A campanha por uma mulher negra no Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro começou através da imprensa golpista, como de praxe, arrastou setores da esquerda pequeno-burguesa, tanto os ditos esquerdistas maus e bem intencionados. No entanto, em pouco tempo, seguindo o tamanho da campanha e os custos envolvidos, não foi difícil perceber que tudo está sendo orquestrado pelo imperialismo.
Começaram a surgir vídeos caríssimos de campanha e outdoors gigantescos em locais estratégicos, mundialmente falando, pressionando o presidente Lula a escolher uma mulher negra para o STF, após a aposentadoria da atual ministra Rosa Weber. Um desses locais, foi nada menos que a Times Square, uma das principais, mais famosas e mais movimentadas avenidas de Nova Iorque. É fácil concluir que nenhum movimento negro brasileiro ou mesmo internacional teria dinheiro o suficiente para uma campanha dessa envergadura.
A campanha vai se tornando cada vez mais escandalosa e demagógica, quando passamos o olhar nas figuras que entraram de cabeça e nas ONGs internacionais que estão por trás dessas pessoas. Outra questão que chama bastante atenção, são as tais mulheres negras que estes nomeiam como possíveis candidatas ao cargo no Supremo. Não sabemos até que ponto o presidente brasileiro irá se deixar levar por essa campanha, mas uma coisa é clara: não há defesa da mulher, muito menos negra.
Como o imperialismo está encabeçando a campanha, é importante deixar claro não apenas sua hipocrisia, mas também seu cinismo quando se fala em defender a mulher negra. Uma matéria publicada no G1 nesta terça-feira (19), leva o seguinte título: “As mulheres usadas pelos EUA como ‘cobaias’ da pílula anticoncepcional em Porto Rico”. O articulista relata, através de um documentário chamado “La Operación” de 1982, como o governo e cientistas norte-americanos fizeram experimentos com o medicamento em mulheres porto-riquenhas nos anos 50, entre as mais pobres de minorias raciais e menos instruídas daquele país.
Ana María García, professora da Universidade de Porto Rico e diretora de “La Operación”, afirma que ações foram pensadas especificamente para que esta redução populacional ocorresse entre as comunidades mais pobres. Com financiamento privado, mas também do Estado, a ilha foi “um grande laboratório de controle de natalidade”, diz García. E as mulheres, tornaram-se literalmente cobaias do governo estadunidense. Os efeitos colaterais eram de todas as formas possíveis, incluindo a morte de três mulheres.
A burguesia através de seus capachos tentam emplacar alguém de sua confiança em um órgão que constitui uma fonte de poder inimaginável no País, inclusive de forma arbitrária e inconstitucional. Não é à toa toda essa campanha e muito por estarem pensando na minoria, muito pelo contrário, é uma disputa e uma tentativa clara de controle da política brasileira.