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Oposição se fortalece

Eleições no Senado: vitória de quem?

Apesar de uma intensa articulação por parte do governo Lula para garantir a eleição de Pacheco, o governo não saiu de fato vitorioso.

As eleições no Senado Federal confirmaram as expectativas de uma disputa acirrada e complexa para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Com uma vitória de 49 votos a 32, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) derrotou Rogério Marinho (PL-RN), o candidato de Jair Bolsonaro. O resultado garantiu, pela margem mínima, a base suficiente para Pacheco ter quórum para a aprovação de Pacotes de Emendas Constitucionais (PECs) e ser reeleito líder da casa.

No entanto, apesar de uma intensa articulação por parte do governo Lula para garantir a eleição de Pacheco, o governo não saiu de fato vitorioso. Para Lula a disputa era entre um candidato declaradamente inimigo do governo, nome de Jair Bolsonaro para o Senado e outro candidato da burguesia, igualmente golpista, mas que no primeiro momento não se mostra tão intransigente com o governo eleito, uma situação que pode facilmente mudar.

Mesmo neste cenário, onde o candidato apoiado pelo governo sequer era um nome de confiança, Lula precisou negociar por meio da máquina estatal para garantir a vitória de Pacheco.

O bolsonarismo por outro lado demonstrou sua força política no interior do parlamento brasileiro. Rogério Marinho conseguiu angariar votos de importantes setores, confirmou o apoio tucano aos setores bolsonaristas e até mesmo setores do PSD, partido de Rodrigo Pacheco, seu adversário político.

Nesse cenário, a reeleição de Pacheco tornou-se muito mais complicada do que havia ocorrido em 2021, quando fora eleito pela primeira vez com oito votos a mais do que nesta ocasião. Para tentar conter dissidências como as já anunciadas no interior do PSD, o governo Lula precisou prometer ao União Brasil, MDB e até o próprio PSD, diretorias de autarquias, estatais e bancos públicos, segundo informa o jornal O Estado de S.Paulo

A lista de cargos prometidos pelo governo estão em diretorias do Banco do Nordeste, Banco da Amazônia, superintendências da Sudam, Sudene e Suframa, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do Departamento Nacional de Obras contra as secas (Dnocs). Além da presidência da Companhia de Desenvolvimento dos Vales de São Francisco e do Parnaíba (Codevasft), que ficará com o União Brasil.

Apesar de vitorioso, a própria base de Pacheco é incerta. Para as eleições conseguiu-se o número de Senadores suficientes, no entanto nada garante que estes mesmos Senadores irão acompanhar as decisões do líder da casa, ou que até mesmo o próprio eleito seguirá qualquer orientação do presidente Lula. 

No mesmo sentido do Senado, no Congresso o Partido dos Trabalhadores se juntou ao candidato do centrão, neste caso com vitória garantida, e com a iniciativa de não ficar de fora como oposição minoritária no interior do Congresso. Esta situação demonstra que o governo Lula não terá capacidade de aprovar qualquer medida de fato importante por meio do Senado e do Congresso Federal.

A situação indica que o governo precisará fazer barganhas políticas para tentar conseguir o mínimo por meio das duas casas. Dos 81 Senadores, 32 são declaradamente oposicionistas ao governo, uma diferença que tende apenas aumentar conforme se desenvolve a crise política.

Esta forte oposição não é culpa de Lula em si, que pegou um Senado e Congresso dominados em grande medida pelos setores bolsonaristas e pela direita golpista. Dentro das casas há três forças importantes da direita, o centrão ligado aos principais setores da burguesia nacional, o bolsonarismo e por fim, de forma minoritária o principal setor, as forças ligadas diretamente ao imperialismo.

Lula pegou esta situação já muito complicada, demonstrando a dificuldade de se governar por meio de meras negociações com o parlamento. Pacheco ao ser eleito falou em “pacificação” em referência a crise envolvendo os poderes com os setores bolsonaristas que estão por trás das manifestações do dia 8 de janeiro em Brasília.

No entanto, apesar de falar em “polarização tóxica”, discurso acompanhando também por Artur Lira, ambos os líderes de Senado e Câmara, não se mostram dispostos a defender na prática o governo eleito. Dentro da base de seus próprios partidos, e até mesmo dentre os Senadores que votaram contrários a Marinho, há diversos bolsonaristas.

Lula para governar dependerá de um poder externo as instituições, ou seja, o da mobilização popular. Está cada vez mais claro que será inviável governar com meros acordos com a burguesia, que não está disposta a tolerar por muito tempo um governo Lula.

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