Os Estados Unidos são vistos pela imprensa imperialista e também pela esquerda pequeno burguesa como a última palavra em democracia, principalmente quando o assunto é o direito das mulheres.
Basta que algum grupo se levante contra o imperialismo e lá estará um esquerdista financiado por ONG norte-americana e um especialista geopolítico da imprensa imperialista, para denunciar supostas atrocidades que aquele grupo pratica em relação aos direitos das mulheres, tendo como referência principal a própria política norte-americana.
O Talibã é o melhor exemplo dessa situação: desde a expulsão dos exércitos imperialistas do Afeganistão em 2021, sob sua liderança, choveram acusações sobre o sofrimento da mulher afegã em comparação com a suposta maravilha que é a vida das mulheres no ocidente.
A mulher trabalhadora no ocidente, é aquela que nunca encontra espaço na demagógica política identitária e continua a ser oprimida mesmo nos mais ricos países imperialistas.
O Afeganistão é um país que vive sob duríssimas condições materiais, sua cultura é consequência desse problema. Nos países imperialistas, a única explicação para a continuidade da opressão das mulheres é de que não há interesse algum dentro do regime capitalista em libertar as mulheres dessa condição.
O aborto é uma questão fundamental para o direito das mulheres, sua legalização permite que a interrupção de uma gravidez seja decisão daquela que é a maior interessada na resolução do problema.
A ilegalidade do aborto faz com que muitas mulheres recorram a clínicas clandestinas, para aquelas que tem condição, ou procedimentos caseiros para abortarem, como é o caso das mulheres pobres.
A suprema corte norte americana no ano passado, tomou uma decisão que fez retroceder a questão do aborto, a prática era legalizada em todo o país desde 1973 e com a nova medida, a legalização do aborto fica a critério de cada estado. Os estados mais conservadores optam pela ilegalidade.
Após um ano desse retrocesso, os EUA registraram queda de 25.000 abortos no país de acordo com relatório publicado pela WeCount.
Chuck Donovan, presidente do Charlotte Lozier Institute, organização que lidera campanhas anti aborto, ou pró-vida como eles preferem, comemora: “Enquanto aguardamos o próximo ano, esses números também nos estimulam a garantir que todas as vidas sejam protegidas, independentemente do estado em que estejam”, declarou. “Eles (movimentos anti aborto) também enfatizam a necessidade de apoiar todas essas novas mães, pais e bebês e caminhar ao lado deles nos próximos anos – com a ajuda de quase 3.000 centros de gravidez em todo o país e dezenas de novas iniciativas políticas”.
O discurso é bem demagógico, é de conhecimento geral que a questão da saúde nos Estados Unidos é dramática, devido a total privatização do setor.
Esses centros de cuidados com as mulheres grávidas, que ainda nem existem, se construídos, servirão apenas para a camada mais privilegiada de mulheres.
A mulher trabalhadora seguirá sendo oprimida e restrita de direitos mesmo no mais rico país imperialista.