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As mentiras do 7 de outubro

Denunciar Israel é “negacionismo” para sionista de “esquerda”

Colunista no Brasil 247 não consegue acreditar que o assassino de civis não é o Hamas, mas o próprio Estado de Israel

Nesse dia 21 de novembro, João Koatz Miragaya, em coluna publicada no portal Brasil 247, com o título “Jornal desmascarou ‘a farsa sionista’?”, acusa de “negacionista” quem tenta desmascarar as mentiras do Estado de Israel. Na verdade, tenta ele mesmo negar a realidade numa operação meio desesperada de passar um pano para os crimes dos israelenses.

Segundo o autor, as notícias que mostram que uma parte dos israelenses mortos no dia 7 de outubro – incluindo civis – foi vítima das próprias forças de Israel não provariam nada. Não porque ele tem provas contrárias, mas porque ele crê, apenas crê no que diz os israelenses.

O próprio jornal israelense Haaretz divulgou a informação de que “Foi realizada uma investigação preliminar pela Polícia israelense que indicou que alguns participantes da rave no dia 7 de outubro foram mortos por disparos de um helicóptero de combate israelense.” Mas segundo João Koatz Miragaya, essa investigação não quer dizer nada.

“A matéria do jornalista Josh Breiner, na verdade, não traz novidades sobre este tema. Os próprios pilotos do helicóptero admitiram, há cerca de 10 dias, que não conseguiram diferenciar entre terroristas e civis, e temiam ter matado civis quando tentavam neutralizar os ataques do Hamas.”

Opa, quer dizer então que, 10 dias atrás, os próprios pilotos já haviam admitido que poderiam ter matado civis. Essa informação, por si só, já é mais do que motivo para se duvidar ao menos da quantidade de mortos apresentada oficialmente por Israel após 7 de outubro. Se o sionista João Koatz Miragaya não consegue acreditar que o Estado de Israel seria capaz de matar os próprios civis deliberadamente, ao menos ele teria que considerar a questão dos números.

Mas seu fanatismo para defender Israel não o deixa dar o braço a torcer. Ao invés disso, ele justifica a ação assassina:

“Diferenciar entre civis e terroristas é uma tarefa difícil, sobretudo quando ambos estão correndo trajados como civis. Ainda assim, absolutamente nenhuma fonte aponta qualquer quantidade de vítimas civis deste helicóptero. Mas os relatos dos pilotos juntos aos dos sobreviventes e dos próprios prisioneiros do Hamas não nos apontam para um alto número de atingidos por estes disparos. Ainda não se sabe ao certo quantos são.”

Coitadinhos das forças israelenses e seus pilotos, eles tinham uma tarefa muito difícil: saber quem matar. Se é assim, então, devemos aceitar que talvez tenham matado alguns inocentes, não é mesmo?

O problema que o colunista não diz é que força nenhuma teria o direito de atirar a esmo, menos ainda contra civis. E que o fato de que esses civis possam ser do próprio país torna tudo mais escandaloso.

O interessante é que o colunista, na sua determinação de defender o Estado de Israel, nem se dá ao trabalho de questionar que a campanha do sionismo e do imperialismo era a de que o Hamas assassinou pessoas indiscriminadamente. Agora, se descobre que quem pode ter assassinado pessoas indiscriminadamente foi o Estado de Israel.

Mas o colunista não quer saber. Para ele, o Hamas é terrorista, assassino, decapitador e estuprador, não importam os fatos, não importa se nenhuma prova até agora foi mostrada. Já para o Estado de Israel, o raciocínio é o contrário, nenhum prova serve para mostrar que esse Estado é criminoso.

“Soa inacreditável que jornalistas citem uma investigação da Polícia israelense, divulgada pela mídia israelense, para acusar uma ‘farsa sionista’. O raciocínio é tão estúpido que não cabe na própria narrativa. É o rabo girando o cachorro. Seriam as instituições do Estado sionista desnudando a farsa sionista. A Polícia, em especial, comandada pelo ministro mais extremista de um governo já extremista. Nada faz sentido nessa alegação conspiratória.”

Aqui, o colunista trai os seus próprios argumentos. Justamente porque o governo de Israel é tudo isso que ele cita, justamente porque as investigações são levadas pelos próprias forças israelenses é que começa a se revelar a “farsa sionista”. Se o governo criminoso de extrema-direita de Israel está preocupado em investigar a questão, é porque há muitas evidências de que houve mesmo o assassinato de civis pelas tropas israelenses, a ponto de que uma crise política e social foi aberta e obrigou tal investigação.

A farsa não se dá pela constatação exata de quantas pessoas as forças israelenses mataram ou não. A farsa se dá pelo simples fato de que as evidências desmentem a propaganda feita contra o Hamas em 7 de outubro.

E o nosso sionista, já desesperado ao descobrir que o santificado Estado de Israel pode ter cometido mais um crime, apela para os adjetivos:

“A alegação é, antes de tudo, negacionista. Acusa Israel de cometer os crimes do Hamas, pois este é legítimo, aquele não. O objetivo claramente é o de higienizar o Hamas, simplesmente para se adequar à narrativa que deslegitima o Estado de Israel como um todo. Nada do que venha de Israel pode ser crível, e se os fatos não se encaixam na narrativa, modificam-se os fatos. (…) Não basta a realidade, deve-se criminalizar Israel como um todo, nem que para isso seja necessário relativizar os crimes do Hamas, negá-los, ou construir outra realidade.”

Em primeiro lugar, é o colunista que se revela um “negacionista” febril. Ele não quer aceitar os fatos, ou seja, as evidências – para dizer o mínimo – de que as tropas de Israel podem ter matado seus róprios civis.

Em segundo lugar, não é um problema de legitimar o Hamas apenas com um acontecimento. O Hamas é um instrumento de luta legítimo, independentemente de seus métodos e do que aconteceu no dia 7. A existência do Estado de Israel não é legítima. A luta dos palestinos contra um invasor é legítima independentemente de qualquer coisa, o invasor não é legítimo, ponto.

Quando ele diz que “nada do que venha de Israel pode ser crível” dá a impressão que não existe história. Será que o colunista ignora que o Estado de Israel é uma história de massacres e mentiras para encobrir esses massacres.

E o que aconteceu no dia 7 de outubro, tudo indica ser mais uma mentira para encobrir mais um massacre.

O colunista nega os fatos porque seu único princípio é defender esse Estado. Para isso, acusa nos outros o que ele faz: negar os fatos. E acusa o Hamas de ser o que é o Estado de Israel: terrorista, assassino e mentiroso.

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