os diversos grupos da esquerda pequeno-burguesa nos faz ficar pouco surpresos com as inúmeras demostrações vergonhosas de peleguismo. Eu mesmo, que milito há cerca de 20 anos, aprendi que não há limites para os grupos da esquerda quando o assunto é capitulação política e oportunismo.

A atual questão palestina, no entanto, chama bastante atenção pelo nível que atingiu o peleguismo e o mau-caratismo.

Inventaram, ou melhor, ouviram as exigências do imperialismo e do sionismo de que não se pode defender abertamente a resistência armada palestina. Quando muito, se pode falar numa resistência abstrata.

E diante de uma exigência de gente tão poderosa, grupos que fazem propaganda de serem tão revolucionários, abaixam a cabeça, deitam no chão, se rastejam e pedem para que os sionistas limpem os sapatos nas suas costas.

Depois de servirem bem como capachos do sionismo-imperialismo-bolsonarismo, inventam argumentos para justificar essa conduta extremamente vergonhosa e humilhante. Ou melhor, não inventam, pegam os argumentos que os sionistas estão transmitindo via Rede Globo: “o Hamas é terrorista, o Hamas é machista, o Hamas não representa os palestinos, o Hamas é cria de Israel etc”. Em suma, essa esquerda, que desce de seus apartamentos de vez em quando para participar das manifestações acreditando que isso é a própria revolução brasileira, está só repetindo a propaganda mentirosa do sionismo contra, não apenas contra o Hamas, mas contra todo o povo palestino.

A propaganda contra o Hamas é o que serve como justificativa para o genocídio cometido por Israel nesse momento.

Mas para desespero dessa corja de garotos de apartamento existe o PCO. O Partido está aí para mostrar que ser revolucionário não é pensar em futilidades de classe média como falar com pronome neutro ou se descobrir “não binarie”.

O pior de tudo, o PCO mostra que não se deve aceitar as imposições do imperialismo. Se for para defender a Palestina, precisa ser coerente e defender de verdade. Se for para defender a Palestina, não adianta só falar, precisa fazer, precisa publicar panfleto, falar em toda a imprensa, denunciar, colar cartazes, adesivos, jornais, ir até o povo. Se não podemos pegar em armas agora para lutar lado-a-lado com a resistência palestina para derrotar o sionismo-imperialismo, ao menos devemos dar todo o nosso empenho em defendê-los daqui.

Com essa atitude combativa, o PCO revelou as vergonhas dessa esquerda de classe média, que não faz nada. Que tem medo de falar o que pensa para não ficar mal na fita. É uma vergonha em geral, mas é muito mais vergonhoso porque os nossos irmãos na Palestina estão dando a vida para lutar e a esquerda brasileira não tem coragem de aparecer mal na foto, tem medo que a Globo ou algum bolsonarista acuse-os de terrorismo, como estão fazendo com dirigentes do PCO.

Mas um militante de verdade deveria se perguntar: o que é uma acusação ou ameaça de um bolsonarista perto do que estão passando os irmãos na Palestina? Não é nada.

A esquerda de classe média é medrosa.

Mas ter medo é um direito de qualquer um. Ser covarde também. São direitos, mas tiram a credencial de revolucionária. Essa esquerda não tem as credenciais necessárias para se chamar de revolucionária, nem mesmo de combativa. É um peleguismo e nada mais.

O que essa esquerda não tem direito é de agir como agiu no ato desse domingo (12). Com medo de que a ação do PCO desmascarasse ainda mais a sua política pelega, uma meia dúzia de moleques, a maioria vestia adereços do PCB, fez um cordão sanitário para impedir que o PCO se misturasse com o restante da manifestação.

O PCO tinha o maior bloco do ato, o PCO era o único que tinha material em defesa da Palestina, o PCO tinha o maior carro de som no ato. O PCO ofereceu a todos os grupos que pudessem agir democraticamente, todos pudessem se expressar, ou seja, fazer de fato um ato conjunto em defesa da Palestina, onde cada um defende o que quiser. Ninguém é obrigado a defender as mesmas coisas que o PCO.

Mas a esquerda classe média, como típicos garotinhos de apartamento, se querem fazer se for do jeito dela.

Aconteceu o óbvio: o cordãozinho sanitário dos garotinhos do PCB foi rompido com um sopro.

O que fica dessa história é que a esquerda pequeno-burguesa não se conforma em ser pelega, ela quer obrigar os outros a serem pelegos como ela. Como o PCO não aceita isso, a esquerda não quer se misturar com o PCO.

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