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Eliminação contra o Al Hilal

Eliminação no Mundial é lição ao Flamengo com técnicos europeus

Mais uma vez, um técnico europeu prejudica o Flamengo, que tem desprezado os treinadores brasileiros que conquistam títulos

Juca Simonard, do Zona do Agrião

O Flamengo foi eliminado do Mundial de Clubes da FIFA nesta terça-feira, 7 de fevereiro, após perder a semifinal contra o clube saudita Al Hilal. A derrota é mais uma lição para o Rubro Negro carioca em relação aos tão badalados técnicos europeus. O treineiro português Vitor Pereira, ex-Corinthians, foi um dos grandes responsáveis pela eliminação precoce do clube brasileiro.

Desde que assumiu, o Flamengo perdeu o brilho que tinha com Dorival Júnior. Mesmo liderando o Campeonato Carioca, tem executado partidas mal jogadas contra times de menor expressão. O time depende muito mais da habilidade individual de seus jogadores, que formam, de longe, o melhor elenco do Brasil, do que na época de Dorival.

Demitido injustamente após recuperar o Flamengo na temporada de 2022, Dorival conseguiu organizar o Rubro Negro para o time se levantar no Campeonato Brasileiro e conquistar a Copa do Brasil e a Libertadores. Os jogadores eram basicamente os mesmos que Vitor Pereira tem a sua disposição. Seria muito equivocado acreditar que Rodinei e João Gomes façam tanta falta ao ponto do Flamengo decair tanto em alguns meses.

A bagunça coletiva do Flamengo foi observada logo no início do jogo, quando o jovem lateral Matheuzinho, claramente nervoso, cometeu o pênalti que levou ao gol de Salem Al-Dawlsari antes dos 5’ do primeiro tempo. O nervosismo e a desorganização foram vistos em todos os jogadores do time. Mesmo atacando mais e tendo o domínio de bola, o Flamengo não conseguia penetrar a defesa do clube saudita. Ficava dependendo muito de alguma jogada individual do uruguaio De Arrascaeta, enquanto Everton Ribeiro tinha de ir buscar a bola na defesa para iniciar as jogadas.

O gol do empate surgiu no 20º minuto. O meia uruguaio, mostrando ser um dos melhores da posição nos últimos dez anos, recuperou a bola e fez bonita jogada. Deixou com Everton Ribeiro, que tentou um passe em profundidade. Sem êxito, a bola desviou e sobrou para Matheuzinho, que passou para Pedro. Artilheiro e craque extraordinário, o centro-avante chapou de primeira, batendo cruzado e marcando o primeiro gol Rubro Negro.

O Flamengo dominou o primeiro tempo inteiro, mas não conseguia penetrar na área adversária, enquanto, no Al Hilal, todos os jogadores estavam atrás da linha da bola. A ofensividade só aumentou no final da primeira metade — enquanto Everton cansava no meio-campo. Surgiram boas oportunidades e boas jogadas, mas isso não foi suficiente para virar o jogo.

Eis que surge o lance definitivo da partida. Gerson, que já havia tomado cartão amarelo por tentar simular um pênalti, foi expulso ao derrubar um jogador do time saudita no último lance do primeiro tempo.

Aqui, vale um comentário. O pênalti, de fato, existiu. Ou, pelo menos, é o que se acredita, visto que hoje as regras das penalidades são todas sujeitas a interpretações — isto é, à boa vontade do juiz. Mas, nesse caso, Gerson, mesmo sem intenção, deu um pisão no pé do jogador do Al Hilal. O juiz não viu, mas foi ao VAR. E aí, cabe a interpretação. Poderia marcar a penalidade ou não. Marcou. Pior: expulsou o meio-campista do Flamengo sem necessidade. Assim surgiu o segundo gol do clube saudita, que, em todo o primeiro tempo, só chutou duas vezes: os dois pênaltis.

O Flamengo, que deu oito chutes (um no gol) e teve 62% de posse de bola, teve de lidar com a desorganização liderada por Vitor Pereira, e terminou atrás no placar, tendo de virar um partida com um jogador a menos.

Eis que o “professor pardal” de Portugal nos aparece no segundo tempo… sem Arrascaeta, o craque e armador dos ataques flamenguistas. Precisando ir atrás de resultado, tira o melhor jogador e coloca Erick Pulgar, um volante. Como era de se esperar, o Al Hilal conseguiu dominar o segundo tempo. O Flamengo, sem um dos seus principais articuladores, passou a cometer vários erros bobos. Errou passes simples, errou nas saídas de bola, errou no último passe, errou tudo. O jogo mudou.

Para piorar, o inventor português tirou o único armador que restava no time, Everton Ribeiro, para colocar Everton Cebolinha. Cebolinha é habilidoso? Sim. Mas quem arrumaria as jogadas do Flamengo? A substituição foi fatal e o Flamengo “morreu”. A partir deste momento, só havia Al Hilal em campo.

Os erros, que foram muitos, ainda levaram ao terceiro gol do clube saudita. Pulgar (que substituiu Arrascaeta) perdeu uma bola na própria área e o argentino Luciano Vietto ampliou.

Ao final do segundo tempo, Pedro (novamente ele) aproveitou uma falha na defesa saudita e diminuiu. Naturalmente, isso poderia dar um respiro ao Flamengo para buscar o empate e levar para os pênaltis, mas a bagunça já havia sido causada por Vitor Pereira. Ao contrário, o Al Hilal teve uma boa chance de marcar o quarto gol, mas errou grosseiramente. Aliás, trata-se de um time com jogadores de medianos para ruins, tornando a situação do Flamengo ainda mais desesperadora.

Final de jogo: Al Hilal 3 x 2 Flamengo.

Flamengo e os técnicos estrangeiros

Este Flamengo de Vitor Pereira deve servir novamente como lição para o clube carioca em relação aos técnicos estrangeiros. O espanhol Domenec fracassou e chegou Rogério Ceni, que foi campeão brasileiro. Depois, sem motivos, Ceni saiu. Entrou Renato Gaúcho, que conseguiu classificar o clube para a final da Libertadores e fez uma boa campanha. Outro brasileiro demitido sem motivo.

Em 2022, o Flamengo iniciou com o português Paulo Sousa, que afundou o clube. Perdeu o Campeonato Carioca e colocou o Rubro Negro no fim da tabela do Campeonato Brasileiro. Todo mundo acreditava numa crise flamenguista.

Mas chegou Dorival Junior. Este não só recuperou o Flamengo no Brasileirão, como conquistou dois títulos importantes, a Copa do Brasil e a Libertadores. Além disso, o Flamengo apresentava um dos ‘futebóis’ mais bonitos do Brasil. Novamente um técnico brasileiro demitido injustamente. Desta vez, uma demissão mais injusta do que as outras. Dorival foi jogado na lama para a contratação do português Vitor Pereira, ex-Corinthians, que não vai bem e destruiu o trabalho do brasileiro que o precedeu.

A história real é essa. Mas, nas redes sociais e na imprensa esportiva, após a eliminação do Flamengo, logo chegaram os “entendidos” para falar: “O Brasil tem um futebol fraco”; “brasileiros estão perdendo importância no futebol mundial, tanto em clubes quanto em seleção”; e outras bobagens do tipo.

Não, meus amigos, o futebol brasileiro está decaindo pela infiltração do futebol estrangeiro no país. Essa é a realidade. Os brasileiros precisam voltar a jogar o futebol brasileiro e parar de imitar modismos que não se enquadram nas características dos nossos jogadores (os melhores do mundo).

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