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Marina Silva

Crise expôs a incompatibilidade entre identitários e o governo

Não adianta uma política de compromisso com os elementos pró-imperialistas

Na semana que passou, surgiu uma crise no interior do governo Lula no que diz respeito à implementação de seu programa. O IBAMA, sob o comando do Ministério do Meio Ambiente e de sua ministra, Marina Silva, negou à Petrobrás uma licença ambiental que havia sido requerida para a realização de estudos de viabilidade para eventual exploração de petróleo na foz do Amazonas e em outras bacias localizadas na Margem Equatorial.

A licença foi negada sob a justificativa infundada de que o estudo de viabilidade causaria danos ambientais. O veto contrariou frontalmente os interesses nacionalistas do governo Lula, que tem como um de seus alicerces fundamentais a exploração do petróleo como indutor do desenvolvimento econômico e da industrialização do Brasil.

Nesta semana, a crise se aprofundou com a aprovação da Medida Provisória 1.154 pela Comissão Mista do Congresso Nacional, criada para esse fim. A referida MP trata da Estrutura dos Ministérios. Ao ser aprovada, o Congresso promoveu profundas mudanças no governo Lula, em especial dos Ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, tirando-lhe inúmeras atribuições.

Em suma, os lacaios do imperialismo Marina Silva e Sonia Guajajara foram jogados a escanteio, perdendo grande parte da força que tinham para chantagear o governo Lula, ainda que isso tenha acontecido como efeito colateral da ofensiva da direita sobre o governo.

Por óbvio, Marina Silva não ficou contente. Na quinta feira, se reuniu com ONGs e afirmou que Lula irá vetar o trecho que afrouxa a Lei da Mata Atlântica, aprovado através da MP 1.150. Em outras palavras: busca pressionar o governo. Faz sua oposição e recebe apoio unanime da imprensa pró imperialista, que condena Lula por, segundo eles, estar seguindo os caminhos de Bolsonaro.

Na tentativa de conter a crise, o presidente reuniu-se com as duas ministras nessa sexta-feira (26), no Palácio do Planalto. Ainda sem uma saída definida para a situação, especula-se que o governo planeja manter Marina e Guajajara a par das políticas de setores retirados de suas respectivas pastas. Seria uma espécie de “guarda compartilhada”.

Em suma, Lula busca colocar panos quentes sobre a situação.

Por um lado, quer evitar se desgastar diretamente com os ambientalistas (Marina Silva) e com os identitários (Sônia Guajajara), mantendo seus respectivos ministérios esvaziados. Por quê? Pois isto representaria um enfrentamento mais direto com imperialismo e com um amplo setor da esquerda e da pequena burguesia que segue a reboque dessa política imperialista no Brasil. Por outro lado, também procura evitar enfrentar a Câmara dos Deputados, pois não possui força política para derrotar Arthur Lira e sua base de deputados.

É importante frisar que a crise entre o governo Lula e os ambientalistas e os identitários não é algo pontual. É uma crise crônica. Tende a acompanhar o governo durante todo o seu mandato. E por que razão?

Pois há uma incompatibilidade entre a política do governo Lula e política dos identitários e dos ambientalistas.

A política de Lula é voltada para a industrialização do país e seu desenvolvimento econômico, utilizando-se para isto das fontes energéticas que temos a sorte de possuir (petróleo, potenciais hídricos) em abundância. Sua política é também a de se formar aliança com países atrasados, para sobreviver perante o imperialismo. Por outro lado, a política de ambientalistas e de identitários como Marina Silva e Sônia Guajajara é a política oposta. Seguem as diretrizes do imperialismo, de utilizar a demagogia de proteção ao meio ambienta para impedir o desenvolvimento nacional.

Enquanto esses elementos estiverem infiltrados no Palácio do Planalto, as crises continuarão a ocorrer, inclusive tendem a se aprofundar.

Tentar agradar Marina Silva e seus congêneres é um erro. Não é possível um acordo com tais setores, que representam interesses opostos ao do governo. Lula deveria ter aproveitado a crise para demitir a ministra. Essa é a segunda chance que Lula perde para se livrar de elementos direitistas de seu governo. A primeira foi o caso de Juscelino Filho, do União Brasil, com quem Lula se reuniu em circunstâncias bastante tensas.

A manutenção de elementos direitistas e pró imperialistas no governo levará, inevitavelmente, a novos choques no futuro, complicando a situação do governo. A melhor política, portanto, seria a de aproveitar o momento de crise e se antecipar aos acontecimentos. Isto é, aproveitar que Marina Silva revelou sua oposição ao governo e que há muita indisposição contra a ministra dentro do próprio PT. Inúmeras posições contrárias à ministra também estão sendo constantemente veiculadas no principal órgão da imprensa ligada ao governo, o Brasil 247.

E, de sobra, a própria direita no Congresso está se mostrando avessa à política do ambientalismo ongueiro dos países imperialistas. Não é a toa que esvaziaram o Ministério do Meio Ambiente ao votar a MP da Esplanada.

Portanto, ainda é tempo. Lula deve aproveitar a oportunidade para realizar um expurgo e expulsar do governo Marina Silva e demais ambientalistas e identitários pró imperialistas.

Fora Marina Silva!

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