Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Ricardo Machado

É dirigente do Sindicato dos Bancários de Brasília e ex-dirigente da CUT-DF. Integra a Coordenação dos Comitês de Luta do DF e faz parte da Direção Nacional do Partido da Causa Operária (PCO)

14º CONCUT

Delegados de Bancários em Luta estarão presentes no CONCUT

Bancários em Luta se fará presente com os seus delegados, eleitos nacionalmente, no sentido de lutar dentro do CONCUT por um plano de lutas

Entre os dias 19 e 22 de outubro estará sendo realizado, na Cidade de São Paulo, o 14º Congresso Nacional da CUT, onde irá se decidir o plano de luta e as estratégias da maior central sindical da América do Sul, com os mais de 4 mil sindicatos filiados, e uma das maiores do mundo, para os próximos quatro anos.

A criação da CUT em 1983 correspondeu a uma tendência histórica dos trabalhadores de rompimento com o peleguismo, ou seja, com o regime burguês no interior dos sindicatos operários. Lula e os sindicalistas ligados a ele foram, em um primeiro momento, obrigados a romper com o peleguismo, para, em seguida, buscar a reunificação. Naquele momento, a derrota da política de unidade com os pelegos foi sem dúvida um passo adiante e serviu como uma alavanca para a criação de um movimento nacional para tirar os sindicatos mais importantes das mãos dos agentes da ditadura militar.

A presença dos pelegos tradicionais na CUT somente serviria para estrangular a central no seu nascedouro, ou seja, não teria como objetivo a construção de uma real unidade para criar uma entidade de massas, o que somente poderia ser a expressão de um movimento independente da classe operária, mas seria um verdadeiro aborto da CUT.

Neste sentido, a ruptura forçada de Lula e da burocracia do ABC com o peleguismo e a construção da CUT, independente da evolução posterior da burocracia, foi um fato revolucionário em si, uma vez que permitiu um amplo desenvolvimento das tendências combativas e semi- revolucionárias que se manifestavam nas oposições sindicais.

O setor burocrático da CUT, no ano de 1988, consolidou uma derrota ao movimento operário brasileiro através da formulação do seu estatutos que baniam as oposições sindicais do interior da organização e davam o poder às burocracias sindicais. Estes estatutos, no entanto, apenas consolidaram a ditadura da burocracia sobre a CUT, deformando a organização sindical, mas não representaram a destruição da CUT. Esta ditadura permitiu à burocracia transformar a CUT como um instrumento de sustentação do regime burguês e dos governos burgueses de Collor, Itamar e FHC, política que já estava em marcha no governo Sarney, mas encontrava na própria CUT um obstáculo para a sua implementação.

Agora, com um novo ascenso do movimento operário, devido ao agravamento da crise capitalista mundial, tende a colocar em crise o status quo predominante na CUT, ou seja, a ditadura da burocracia, a abrir caminho para uma nova etapa de luta pela centralização nacional das lutas operárias, assim como em todas as esferas de organização da classe operária e das massas populares. Esta centralização está inscrita no desenvolvimento do movimento operário brasileiro em todas as suas lutas anteriores e na formação de grandes federações nacionais com dezenas de milhares de trabalhadores com a FUP (Federação Única dos Petroleiros), a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios), Federação Nacional dos Metalúrgicos, Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), etc., processo que se estendeu a todas as categorias de trabalhadores médios como os professores universitários, professores estaduais, funcionários públicos, etc.

Para responder à tendência das massas e impulsionar o sentido preciso da sua evolução, é preciso organizar um polo político de oposição no interior da CUT, que tenha como eixo a luta pela revogação das reformas do governo golpista de Michel Temer e de defesa das reivindicações vitais da classe operária. Não se trata, logicamente, de refazer o das ditas “oposições” para fazer pressão no sentido de obter vantagens no marco do regime dirigido pela burocracia. Estas “oposições” tem evidentemente um caráter reacionário, baseado sobre a liquidação do movimento operário real dentro da CUT. Esta oposição deve ter como ponto central do seu programa a luta por uma nova direção para a CUT e para os sindicatos.

A construção de uma oposição depende em primeiro lugar de um programa de defesa das reivindicações fundamentais dos trabalhadores que foram duramente golpeados pelo golpe de Estado em 2016 com a reforma trabalhistas, privatizações, terceirização, teto dos gastos, desemprego, arrocho salarial, etc. Este programa deve defender o controle dos operários sobre os sindicatos, ou seja, a democracia operária, através da luta sem trégua tanto aos privilégios da burocracia como aos mecanismos burocráticos implantados em todos os sindicatos para impedir a unificação e a deliberação dos trabalhadores.

Em segundo lugar, é preciso construir uma oposição baseada na mobilização massiva e independente dos próprios trabalhadores. Isto quer dizer que é preciso se opor às “oposições” burocráticas que concebem a CUT como um parlamento dominado por delegados burocráticos. É preciso que a luta contra a burocracia seja levada aos locais de trabalho e aos grandes sindicatos que são a base da CUT. É preciso lançar a palavra-de-ordem de arrancar estes sindicatos das mãos da burocracia e colocá-los a serviço da luta operária.

A tarefa do momento é ir para dentro da CUT que, pela sua história, por ser a verdadeira Central Sindical brasileira, fundada e forjada no ascenso revolucionários da classe operária, a principal organização dos trabalhadores, tendo em mente que todas as lutas de massas obrigatoriamente passam pela CUT, organizar os trabalhadores, que despertam para a luta em todas as categorias, em núcleos revolucionários para mobilizar massivamente as massas trabalhadoras em torno de um programa de luta e unificar estes núcleos e as organizações sindicais independentes em um movimento nacional de oposição à burocracia e para dirigir a luta operária contra a burguesia e seus representantes nas instituições do Estado.

É com esse espírito que a Corrente Nacional Sindical Causa Operária, Bancários em Luta se fará presente com os seus delegados, eleitos nacionalmente, no sentido de lutar dentro do CONCUT por um plano de lutas que, efetivamente, contemple as reais necessidades dos trabalhadores. Petróleo 100% nacional, pela reestatização de todas as empresas nacionais, reajuste de 100% do salário mínimo, plebiscito revogatória das “reformas” do governo Michel Temer, dentre outras.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.