Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Desonestidade intelectual

Direita usa “antissemitismo” como coringa para apoiar o genocídio

Retirar da manga a carta do "antissemitismo" se tornou a arma da burguesia para continuar oprimindo qualquer um que se levante contra a violência do imperialismo

No último sábado (11), o portal de notícias Poder 360 publicou uma das opiniões mais intelectualmente desonestas desde que Israel decidiu finalizar a limpeza étnica na Palestina, no artigo intitulado A cegueira do antissemitismo. Marcelo Tognozzi, ideólogo dos grandes capitalistas brasileiros, tirou a carta do suposto antissemitismo no Brasil, mais o velho truque da democracia, para praticamente desvirtuar a história e a correlação de forças na guerra.

O autor começa: “Todas as vezes em que o antissemitismo cresceu, a democracia encolheu. A história é recheada de exemplos, desde a Inquisição até os dias de hoje. A Inquisição torturou, matou, mutilou e queimou na fogueira os condenados por heresia pelos tribunais da Igreja”. Tognozzi continua, “Os judeus foram obrigados a adotar o catolicismo, muitos foram assassinados, expulsos, presos ou degredados. A Igreja e a Coroa Portuguesa, por exemplo, desterraram milhares de judeus”. (grifos nossos).

A ansiedade do autor em defender o sionismo é tão descarada, que nem se preocupou com os fatos. A Santa Inquisição não foi um regime que rompeu com democracia alguma. Sequer existia um sistema de Estados na Europa, em plena Idade Média. 

O período é marcado por disputas territoriais intensas, onde ocorreram todo tipo de conflito étnico, religioso, econômico e político. “Perseguição” a judeus não foi exclusividade no período. Lembrando que a maior disputa religiosa se deu entre cristãos e muçulmanos, como é amplamente conhecido.

Tognozzi tenta relacionar a suposta perseguição a judeus à diminuição da “liberdade”, o que é um verdadeiro absurdo em tempos remotos, medievais. Tudo para tentar vitimizar os judeus e, mais precisamente, o sionismo. Da Idade Média ele dá um salto histórico e vai até os últimos 100 anos, utilizando o velho truque de mencionar perseguição a judeus de esquerda, como, por exemplo, Olga Benário. 

A confusão do autor vai da menção à perseguição de judeus de esquerda, para o delírio de acusar Hitler como sendo socialista e vindo do “Partido Alemão dos Trabalhadores”. Tudo para confundir o leitor, tentar se isentar mencionando “judeus de esquerda” perseguidos, ao mesmo tempo em que atribui à esquerda perseguição a judeus. 

Tudo isso para defender o sionismo, um regime de opressão. De acordo com o autor, O Brasil vive uma onda de antissemitismo. É sinal de que nossa liberdade corre o sério risco de ser amordaçada, nosso pensar proibido e o direito de ir e vir maculado” (grifos nossos).

Não há onda nenhuma de antissemitismo, e mesmo que venha a existir, ela será responsabilidade única e exclusivamente do regime genocida de Israel. Não dá para cobrar que um cidadão comum, vendo o genocídio televisionado, venha a “ficar em paz” com os sionistas, que acabam manchando a imagem de toda uma religião. Mas aqui é preciso recuperar a memória de que os palestinos são semitas, mas sequer são incluídos como tais na coluna do autor, simplesmente diz que “É um erro, uma aberração e um crime de racismo protestos contra judeus”. 

Não vimos nenhum protesto no Brasil contra judeus, o que vimos foram protestos pelo fim do genocídio na Palestina. Trata-se de uma afirmação extremamente desonesta, pois não houve nenhum fato que relacionassem os protestos no Brasil com os judeus. Inclusive, muitos judeus participaram dos atos contra os sionistas.

Além de manter uma postura mentirosa em todo a defesa dos “judeus”, o ideólogo aproveita para atacar os árabes e o islamismo numa postura, essa, sim, digna de repúdio. De acordo com Tognozzi, “Não há bom senso em apoiar, apenas para marcar posição política, regimes ditatoriais, sejam eles islamitas ou não. O islã dos aiatolás é o islã da ditadura e intolerância, inimigo da cultura ocidental, adepto do pobrismo como meio de perpetuação no poder. Seria incapaz de sobreviver numa sociedade próspera”. 

Se ele quer caracterizar algo como “preconceituoso”, deve começar olhando para seus próprios escritos. Tognozzi ainda ironiza, afirmando que”Israel, cravado no meio do Oriente Médio, com seu antipobrismo, democracia e prosperidade é um péssimo exemplo. O inimigo a ser batido”.

Para ele, são “demagogos” os que defendem que a violência do oprimido é absolutamente justificável diante da violência de uma entidade como Israel. Segundo Tognozzi, “os demagogos que fazem a ardente defesa, não do povo pobre e subjugado da Palestina, mas sim de Hamas, Hezbollah, Fatah, Estado Islâmico, Talibãs ou Jihad Islâmica, não aguentariam nem uma semana num regime comandado por essa turma”. 

Até o momento, o que se vê é um extermínio, uma limpeza étnica empreendida por Israel, com apoio do imperialismo, há 75 anos. Realmente é difícil sobreviver ao arsenal israelense, mas a resistência armada sobrevive. Retirar da manga a carta do “antissemitismo” se tornou a arma da burguesia para continuar justificando a opressão contra qualquer um que se levante contra a violência e o genocídio.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.