A notícia da reunião entre as redes sociais e o Ministério da Justiça, ocorrida nessa segunda-feira (10), foi apresentada pela imprensa golpista como um escândalo por conta da opinião de uma advogada do Twiter.
Segundo informações dadas pela imprensa golpista, a advogada afirmou que “um perfil com foto de assassinos de crianças (perpetradores dos massacres em escolas) não violava os termos de uso da rede e que não se tratava de apologia ao crime”.
Essa opinião teria causada espanto em Flávio Dino e nos demais presentes na reunião e teria obrigado o ministro a “subir o tom” contra a representante do Twitter.
A fala da representante do Twitter teria sido uma reação. Na reunião, foram apresentados perfis que mostravam imagens de crianças agredidas, ameaças e músicas enaltecendo ataques a escola.
A indignação diante da colocação da advogada revela bem que não estamos numa situação democrática, mas numa verdadeira cruzada moral, cujo objetivo é perseguir qualquer coisa que pensa diferente.
O Ministério da Justiça, com o apoio da imprensa golpista, quer um mecanismo para censurar as redes sociais. O pretexto do momento são os ataques recentes contra escolas. Não passa de um pretexto cínico para uma política geral que a burguesia vem tentando impor para estabelecer a censura contra as redes sociais.
A advogada do Twitter tem todo o direito de expressar a sua opinião sobre o problema. Do mais, trata-se de uma posição correta do Twitter, uma recusa de se submeter a regras de censura contra seus usuários. Mas a opinião da advogada, e justamente por ser advogada deveria ter total liberdade para emitir uma determinada opinião referente ao seu cliente, causa histeria, o que mostra que estamos diante de uma política reacionária.
De fato, ao pretender que as redes sociais censurem perfis que supostamente estão fazendo apologia a atos violentos, não estamos mais do que abrindo o caminho para a censura generalizada. O pretexto moral da vez, a violência nas escolas, logo dá lugar a outros pretextos até que se obtenha um controle tão rígido das redes sociais que não se pode falar nada.
O que Dino está fazendo nesse caso é o serviço dos grandes monopólios da comunicação que querem estabelecer esse controle das redes sociais que têm se colocado como uma via alternativa de comunicação. Não à toa, a Rede Globo, a Folha de S. Paulo e os jornais golpistas estão aplaudindo tais medidas.
A posição do Twitter, embora seja correta nesse caso, expressa apenas a luta econômica entre diferentes setores da burguesia. Nesse caso, o Twitter, que pertence ao bilionário Elon Musk, sabe que um controle sobre as redes fará diminuir sua arrecadação.
A posição da imprensa golpista brasileira chama muita atenção. Os canais abertos de TV estão a todo o momento fazendo “apologia à violência” para usar os termos deles mesmos. Os jornais burgueses estão mentindo descaradamente todos os dias. Mas o problema são as redes sociais.
Flávio Dino mostra que é um político totalmente envolvido pela campanha ideológica do imperialismo pela censura, com o pretexto da “fake news”, do “discurso de ódio” e agora da “apologia da violência”. Devemos acreditar que só quem não faz isso são os ilibados órgãos da imprensa golpista brasileira, essa que deu o golpe de Estado no Brasil, impulsionando o “discurso de ódio” contra a esquerda, o PT, Lula e Dilma, mentindo diariamente e incitando a extrema-direita a agir de maneira violenta contra a esquerda.