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Farsa

Cruzeiro, mais uma SAF em crise

Pode-se argumentar que a SAF do Botafogo está fazendo história, porém dos cinco últimos colocados no Brasileirão, quatro são SAF

Um dos maiores clubes do Brasil, o Cruzeiro é mais uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF) em crise. O dono do clube, o ex-craque Ronaldo “Fenômeno” Nazário, que também é proprietário de um clube espanhol, Real Valladolid, ainda não se pronunciou sobre a ausência de um técnico no clube mineiro. Há mais de uma semana que o treinador português Pepa foi demitido e a Raposa ainda não encontrou um substituto para assumir o comando do elenco, sendo o seu segundo maior período sem um técnico em mais de 10 anos.

A situação crítica revela a farsa das SAFs. Seus defensores diziam que o esquema de privatização dos clubes seria a solução para “profissionalizar” o futebol brasileiro, apontando que o método dos clubes associativos não funcionaria devido ao “amadorismo” dos dirigentes. Longe de defender os cartolas dos clubes nacionais, que são bichos-papões na campanha pela privatização dos clubes, fato é que a entrega das associações para os capitalistas é um profundo ataque contra o patrimônio do povo brasileiro e, de fato, não resolve os problemas do futebol nacional.

Pode-se argumentar que a SAF do Botafogo está fazendo história, podendo fazer o clube ser campeão brasileiro após 28 anos. Se esquecem, no entanto, que no próprio Botafogo um dos principais problemas do futebol nacional continua ocorrendo: a evasão dos bons jogadores para o exterior. Na verdade, a SAF do empresário norte-americano John Textor apenas facilitou o esquema. Dono de uma rede multiclubes em nome de sua empresa Eagle Holdings, Textor já enviou a principal revelação do clube na temporada passada, Jeffinho, para seu clube na França, o Olympique Lyonnais. Após essa temporada, duas das principais peças do Botafogo, o goleiro Lucas Perri (recém convocado para a Seleção Brasileira) e o zagueiro Adryelson (o melhor zagueiro do Brasileirão), também devem ir ao Lyon.

Ademais, o caso do Botafogo é uma exceção nas SAFs. Basta olhar para os últimos colocados da tabela. Na zona de rebaixamento, que conta com Coritiba, América-MG, Vasco e Santos, apenas o Alvinegro Praiano não é SAF. Ainda, o primeiro clube fora do Z4, na 16ª posição, é o Bahia, adquirido pelo grupo City. Ou seja, dos últimos cinco colocados do Campeonato Brasileiro, quatro são SAFs.

A crise do Cruzeiro

Nesse sentido, a crise na Raposa segue o caminho das outras SAFs. Ficou aparente no início do ano, quando o Cruzeiro fez uma campanha pífia no Campeonato Mineiro, o que acabou levando à demissão do técnico uruguaio Paulo Pezzolano. Foi contratado o técnico português Pepa, que também não resolveu o problema do clube mineiro — cujo dono, Ronaldo, não reforçou efetivamente o elenco.

Pepa foi demitido no final de agosto após um jejum de vitórias na Série A do Campeonato Brasileiro, após empatar sem gol contra o Redbull Bragantino. Foi a oitava partida consecutiva do time celeste sem vitórias. A Raposa, agora, se encontra na 12ª posição, com 26 pontos, somando seis vitórias, oito empates e oito derrotas — uma campanha melhor, até a 22ª rodada, que a de 2019 (19 pontos, quatro vitórias, sete empates e 11 derrotas), quando o clube caiu pela primeira vez, ficando três anos na Série B; mas pior que 2011 (28 pontos, oito vitórias, quatro empates e dez derrotas), quando o clube escapou por pouco do rebaixamento.

Seria definitivamente uma crise um clube do tamanho do Cruzeiro cair em seu primeiro ano na Série A após três anos na Série B.

Valladolid e técnicos estrangeiros

A situação não é boa para o Cruzeiro quando se analisa a colocação do clube de Ronaldo na Espanha. O Real Valladoli, no ano passado, caiu para a segunda divisão do Campeonato Espanhol (La Liga). No início da temporada atual (2023-2024), o clube de Ronaldo, liderado por Pezzolano, agora está na última posição da Série B do Espanhol, com apenas três pontos em quatro rodadas. Ou seja, a crise parece ser uma constante da administração da SAF multiclubes do ex-jogador brasileiro.

Ademais, os casos reforçam outra farsa: a da suposta superioridade dos técnicos estrangeiros, que estão invadindo o Brasil sem nenhuma justificativa para isso. No Cruzeiro, são dois técnicos que caíram esse ano: Pezzolano e Pepa. O uruguaio, após fazer uma boa campanha na Série B de 2022, saindo-se vencedor, não repetiu a boa campanha e foi enviado para treinar o Valladolid. Mesmo na fraquíssima Segunda Divisão espanhola, não está conseguindo render, revelando não possuir nenhum talento especial no comando de um time para justificar o detrimento dos treinadores brasileiros por técnicos medíocres.

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