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Política do imperialismo

“Decrescimento” é para os países atrasados

Michael Löwy defende o mundial, sob a alegação de um suposto "ambientalismo" de esquerda. Trata-se de uma política anti-socialista e que relega a população do mundo à miséria

Nos últimos anos, movimentos ambientalistas têm sido impulsionados pelo imperialismo em diversas frentes. É possível ver essa pressão sobre todos os governos (particularmente nos países atrasados), a demagogia das empresas também está presente em todos os meios de comunicação. Diversas iniciativas, financiadas por banqueiros e pelos mais poderosos setores do capitalismo, vão no sentido de uma suposta defesa da preservação ambiental e da natureza.

No entanto, o movimento não serviria de nada se ele não tivesse os seus defensores e infiltrados dentro da esquerda mundial. Em alguns casos, até se vendendo como um movimento supostamente revolucionário. Um dos maiores expoentes dessa farsa é o acadêmico Michael Löwy. Löwy dedica a maior parte de sua produção à defesa do chamado “ecossocialismo” e de suas teses. Recentemente, uma de suas matérias foi repercutida no sítio A Terra é redonda, o título do artigo é “Teses sobre o decrescimento”.

O texto consiste em 9 teses sobre o “decrescimento”, nas quais procura demonstrar que, com o ritmo atual de crescimento da economia mundial, “há o risco de desencadear-se um processo de mudanças climáticas irreversível e catastrófico”.  Essas catástrofes seriam consequência direta do aquecimento global. A elevação de 1,5 graus centígrados na temperatura do planeta poderia levar às seguintes tragédias: “a multiplicação de mega-incêndios que destruiriam a maior parte das florestas; o desaparecimento dos rios e o esgotamento das reservas subterrâneas de água; o aumento da seca e da desertificação das terras; o degelo e o deslocamento das placas polares e a elevação do nível do mar, que levaria à inundação das principais cidades da civilização humana”.

Para Löwy, já há indícios dessas mudanças no mundo atual: “seca ameaça com a fome milhões de pessoas na África e na Ásia; o aumento da temperatura no verão atingiu níveis insuportáveis em algumas áreas do planeta; as florestas estão ardendo por todos os lugares em extensões cada vez maiores”, etc. O autor não considera que a fome e as condições precárias de vida em diversas regiões do mundo sejam consequência do sistema econômico capitalista e do imperialismo, que esmaga as economias de todos os países do mundo, o problema seriam os impactos ambientais do desenvolvimento industrial.

Löwy explica que os ecossocialistas têm adotado, cada vez mais, as ideias do movimento chamado de “decrescimento”. Ele considera que, por ser impossível tratar das questões ambientais dentro do sistema capitalista. Os socialistas devem assumir para si a tarefa de defesa do meio ambiente, daí que teria surgido o ecossocialismo. Em suas palavras: “O capitalismo não pode existir sem crescimento, expansão, acumulação de capital, mercadorias e lucros, e o crescimento não pode continuar sem uma utilização estendida das energias fósseis”. Para ele, a questão do decrescimento surge do fato de que “(…) a maioria das energias renováveis, como a eólica e a solar, (a) precisam de matérias-primas que não existem em escala ilimitada e (b) são intermitentes, dependendo das condições climáticas (vento, sol)”.

Os ecossocialistas defendem, portanto, que a economia deve retroceder e que a industrialização deve ser interrompida imediatamente. Para ele, o socialismo seria a defesa de se voltar atrás no desenvolvimento do mundo. Ele considera, por exemplo, que “A experiência soviética, independentemente de seus méritos ou limitações, também se baseou na lógica do crescimento, fundamentada nos mesmos recursos fósseis do Ocidente. E grande parte da esquerda, durante o século passado, compartilhou a ideologia do crescimento, em nome do “desenvolvimento das forças produtivas”. Um socialismo produtivista, que ignora a crise ecológica, é incapaz de responder aos desafios do século XXI”.

A ideia dos ecossocialistas é absurda, irreal e reacionária. A defesa de que não se deve desenvolver mais a economia e os meios de produção vai na contramão do que seria o socialismo. O verdadeiro socialismo é a defesa justamente do fim do capitalismo para que a economia possa se desenvolver ainda mais, sem as amarras de uma classe dominante cuja única função é tomar para si todo o produto do trabalho do restante da sociedade. Durante o socialismo, o processo de industrialização em todos os lugares se desenvolveria ainda mais.

A defesa do decrescimento é o exato oposto disso, é a defesa de que o mundo volte ao passado para salvaguardar a natureza. Sob a tese de que os recursos naturais seriam limitados (embora não haja um cálculo exato do tempo que levaria para esses recursos se esgotassem), defende-se a diminuição dos gastos energéticos, o que levaria todos os países a diminuírem sua produção.

As consequências dessa política são, elas sim, catastróficas. Em um planeta em que a maior parte da população vive na pobreza ou na miséria, interromper o processo produtivo e o desenvolvimento econômico é condenar essa população a morrer de fome. Em suma, para salvar as árvores, os ecossocialistas defendem que o povo morra de fome.

Essa política se assemelha bastante com o que defendiam também os fascistas. Estes se colocavam a favor de retroceder o desenvolvimento da sociedade, mesmo que de uma forma diferente. Para os fascistas, o problema central eram os costumes e hábitos, mas os ecossocialistas consideram que esse retrocesso deva ser nos meios de produção, o que é ainda pior. As teses apocalípticas propagadas pelos ambientalistas não têm embasamento científico sólido e a ideia de que “o fim está próximo” é típica propaganda do imperialismo para apavorar a população.

Por fim, é preciso compreender que o principal interessado nessa ideologia é o próprio imperialismo. A ideia do decrescimento favorece a esses setores. Os países imperialistas já gozam de um sistema capitalista desenvolvido, então a ideia de interromper esse desenvolvimento prejudicará, principalmente, os países atrasados. Na prática, e isso pode ser visto hoje no Brasil, o imperialismo quer impedir que os países atrasados extraiam seus recursos naturais e se desenvolvam. A defesa do ecossocialismo e do decrescimento é uma defesa, evidentemente, do imperialismo.

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