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Em defesa do governo

É preciso armar o povo, não as forças de repressão

É necessário garantir a segurança do governo, e apenas os trabalhadores tem essa capacidade.

A manifestação da direita, que ocupou os três poderes no último domingo, tornou-se o centro do debate sobre a política necessária para combater as forças golpistas contra o governo eleito de Lula. A esquerda pequeno-burguesa, impulsionada pela campanha da burguesia, sobretudo em imitação à política do imperialismo com aqueles que invadiram o Capitólio em 2022, consiste na mais pura repressão aos manifestantes. A defesa de “prender todos” tornou-se a campanha número um deste setor, ao mesmo tempo que se espalha palavras como “grupos terroristas”, “criminosos”, dentre outros jargões sempre utilizados pela burguesia para perseguir seus opositores. No entanto, apesar da brutalidade com que aqueles que vandalizaram os prédios públicos e sobretudo, artefatos históricos e obras de artes, fizeram em Brasília, a repressão convocada pela esquerda não alcançará os verdadeiros criminosos.

Há um ponto central que foge da análise de toda a esquerda que defende a repressão contra os manifestantes, as manifestações que ocorreram em Brasília não foram organizadas por meros grupos bolsonaristas, mas sim por algo muito mais perigoso, o alto escalão das forças armadas. Ninguém se atreve a falar sobre isso, mas não foi simplesmente a família Bolsonaro que realizou articulações. Na realidade o próprio Jair Bolsonaro é apenas um representante público daquilo chamado de “bolsonarismo”. Este movimento vai muito além, e é organizado pelo chamado “Estado profundo” brasileiro, pelos aparatos de inteligência e sobretudo, pela liderança das forças armadas.

A ala de extrema-direita dos militares foi o setor que articulou toda a invasão. Este setor é o herdeiro direto da ala mais linha dura da ditadura militar, um grupo que estava à direita do próprio governo militar. Entre essas figuras, destacam-se pessoas como Augusto Heleno, que de fato participaram do regime militar e desta ala de extrema-direita. Toda a cúpula das forças armadas é dominada por essas pessoas. Os mais “brandos”, ou seja, aqueles que se apresentam como a ala mais política do exército, mais “polida”, já são extremamente direitistas, como o caso do ex-vice-presidente Mourão, que ficou conhecido pelas suas homenagens ao mais famoso torturador da ditadura, Brilhante Ustra.

Apenas as forças armadas, em conjunto com aparatos de inteligência brasileiros, seriam capazes de organizar a invasão em Brasília, auxiliar os manifestantes bolsonaristas e também provocar uma onda de sabotagens em todo o País. O que ocorreu em Brasília não foi uma tentativa de golpe de Estado, mas sim um golpe político, focado na desestabilização do governo eleito, sendo acompanhado por uma série de sabotagens, como as derrubadas de torres elétricas, na tentativa de sabotagens às refinarias em todo o Brasil e também na articulação logística de todos os manifestantes.

As forças de segurança (como se demonstrou na ‘falha’ catastrófica de domingo em Brasília) não têm condições, nem vontade, de impedir uma tentativa de golpe. O Exército está na mão da extrema-direita, a PM é bolsonarista e todo o aparato estatal da direita tradicional, mesmo que não concorde com o golpe, não tem calibre para barrar os militares. Só resta a Lula apelar para a mobilização da população e isso passa pela atenção ao direito ao armamento. O governo está apostando no fortalecimento das instituições jurídicas e repressivas do Estado para perseguir e prender os bolsonaristas peixes pequenos supostamente responsáveis pelo “terrorismo”. Isso é um tiro no pé.

É preciso imediatamente trocar os ministros da Justiça, Defesa e do GSI e colocar pessoas da mais absoluta confiança de Lula, como um militante experiente do PT ou da CUT, formar um corpo que cuide da segurança do governo integrado pelos militantes dos movimentos populares e garantir o direito ao armamento dos trabalhadores, para que eles possam se defender caso os militares queiram dar um golpe. Não se pode repetir o erro que custou a vida de Salvador Allende no Chile, quando ele ignorou o alerta do general Prats para trocar os comandantes das forças armadas, substituiu o próprio Prats, um nacionalista e leal ao governo por Augusto Pinochet, e desarmou os trabalhadores que estavam se armando nos sindicatos.

O governo Lula está em frente a um desafio grande, ou será Getúlio Vargas ou será Hugo Chaves. É preciso, para conter estas forças golpistas desmantelar a direção das forças armadas, colocar os soldados de baixa patente ao lado do governo, algo que só será possível por meio da mobilização popular. É necessário garantir a segurança do governo, e apenas os trabalhadores têm essa capacidade.

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