A tradicional Escola Marxista do PCO, que é um curso de uma aula só, realizado pelos militantes do partido para agrupar os simpatizantes e discutir os temas mais interessantes da conjuntura política ou das questões teóricas mais prementes do movimento, estará de volta neste mês.
O curso é realizado em diversos lugares, inclusive onde o partido não está organizado, permitindo que o PCO se faça presente e divulgue, do ponto de vista da propaganda, as suas ideias e as suas questões programáticas mais basilares. O curso é organizado nas sedes do partido, em escolas e em universidades, que são lugares tradicionais, mas também já foi realizado em aldeias indígenas, associações de moradores, em ocupações e, até mesmo, em casas de companheiros. A ideia é que ocorram dezenas de cursos por dia, sendo ministrados, majoritariamente, pelos próprios militantes.
Muitos dos que militam, atualmente, no PCO tiveram como uma de suas primeiras – senão como sua primeira – atividades, justamente, a Escola Marxista. Ela tem um caráter agregador, precisamente, por ser um curso curto, visto que tem apenas uma aula, e por ser ministrado em grandíssima quantidade, nos mais diversos locais.
O companheiro Arthur Cesconetto, que foi professor nos cursos anteriores sobre o programa de transição e sobre o stalinismo, concedeu uma declaração para este Diário, relatando sua experiência ministrando o curso, bem como ressaltando a importância política da atividade.
“Eu acho bem interessante o esquema da Escola Marxista, porque, por exemplo, me permitiu viajar para várias cidades do sul do país; permitiu que a gente conversasse com os mais variados tipos de pessoas. Sejam pessoas que já estavam na militância, sejam pessoas que estavam participando pela primeira vez de uma atividade política; sejam pessoas que, pela primeira vez, estavam ouvindo falar alguma coisa de socialismo ou de um debate político mais aprofundado”, disse Cesconetto.
Além disso, o companheiro também ressaltou que, além do caráter agregador, também há a formação teórica dos alunos como parte do curso – visto que há todo um debate e toda uma discussão acerca do tema e que os professores, em geral, carregam consigo uma experiência militante.
“Então, eu achei bem interessante, porque o esquema da Escola Marxista é um esquema para todos os níveis. Seja para a pessoa que é bem iniciante, que pode tirar todas as dúvidas, aprender muito; como também para a pessoa que já tem um bom conhecimento, porque ela pode aprofundar este conhecimento, já que, em geral, todos os professores que estão dando as aulas são militantes do PCO há algum tempo, já participaram de alguns cursos de formação. Então, serve para todos os tipos”, disse o camarada Arthur Cesconetto.
Além do companheiro Arthur, outro camarada que deixou uma declaração a respeito da Escola Marxista para o Diário foi o Eduardo Vasco, militante do PCO em São Paulo, que já ministrou os cursos sobre o stalinismo e sobre o socialismo, tanto na cidade paulistana, quanto em Brasília.
De acordo com Eduardo Vasco, “Os militantes do PCO que ministram o curso fazem isso a partir de sua própria experiência, utilizam o que aprenderam no partido para difundir esse conhecimento de maneira organizada e centralizada. Isso demonstra como o partido revolucionário é uma verdadeira escola de quadros e de militantes políticos, uma escola da classe operária, tanto do ponto de vista prático, como teórico”.
Com isso, o companheiro ressaltou o caráter organizativo interno do curso – que é essencial para manter a coesão teórica dos militantes em torno do trotskismo, da luta pela revolução e pelo socialismo. O curso da Escola Marxista se faz essencial, na medida em que uma verdadeira militância, para ter conteúdo político e social, necessita de uma clareza teórica e de uma visão de princípios dos problemas, à luz das experiências históricas, e a Escola cumpre tal tarefa significativamente.