Em conversa com um militante comunista cubano, nosso correspondente internacional, Eduardo Vasco, teve uma surpresa diferente em relação aos ditos comunistas brasileiros. Vasco, que está na ilha caribenha desde o final do mês de abril, tem feito uma série de entrevistas e denúncias relacionadas ao regime político cubano e as interferências do imperialismo contra o país, que sofre há mais de 60 anos com um bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos.
Contrariando setores da esquerda brasileira, o entrevistado do nosso repórter defende que estátuas nunca devem ser derrubadas sejam elas dos heróis da nação como José Martí, como também dos opressores, ou mesmo de conquistadores como Cristóvão Colombo, pois qualquer tipo de monumento histórico tem sua representação e seu ponto de vista da história que representa e constitui a nação.
“Não por isso vamos destruir isso aí, pois essa obra é de um artista, essa é uma obra monumental, qualquer uma dessas obras, são artistas com seus pensamentos, com sua arte, não rendendo homenagem a algum assassino, ou colonizador, elas servem para a atualidade também.” O militante comunista defende que as estátuas transcendem sua construção, seu período histórico e tem o poder de ensinar novas gerações.
Por outro lado, o entrevistado chega a comparar aqueles que destroem estátuas ou monumentos históricos com fascistas e agentes do imperialismo: “Como os fascistas, os soldados imperialistas, que querem destruir todas as obras de arte antiga, como fizeram no Iraque, destruíram as obras da civilização de milhões de anos, que não são patrimônio de nada em particular, nem da esquerda nem da direita, são patrimônios da nação, da humanidade. E essas obras têm que respeitá-las. Esse é o nosso critério.”
No Brasil, tem surgido nos últimos anos por parte da esquerda identitária, universitária, um movimento de derrubada de estátuas daquilo que eles consideram “racista”, “xenofóbico” ou por suas teses acadêmicas, tenha sido prejudicial a certos grupos oprimidos no país de hoje e de antigamente. Monumentos e estátuas ligadas aos Bandeirantes viraram alvo desses pseudo esquerdistas, que tentaram destruir e depredar essas obras por todo Brasil, principalmente em São Paulo.
Com uma política rasa e abstrata, essa esquerda tenta esconder ou mesmo substituir a luta real e concreta da população brasileira. No final das contas, se trata de uma política importada do imperialismo, totalmente reacionária e anti popular. A tentativa de esconder ou camuflar a história de um país tem uma serventia, que é atender os interesses da burguesia dividindo a sociedade e manipulando a história, para com maior facilidade dominar e usurpar as riquezas dos povos de outras nações.
A esquerda identitária a reboque da imprensa burguesa segue sua campanha contra a cultura nacional o que leva apenas a um resultado, manter o país como lacaio do imperialismo. Existem vários documentos e livros que mostram como a CIA e os EUA atuam atacando a cultura dos países atrasados para impor sua dominação. A esquerda que leva essa política adiante nada mais faz do que um favor – consciente ou não – para o imperialismo atacar seu próprio país.
🇨🇺 Militante comunista cubano dá uma aula à esquerda brasileira: em Cuba não se derruba estátuas, mesmo que sejam de conquistadores, porque são patrimônio histórico e cultural da humanidade pic.twitter.com/63GBROlPs2
— Eduardo Vasco (@cheguevasco) May 10, 2023