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Bandeiras nas manifestações

Defender o Hamas é o melhor combate possível ao sionismo

Breno Altman reconhece que o Movimento de Resistência Islâmica está na vanguarda da luta, mas alega que levar suas bandeiras nas manifestações brasileiras "divide" movimento

Em participação no programa “Bom dia 247”, da TV 247, Breno Altman, dirigente do Partido dos Trabalhadores (PT), afirmou que o Partido da Causa Operária (PCO), ao levar bandeiras do Hamas para os atos pró-Palestina, estaria contribuindo para “dividir” o movimento. Na prática, a tese de Altman equivale a dizer que defender explicitamente o Hamas, portando suas bandeiras e vestindo sua camisa, dificultaria a luta contra o Estado de Israel.

Justiça seja feita, o dirigente petista não se some àqueles que, por defenderem teses semelhantes, querem, como verdadeiros “bolsonaristas de esquerda”, impedir que o PCO participem da manifestação. Ao contrário de organizações como o PSTU, que permitiu que militantes seus censurassem o PCO durante um dos atos em defesa da Palestina, Breno Altman reconhece o direito do Partido de defender o Hamas, alegando que “não existe luta anticolonial gourmet, que é quando você escolhe a organização que você aceita para a luta anticolonial”.

Embora apresente uma postura democrática neste aspecto, a divergência “estratégica” de Altman sobre apoiar ou não o Hamas nos atos é profundamente equivocada em todos os aspectos.

Breno Altman afirma que é simpático à Frente Popular pela Libertação da Palestina, mas que não considera correto ir às manifestações com bandeiras dessa organização, indicando que seu veto não é apenas ao Hamas, mas a qualquer organização política. No entanto, as bandeiras de organizações servem justamente para mostrar o programa, o objetivo, as intenções do movimento – uma manifestação sem bandeiras é que corre o risco de “dividir” facilmente o movimento, uma vez que torna qualquer manifestação suscetível a manipulações. Uma manifestação em que só haja bandeiras da Palestina, por exemplo, por mais que pareça uma manifestação pró-Palestina, pode facilmente ser sequestrada por setores vinculados à Autoridade Palestina, cujo papel na Cisjordânia e na Faixa de Gaza é justamente o de se dizer “pró-Palestina”, enquanto colabora com Israel na repressão do povo árabe.

Dizer que uma manifestação sem bandeiras de organizações políticas é suscetível a um sequestro dos inimigos da esquerda não é mera hipótese – o próprio partido de Breno Altman já foi vítima de uma operação desse tipo em 2013. Sob o mesmo pretexto de que as manifestações não eram “sobre o PT”, mas sobre um conjunto de reivindicações outras, a direita levantou a palavra de ordem de “1,2,3,4,5 mil, abaixa essa bandeira e levanta a do Brasil”. Com isso, conseguiram intimidar os manifestantes da esquerda e infiltrar até mesmo neonazistas nas manifestações.

Que maior garantia poderia haver para que as manifestações pró-Palestina continuassem pró-Palestina que não o apoio explícito às organizações que estão dando o sangue pelo seu povo na luta contra Israel?

Opor-se à presença do Hamas nos atos se torna ainda mais absurdo quando levado em consideração que o Hamas não apenas “mais uma organização” do povo Palestino. O Hamas, conforme o próprio Altman reconhece, é “quem tomou a dianteira da confrontação contra o Estado sionista”. O Hamas é, inegavelmente, o maior símbolo de luta do povo palestino neste momento. E, justamente por isso, é também o maior alvo de calúnias do imperialismo.

Desde a Operação Dilúvio, ocorrida em 7 de outubro, tem chovido todo tipo de ataque rasteiro contra o Hamas por parte da imprensa mundial, sob a batuta dos serviços de inteligência norte-americano e israelense. Até mesmo a Polícia Federal, em uma clara tentativa de atingir os setores que apoiam a luta armada do Hamas, deflagrou uma vergonhosa operação, sob ordens do Mossad, contra pobres coitados acusados de serem “terroristas do Hesbolá”, que é uma organização parceira do Movimento de Resistência Islâmico.

Os ataques incessantes ao Hamas visam não apenas enfraquecer essa que é a principal organização da resistência palestina no momento, como também justificar os ataques monstruosos de Israel contra os civis palestinos. O principal pretexto dos sionistas para bombardear hospitais e deixar 2,3 milhões de pessoas na Faixa de Gaza sem comida, nem água potável, é o de que estariam combatendo os “terroristas” do Hamas.

Levar bandeiras do Hamas nas manifestações pró-Palestina é, portanto, não apenas politizar as manifestações, garantindo o seu êxito, como também uma forma de demonstrar solidariedade a uma organização dos oprimidos que está sendo barbaramente atacada pelo imperialismo.

Em uma de suas falas mais infelizes, Breno Altman afirmou que levar bandeiras do Hamas “ajuda o sionismo”. O fato, no entanto, é que manifestações sem o Hamas é exatamente o que quer o sionismo. É o sionismo o maior produtor de mentiras e ataques covardes contra o Hamas – e o melhor cenário para continuar atacando o grupo guerrilheiro é justamente um cenário em que ele não seja apoiado nas ruas.

O que ajuda o sionismo é justamente, diante do ataque ao Hamas, não sair em defesa da organização palestina. Defender que não haja bandeira do Hamas no ato é, na prática, formar uma frente com o sionismo na tentativa de isolar o Hamas do povo palestino.

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