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"Lula governa com o inimigo"

CST convoca frente eleitoral de esquerda anti-Lula

Em demonstração explícita de uma política a reboque da direita golpista dentro da esquerda, CST faz documento repleto de calúnias contra o PT e convoca frente com outros partidos

O grupo “Corrente Socialista de Trabalhadores” (CST), recém-saído do PSOL, se coloca na ofensiva da esquerda antilulista com potencial golpista. Em texto publicado no seu sítio, que foi reproduzido para panfletos distribuídos em atividades de rua durante o Grito dos Excluídos, eles procuram explicar por que toda a esquerda e os movimentos sociais deveriam se colocar na oposição do governo que eles mesmos elegeram com sua própria luta.

A matéria, intitulada “Lula governa com nossos inimigos e a serviço dos empresários e banqueiros”, abre com a seguinte colocação: “Sabemos que essa definição pode parecer muito radical a você que acaba de receber nosso jornal pela primeira vez. Provavelmente pode ser vista como exagerada por muitos trabalhadores, trabalhadoras e jovens que são leitores de nosso jornal há mais tempo”. Nós veremos, no entanto, que não se trata de radicalismo ou de exagero, mas de uma análise errada e que ignora a luta de classes que se processa hoje no Brasil e em muitos países do mundo.

Na abertura de seu texto, procuram fazer uma análise dos primeiros nove meses do governo Lula, e já começam com uma série de afirmações mal-intencionadas e enviesadas. Começam falando sobre as indicações de Lula para os ministérios e outros cargos. Ali, eles criticam indicações que são efetivamente criticáveis, como a de Múcio para a Defesa e outras, mas mencionam no meio, esperando que passe despercebido, o Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele é o responsável pelas taxas criminosas de juros adotadas pelos bancos nesses anos, no entanto, ele não foi indicado por Lula. Quem o indicou foi Jair Bolsonaro e quem aprovou a medida que defende a independência do Banco Central, possibilitando que essa taxa de juros não passe pelo crivo da presidência da república ou de ninguém eleito pelo povo, também foi Bolsonaro. Portanto, associar isso a Lula é de uma desonestidade muito grande.

No que diz respeito ao restante dos ministérios, é uma política realmente errada do PT a indicação de figuras ligadas à direita, como Fávaro para a Agricultura, Múcio para a Defesa e outros. No entanto, o texto faz vista grossa às piores indicações de Lula, que são os ministros identitários como Silvio Almeida e Anielle Franco, justamente porque a CST, que estava no PSOL quando Lula foi eleito, foi um dos principais impulsionadores desses infiltrados do imperialismo dentro do governo brasileiro.

A política do PT de dividir o seu governo com vários setores é um grande problema e um desses setores mais problemáticos é o próprio PSOL, cuja função sempre foi a de procurar sabotar o PT. Ao denunciar algumas alianças que o PT acaba fazendo para manter a governabilidade, a CST quer defender a ideia de que o governo Lula estaria aliado com os setores mais direitistas do país, citando o governador de São Paulo, por exemplo, e o do Rio de Janeiro. Extrapolando para dizer que Lula apoiaria a chacina da PM em São Paulo e em outros locais, ainda que se possa fazer a crítica de que o governador do PT na Bahia dá um péssimo exemplo em não punir os policiais de Estado que seguem assassinando a população.  

A CST também ataca o Arcabouço Fiscal (medida que resulta de uma sabotagem do Congresso à proposta original enviada pelo governo), o aumento pequeno do salário-mínimo, acusa o governo de estar junto aos latifundiários e muitas outras coisas.

Ainda que se possa concordar com críticas feitas ao governo, é preciso ressaltar duas questões fundamentais na campanha da CST. Primeiramente, a colocação de acusações falsas no meio de críticas verdadeiras é o expediente conhecido como “amálgama”, uma prática extremamente desonesta e que remete ao stalinismo. Atribuir a Lula o problema da presidência do Banco Central, dizer que o agronegócio está com o governo ou que este seria um aliado do governo Tarcísio em São Paulo, são todas colocações mentirosas e colocadas ali com a intenção de confundir o leitor.

A segunda questão é: por mais que se possa fazer críticas justas ao Governo, a postura desonesta da CST tem um erro fundamental na relação entre um grupo revolucionário e um governo nacionalista de esquerda que está sendo perseguido pela burguesia e pelo imperialismo. Acontece que a classe trabalhadora brasileira tem grande conexão com Lula, era a vontade do povo que ele vencesse as eleições, após dois governos golpistas que os esfolaram e acabaram com seus direitos. Nesse sentido, o movimento popular estava todo em torno da eleição de Lula, o que se deve fazer é atuar, por dentro desse movimento, para influenciar o governo a adotar políticas que sejam dos interesses da população. O que a CST faz é dar força para a direita, a burguesia e o imperialismo, que estão apenas aguardando a brecha para poder derrubar o governo Lula.

O documento termina fazendo uma convocação a todos os outros partidos que têm essa mesma política golpista e pró-imperialista, para que façam uma frente eleitoral. Segundo suas próprias palavras: “construir uma frente eleitoral da esquerda independente do governo Lula/Alckmin e de seus governadores; uma frente sem qualquer partido patronal ou representantes dos patrões, totalmente diferente da colaboração de classes da frente ampla de Lula/Alckmin e Boulos. Uma frente eleitoral contra os governadores e prefeitos de direita e da extrema direita, que proponha a imediata prisão de Bolsonaro e confisco dos bens dos golpistas”.

Os partidos citados pela CST para comporem essa frente são UP, PCB, PCB-RR, PSTU e MRT. São todos grupos que já se colocaram à disposição de serem a ala esquerda do golpismo no Brasil. Está evidente que o governo Lula está cercado por todos os lados e, caso venha a ser consolidado um golpe contra ele, vamos ver se esses setores assumem a culpa por tê-lo apoiado o tentam disfarçar e tirar o corpo fora como fizeram anteriormente.

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