Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Cavalo de Tróia equatoriano

Equador, um modelo da atuação política das ONGs imperialistas

O Equador, neste caso Yaku Perez, serve como um radar para a esquerda de toda a América Latina, que deve incansavelmente denunciar essas infiltrações de ONGs como Marina Silva

O que demarca o imperialismo é organizar as finanças a partir de uma força militar sem precedentes na história. Em nenhum período anterior se viveu tamanha desigualdade econômica entre países e indivíduos, tampouco desigualdade bélica e militar. O uso da força militar na escala mundial é uma receita de manutenção do poder conhecida desde a formação de grandes impérios há milênios. Durante o império romano, por exemplo, a fórmula do “pão e circo” foi demarcada pelos próprios imperadores e amplamente divulgada por historiadores. Entretanto, o que ocorre agora é uma sofisticação dessa receita, com componentes demagógicos que se alteram de acordo com cada país, cada região do mundo.

Na América Latina, a fórmula é a colonização, ou melhor, a fórmula de colonização. De repente, o imperialismo decidiu fazer “justiça social” aos negros e aos índios. Como num passe de mágica, nas universidades, escolas e movimentos sociais, o discurso formulado dentro de incubadoras de políticas imperialistas, as ONGs, estava sendo ecoado por pessoas bem e mal intencionadas. Muitos pegaram o gancho de um discurso político mais fácil, pois a demagogia das ONGs passa pelos chamados “direitos humanos”. Outros, simplesmente viram nos “direitos humanos” um nicho de atuação política forte, capaz de impulsionar carreiristas como Marina Silva e falsos defensores de índios e de negros como Sônia Guajajara e Silvio Almeida, no Brasil. Marina participou do movimento que derrotou Arauz.

O Equador foi um dos países latino-americanos que mais avançaram em reformas aos trabalhadores na primeira década deste século. Rafael Correia promoveu uma política, embora não revolucionária, fundamental dentro de um país das proporções do Equador, considerado até então como a “República das bananas”, pelo fato da fruta ser o principal produto de exportação, antes de ser visto como grande exportador de petróleo e potencial território para o desenvolvimento. Com o desenvolvimento obtido no âmbito do que se convencionou chamar de “correísmo”, o Equador novamente passou a ser alvo de uma operação golpista. Rafael Correia recebeu sentença de prisão no Caso Suborno, tendo deixado a presidência em 2017. Desde então, o país vive intensa convulsão social, um país mestiço composto por 65% de espanhóis com ameríndios; 25% de ameríndios; 7% de brancos e 3% negros e mestiços de negros. O país tem o espanhol como língua oficial, mas existem dezenas de etnias que falam principalmente o idioma quechua.

Nos 10 anos de Correia, com uma política chamada de “Buen Vivir” (Bom Viver, em português), ONGs se implantaram no Equador de forma oportunista, aproveitando a onda de inclusão de uma classe média mestiça e indígena, para avançar outra política, a política do imperialismo de dividir o país. Nas últimas eleições foi o grande ensaio dessa política. Enquanto no Brasil o imperialismo lançava Sonia Guajajara como candidata à vice-presidente de Guilherme Boulos, pelo PSOL, em 2018, o Equador lançou logo em seguida o cosplay de índio, o Yaku Perez, que serviu para dividir a esquerda. O que este Diário e o PCO já denunciaram foi confirmado pelo prestigioso The Grayzone. Em uma série de reportagens sobre a questão dos índios no Equador, o veículo denuncia: “Como os EUA cultivaram grupos indígenas e ambientalistas no Equador para derrotar o correísmo” e “Apoiado pelos EUA, o candidato “ecossocialista” do Equador, Yaku Pérez, apoia golpes e ajuda a direita”.

Lasso não venceu as eleições no Equador somente com o poder de ser um dos homens mais ricos do país e de pertencer à Opus Dei. O que pouco se analisou foi a virada de Lasso no final. Arauz, o candidato do correísmo, além de mobilizado pelo clima das ruas, figurou no pleito como líder nas pesquisas do início do pleito até a pesquisa de boca de urna. A imprensa ficou em silêncio sobre o apoio direto e indireto de grupos ambientalistas e de índios que foram cooptados por mais de 15 anos pelo governo dos EUA. Os líderes dessas organizações oportunistas de pseudo-esquerda se beneficiaram de milhões de dólares de financiamento de frentes da CIA, como a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e o National Endowment for Democracy (NED). Juntos, formaram uma aliança de conveniência com Lasso contra o movimento correista.

Muitos índios, a fim de impulsionar o imperialismo, apoiaram abertamente o banqueiro, omitindo sua corrupção, mas atacavam a “corrupção” de Correia. Líderes de direita dentro da CONAIE, organização de índios análoga à CONIB (relações no tuite abaixo), pregara voto contra a esquerda em favor do banqueiro da Opus Dei. A decisão da CONAIE de pedir o voto nulo pode ter sido o fator mais importante para tornar Lasso o próximo presidente equatoriano. A eleição de 2021 viu um aumento maciço de votos nulos com motivação política, com 1,1 milhão a mais do que na eleição anterior, em 2017. O total de 1,76 milhão de votos nulos superou em grande parte os 420 mil que Arauz não conseguiu obter a vitória.

As ONGs “verdes” desempenharam um papel na eleição do notoriamente corrupto banqueiro neoliberal, dificilmente pode ser considerado um segredo. Yaku Pérez, o candidato presidencial por Pachakutik, gabou-se de ter derrotado Arauz. Na realidade, o candidato presidencial equatoriano Yaku Pérez apoiou golpes na Bolívia, Brasil, Venezuela e Nicarágua. A campanha de seu partido ambientalista Pachakutik, apoiado pelos EUA, supostamente de “esquerda”, é promovida por lobistas corporativos de direita.

Esse é o papel das ONGs verdes, índios e do movimento negro quilombola, que é minar a luta dos trabalhadores, dividindo a esquerda em micro-movimentos e até mesmo produzindo confusão política, como a teoria do “racismo estrutural” e da “dívida histórica”, que nada mais são que uma forma de cooptar falsas lideranças populares em troca de dividir a luta e, no caso de Arauz e Yaku Perez, os votos. Foi com essa demagogia que Sonia Guajajara foi eleita, e não o operário do PT, Vicentinho. Pérez, um líder indígena do partido Pachakutik, fingindo ser a verdadeira opção da esquerda nas eleições, atuou para criticar Arauz e o movimento correista. Toda campanha do NED e da USAID atuaram no sentido de afirmarem que Arauz não era “puro”, que era representante da corrupção correísta. Contudo, o histórico de Pérez demonstra que ele é um cavalo de Tróia, sequer pensa como a esquerda, sendo uma espécie de Ailton Krenak também, um falso xamã.

Perez recebe apoio intenso da embaixada dos EUA, o que é uma forma de atuar contra os interesses do Equador. Imediatamente após a eleição, quando o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador ainda não havia divulgado os resultados para o segundo turno, Pérez chegou a dizer que a embaixada dos EUA ligou para ele e garantiu que ele seria o segundo colocado, o que demonstra o nível de vinculação que todos os índios e políticos do movimento verde, como Marina Silva, tem com o imperialismo. O Equador, neste caso Yaku Perez, serve como um radar para a esquerda de toda a América Latina, que deve incansavelmente denunciar essas infiltrações de ONGs como Marina Silva, Sonia Guajajara, Aniele Franco e Silvio Almeida. Nenhuma confiança aos cavalos de Tróia do imperialismo.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.