A Assembleia Legislativa do Paraná encaminhou um processo contra o deputado estadual Renato Freitas (PT) ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar porque ele chamou o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de “branco privilegiado”.
A denúncia foi feita em setembro e foi apresentada pelo deputado estadual Ricardo Arruda, do Partido Liberal (PL). No texto, ele acusa Freitas de cometer o crime de injúria racial contra Zanin por conta de sua declaração, proferida em um evento universitário e em um programa televisivo.
Na peça, consta uma transcrição de uma afirmação de Freitas de 26 de agosto deste ano em um encontro sobre o enfrentamento à violência policial no Paraná. O petista disse que Zanin é um “homem, branco, rico e privilegiado”. Arruda salienta que Freitas fez a declaração “com vontade livre e ciente da ilicitude de sua conduta”.
A denúncia também transcreve o discurso do petista de 28 de agosto, na Band, no qual mencionou Zanin como “homem, branco, rico, privilegiado, que tem no seu círculo social apenas pessoas como ele e, portanto, não sabe os efeitos concretos de uma decisão, como a que ele deu, de militarizar a Guarda Municipal, colocar ela como uma força de segurança pública aos moldes da polícia militar, a ponto de dar autorização pra que ela faça ronda ostensiva”.
O caso demonstra como a política defendida pela esquerda pequeno-burguesa de censura é uma farsa. Afinal, pela lei, por que Renato Freitas não poderia ser enquadrado no crime de injúria racial por sua declaração?
No fim, toda e qualquer restrição às liberdades democráticas do povo irá, invariavelmente, se voltar contra a esquerda e suas organizações de luta. Essa é uma lei da história que, na prática, está sendo mais uma vez comprovada.