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Falsificações em sequência

Desespero: CNN mostra a própria debilidade ao atacar Putin

Imprensa imperialista busca, a partir da crise no Wagner, apresentar o governo russo como fraco, mas não afasta a realidade do fracasso militar da Ucrânia

A guerra na Ucrânia continua se desenvolvendo. Até o momento, a situação delineou constantemente uma vitória acachapante da Rússia sobre o governo golpista da Ucrânia, mantido pelo conjunto das forças do imperialismo europeu e norte-americano. O primeiro fato a desviar desse padrão foi a recente revolta do grupo Wagner, um destaque na operação militar especial russa. Resolvida em poucos dias, a revolta se desfez com a mediação do governo da Bielorrússia, aliado de Vladimir Putin.

Ainda assim, o espaço aberto está sendo explorado pelo imperialismo, que forjou ao longo de todo esse período um mundo imaginário onde a situação da guerra é a oposta à realidade. A revolta, de razões ainda misteriosas e mal explicadas, é apontada pela imprensa imperialista como uma debilidade de Vladimir Putin.

Como destacou a CNN em matéria intitulada “Análise: 36 horas bizarras e caóticas na Rússia parecem começo do fim para Putin”, a imprensa imperialista descreve a solução do princípio de conflito de maneira pacífica como uma fraqueza do governo russo: “Ao deixar chefe do Grupo Wagner ir e, aparentemente, varrer toda a insurreição para debaixo do tapete, presidente russo parece o mais fraco em 23 anos”. O que ocorreu, no entanto, está longe da realidade.

À primeira notícia, Putin reagiu de maneira imediata e enérgica, mas equilibrada, condenando a rebelião como uma traição, ao mesmo tempo mobilizando tropas para esmagá-la, e chamando a população à necessária unidade contra o inimigo externo, que mobiliza toda “a máquina militar, econômica e de informação do ocidente” nesse momento de guerra. A solução apareceu e as tropas do Wagner retornaram integralmente a seus quartéis, e serão centralizadas integralmente por contratos pelo governo russo.

Falsificações em doses cavalares

A CNN faz jus a sua posição de órgão direto do imperialismo dos EUA, e apresenta mentiras sem nenhum pudor sobre o ocorrido. O veículo busca estabelecer uma rixa entre Putin e o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, afirmando ser ele desprezado pelo líder russo. Ainda, o ocorrido seria um “indulto dramático”, pelo qual o líder do Wagner unilateralmente decidiu por “evitar o derramamento de sangue” e “agora opta pelo exílio em Minsk”.

Fato é que a recente crise no grupo Wagner ainda não foi explicada, e a postura do governo russo não se desviou em nada de procedimentos padrões. O líder do grupo, Yevgeny Prigozhin, declarou a rebelião de maneira súbita, contra um suposto ataque a suas tropas por parte do governo russo. O ataque não foi confirmado, o governo russo negou a acusação, e não houve tentativa de buscar comunicação e esclarecimento por parte do Wagner. Tudo aponta para uma intervenção do imperialismo no caso.

O artigo aponta ainda uma suspeição sobre o próprio Prigozhin, “um proliferador aberto de desinformação”, sobre o porta-voz russo, Dmitry Peskov, que tentou “tentou amarrar este episódio surpreendente na noite de sábado (24)”, pois que, e aqui uma mentira deslavada, “Duas horas antes, Wagner estava nas portas da capital (quase), e de repente tudo está perdoado.” O grupo não chegou perto de Moscou, e tropas foram destacadas de diversas frentes para interceptar os rebeldes.

Em seguida, uma série de especulações sem qualquer base são feitas a respeito do que motivou a desescalada pelo líder do Wagner, embora nenhuma seja levantada para o motivo do que iniciou tudo. Putin ainda é descrito como “silencioso inicialmente, e depois bombasticamente irado e confiante”, numa tentativa de demonstrar uma suposta instabilidade emocional de um presidente que lidera a operação militar mais sóbria da história recente.

Acusações vazias são ainda levantadas contra Vladimir Putin, junto a outras especulações: “É possível que seus serviços especiais agora persigam Wagner e seus apoiadores, lentamente, longe do brilho dos últimos dois dias. No entanto, a solução do Kremlin para o problema foi descer o tom também. É um movimento tão antipático para tudo o que Putin representa, que só pode sugerir que ele não teve outra escolha: que ele não tinha forças para ter certeza de que poderia segurar Prigozhin.” Inferem uma derrota a partir de uma vitória do governo russo, que debelou a crise sem grande desgaste político, ou pior, militar.

A coisa fica ainda mais caricata. “A posição de Putin estava claramente enfraquecendo por causa da má gestão catastrófica da guerra.” Como constatável a qualquer observador minimamente instruído da guerra, a posição russa foi de controle da situação geral em todos os momentos, desde o início.

A CNN, um dos maiores veículos de informação do mundo, desce ao nível de uma escrita jornalística que parece esquizofrênica: “temos um vislumbre por trás da espessa cortina da qual o Kremlin depende para esconder suas lutas internas, incompetência e fragilidade, permitindo-lhe projetar uma confiança descomunal – uma onipotência pós-soviética. É muito feio lá dentro, parece.” Tirando conclusões de inferências sem qualquer base factual. Chega ao absurdo: “sua [de Putin] vulnerabilidade agora está clara, pela primeira vez em 23 anos – duas décadas nas quais ele acumulou muitos inimigos e dívidas.” Notoriamente, o país que está afundado em dívidas e imprime a própria moeda na qual está endividado é os EUA, mas a situação é atribuída à Rússia, cuja economia vem se fortalecendo.

O texto conclui afirmando que “um mundo pós-Putin – e a força dramática necessária para impô-lo – foi vislumbrado”, como se tal questão fosse uma pauta em algum lugar do mundo, e não apenas para o imperialismo.

O desespero que a CNN tenta atribuir ao presidente Russo, Vladimir Putin, demonstra não isso, mas seu oposto. É justamente o desespero do imperialismo, ao ver que o único feito recente a se opor ao governo russo se dissolveu em menos de dois dias, como se não fosse nada.

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