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Muito antes de 7 de outubro

Em junho, Israel já havia declarado guerra aos palestinos

Tropas sionistas usaram helicópteros para atirar contra a população civil, atingiram hospitais e invadiram território na Cisjordânia nos meses que antecederam a Operação Dilúvio

O ataque desferido contra Israel no dia 7 de outubro pelos quatro principais grupos armados palestinos – Hamas, Jiade Islâmica, Frente Popular para a Libertação da Palestina e Frente Democrática para a Libertação da Palestina – tem sido comumente apontado como o início de uma nova guerra entre árabes e israelenses, uma vez que desencadeou uma série de reações em Tel Aviv, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Por este motivo, figuras ligadas ao Estado de Israel, como o sionista André Lajst, saíram a público afirmando que, até o dia 6 de outubro, vigorava um “cessar-fogo”, rompido unilateralmente pelo Hamas.

Não é verdade que houvesse o tal “cessar-fogo”. Não apenas as hostilidades entre palestinos e sionistas nunca cessaram por completo desde a criação do Estado de Israel, em 1948, como também uma série de iniciativas tomadas por Israel nos meses de junho e julho já poderiam ser consideradas como uma atividade de guerra declarada contra os palestinos.

Nas primeiras horas do dia 19 de junho, forças de ocupação israelenses iniciaram operações nas cidades palestinas de Jenin e Tulcarém, situadas na Cisjordânia, supostamente com o objetivo de prender um militante do Hamas e um militante da Jiade Islâmica. O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, afirmou que estava em curso uma operação “em larga escala em toda a Cisjordânia“, anunciando que ”havia chegado o momento de esta operação ser lançada”.

As invasões foram confirmadas pela Al-Quds e pela Brigada Jenin, ambos ligados à Jiade Islâmica, que reagiram às provocações e expulsaram as tropas sionistas após 10 horas de confronto.

Segundo o Ministério da Saúde da Palestina, cinco pessoas morreram, sendo que dois eram adolescentes e os outros três tinham menos de 30 anos. Pelo menos 91 ficaram feridos nos confrontos, sendo 23 deles em estado crítico grave. De acordo com as Forças de Defesa de Israel (IDF), oito soldados israelenses ficaram feridos (Huge firefight erupts as Israeli forces raid Jenin, leaving 5 Palestinians dead, CNN, 19/6/2023). Porta-vozes da Jiade Islâmica confirmaram que três dos mortos eram militantes da organização (Fiercest fighting in years erupts in West Bank camp of Jenin, at least 5 Palestinians killed, AP News, 19/6/2023).

Segundo a Brigada Jenin, os combatentes palestinos chegaram a disparar contra um helicóptero israelense, forçando-o a recuar, e disseram que conseguiram imobilizar veículos militares israelenses com tiros e emboscadas. Na época, circularam vídeos mostrando veículos militares israelenses em chamas. De acordo com a Rádio do Exército de Israel, essa foi a primeira vez desde a Segunda Intifada, terminada em 2005, em que helicópteros israelenses abriram fogo enquanto evacuavam as tropas feridas. O hospital Ibn Sina também foi atingido por disparos (MSF trata pacientes e condena ataque a instalações médicas e civis em Jenin, na Cisjordânia. Médicos sem Fronteira. 19/6/2023). Quatro ambulâncias foram atacadas com tiros durante a operação israelense (Bloody Monday in Jenin: Five killed as Israeli forces raid refugee camp. Tehran Times. 19/6/2023).

O porta-voz do Hamas, Hazem Qassem, saudou a resistência da Jiade Islâmica, declarando que: “a resistência palestina na Cisjordânia ocupada permanece sólida e forte”. O grupo ainda afirmou que “Jenin prova hoje mais uma vez que é invencível e presente na resistência e que a ocupação israelita ainda se surpreende cada vez que tenta acabar com a resistência” (Israel-Palestine live: 3 killed as Israeli forces raid Jenin camp. IQRA TV. 19/6/2023). Em outra declaração, o Hamas denunciou a guerra em curso com Israel e clamou pela unidade: “Estamos no meio de uma batalha abrangente em todas as frentes que requer a unidade de nosso povo diante dessa agressão”, afirmou o líder do grupo (Jenin raid: Hamas reaffirms ‘unbroken resistance’ against Israeli regime; Press TV. 19/6/2023).

O Ministério das Relações Exteriores do Egito denunciou o que chamou de “escalada contínua de Israel contra os palestinos”, afirmando que o ataque “minou os esforços para reduzir as tensões regionais” (Gunbattle in Jenin: 3 Palestinians killed, 29 others wounded in Israeli raid. ABC News. 19/6/2023). Na época, 120 palestinos já haviam sido mortos na Cisjordânia, de acordo com relatório da Associated Press.

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, chegou a condenar o “uso excessivo da força” por parte de Israel (Ofensiva de Israel com helicóptero mata ao menos 5 palestinos e fere 91. Folha de S.Paulo. 19/6/2023). Os governos da Jordânia, do Catar e do Irã também protestaram.

Durante a operação, o ministro da Defesa sionista, deixando claro que o Estado de Israel havia decidido travar uma guerra contra os palestinos, afirmou: “terroristas não encontrarão um local seguro – nem em Jenin, nem em Nablus, nem em Gaza”.

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