Desde o primeiro governo Getúlio Vargas na década de 1930, o debate acerca da exploração do petróleo no Brasil através de uma empresa nacional ganha repercussões em termos de disputas políticas entre membros da classe dominante apoiados pelo imperialismo e o grupo que defende a necessidade da industrialização, representado pelos nacionais desenvolvimentistas.
Quando Vargas inaugura a Petrobrás em 1953 ele compra uma enorme briga com o imperialismo e a partir de então passa a conviver com uma campanha difamatória e caluniosa contra o seu governo. A campanha foi tão incisiva e agressiva que utilizou as ações voluntárias do segurança de Vargas o senhor Gregório Fortunato para atacar o governo. Naquela oportunidade, o segurança de Vargas esteve envolvido num plano para assassinar o jornalista e membro da UDN (União Democrática Nacional), partido reacionário de direita, e que no fim resultou no assassinato do militar da Força Aérea, conhecido como major Rubens Vaz.
Nos desdobramentos desse incidente e de outros problemas acumulados pelo governo a pressão entre 1953-54 aumenta exponencialmente. A campanha golpista envolvendo setores da burguesia em conluio com o imperialismo passa pela pressão das forças armadas sobre o governo. Tanto que em 24 de agosto de 1954 o presidente Getúlio Vargas acaba cometendo suicídio e mostra ao país o resultado da conspiração contra a nação e o povo. Essa pequena introdução no contexto do segundo governo Vargas e da própria criação da Petrobrás; que relaciona o suicídio de Vargas a conspiração golpista para derrubá-lo, procura explicar que existe uma disputa entre os interesses do imperialismo e a defesa da soberania nacional. Em grande medida, os interesses em controlar a produção do petróleo como estratégia para desenvolver a infraestrutura e a soberania nacional colidem com os interesses do imperialismo, desde a criação da Petrobrás em 1953, durante o segundo governo Vargas (1951-54).
Exatamente 70 anos após a tentativa frustrada de golpe pelo imperialismo em parceria com a burguesia nacional entreguista retomamos o ponto, novamente em defesa da Petrobrás e de sua reconhecida competência tecnológica para extrair petróleo. Naquela oportunidade o golpe não ocorreu devido a ação desesperada de Vargas ao cometer o suicídio. Mas, no atual momento que um novo cenário de continuidade do golpe de 2016 está à espreita; novamente o petróleo estará no centro dessa disputa no governo Lula? Para compreender essa questão cabe relembrar que no golpe bem sucedido de 1964, ao contrário de dez anos antes no governo Vargas, o papel das fundações ou ONGs internacionais subsidiava o argumento ideológico de que o capitalismo comandado pelos Estados Unidos era a representação absoluta dos valores democráticos e de uma sociedade do mundo do trabalho bem sucedida; ao contrário dos valores “comunistas”.
A ministra do Meio Ambiente Marina Silva, peça da engrenagem de George Soros, através da ONG Open Society, soube manejar a chamada pauta ambiental como estratégia para bloquear os avanços da pesquisa científica da Petrobrás na região da Amazônia. A Petrobrás, desde a sua fundação no período Vargas desenvolveu uma tecnologia bastante superior às outras empresas do setor no que diz respeito a exploração e produção de petróleo. Com uma tecnologia de ponta e projetos avançados de pesquisa e exploração de petróleo a Petrobrás encaminhou recentemente um projeto de exploração do chamado “ouro negro” na Amazônia. Entretanto, a ministra representante de George Soros utiliza as atribuições do ministério do Meio Ambiente para barrar o projeto de pesquisa da Petrobrás via IBAMA.
O interessante é assinalar que projetos de pesquisa, exploração e até produção de combustíveis, já ocorre na Amazônia desde pelo menos, quase 40 anos.
Descoberta em 1986 no coração da Amazônia, em Coari, a cerca de 650 quilômetros de Manaus, Urucu chama a atenção pelo desafio de produzir petróleo com respeito ao meio ambiente e redução dos impactos da atividade sobre a região.
O óleo de Urucu, um dos mais leves produzidos no país (quanto mais leve, melhor a qualidade), facilita o seu processamento nas refinarias e permite o aproveitamento na produção de gasolina, nafta petroquímica, óleo diesel e Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)”.
Quase nada conhecemos sobre os projetos da Petrobrás, ainda mais na Amazônia e seu papel importantíssimo para o desenvolvimento da região e do país. O cinismo e a demagogia da imprensa burguesa como estratégia política e golpista atinge em cheio o coração da esquerda pequeno burguesa, que decola na campanha em defesa do “meio ambiente” em detrimento do atraso econômico do país.
Uma campanha de entrave ao desenvolvimento e a soberania do país através das ONGs imperialistas que Marina Silva e outros dentro do próprio governo representam. As empresas petrolíferas na Guiana estão explorando o petróleo a todo vapor através das companhias estrangeiras, e cabe a ressalva, de que a tentativa de impedir que a Petrobrás cumpra com suas funções de explorar o petróleo e contribuir para o desenvolvimento e a soberania do país tem o objetivo de estrangular a economia nacional. Além do mais, se a Petrobrás não pode pesquisar e explorar o nosso petróleo outra empresa estrangeira fará. E ainda, podendo utilizar a tecnologia da Petrobrás para atingir os objetivos dos ávidos capitalistas estrangeiros e outros sócios especuladores da sangria nacional.