No meio desta semana, foi divulgado o resultado de uma pesquisa de opinião, que poderíamos considerar no mínimo estranha, sobre os ministros do governo Lula mais bem avaliados pelos deputados federais. A consulta realizada pela empresa Genial/Quaest teria ouvido pelo menos 186 parlamentares dos 21 partidos que ocupam a Câmara. Os três ministros mais bem classificados foram Fernando Haddad, da Fazenda, com 52% de votos positivos; depois Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública, com 48%; e Simone Tebet, do Planejamento, com 47%.
É importante compreender que se trata de um levantamento da preferência da burguesia que está representada na Câmara de Deputados. O parlamento é composto majoritariamente por políticos de direita, a federação encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores ocupa 81 vagas e a liderada pelo PSOL outras 14 vagas de um total de 513 cadeiras. Nem mesmo essas federações poderiam ser ditas de esquerda, mas, mesmo considerando as vagas ocupadas pelo PDT e PSB que compõem o bloco liderado pelo União Brasil, o número de deputados não atingiria 25% do total.
Não é difícil interpretar o que os dados estão demonstrando, Haddad vem recebendo diversos elogios sobre sua atuação no comando da Economia do governo. Como pode ser verificado na imprensa da burguesia, as críticas sobre o Arcabouço Fiscal e a Reforma Tributária apresentada pelo ministro sofreram críticas muito pontuais pra não dizer nenhuma. Até mesmo o jornalismo de esgoto da revista Veja, destacou seu compromisso com a questão fiscal e buscou antagonizar sua política a do presidente Lula, o qual já se referiu como o petista mais tucano.
O caso de Flávio Dino é ainda mais fácil de compreender, o ministro tem lançado mão de uma política extremamente reacionária. Dentro do governo, tem sido o maior defensor disparado da censura nas redes sociais e também lançou um pacote supostamente em defesa da “Democracia”, que inveja a Lei de Segurança Nacional do regime militar. Além disso, chegou a anunciar o Coronel Nivaldo Cesar Restivo, ex-Comandante-Geral da PM no governo de João Doria (PSDB) e da ROTA, o qual participou do Massacre do Carandiru, para ser Secretário em seu Ministério.
Já a latifundiária Simone Tebet não passa de uma golpista, apresentada como representante das mulheres pela imprensa capitalista, participou da derrubada de Dilma Rousseff (a primeira mulher presidente do Brasil). A ministra foi a candidata dos banqueiros e do imperialismo na última disputa presidencial, o setor que mais se beneficiou do golpe de 2016. Infiltrada no governo de Lula, participou da campanha sórdida da imprensa contra a nomeação de Márcio Pochmann para o IBGE e defendeu a ridícula redução da taxa de juros do país pelo BC em 0,5%.
Portanto, não se trata de uma avaliação dos ministros com base nos interesses da população, os políticos da direita golpista votaram de acordo com a política do setor que representam no Parlamento. São essas as verdadeiras razões pelas quais esses ministros foram apresentados como os queridinhos do governo. É preciso que o presidente Lula exija uma mudança radical na política econômica de Fernando Haddad para atender as necessidades do povo e que expulse os infiltrados, Flávio Dino e Simone Tebet, para fora do governo eleito pela mobilização popular!