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Palestina

Crise em Israel: operações e sucessivas derrotas militares

Apesar do aumento nas operações das forças israelenses, avanços ocorrem apenas contra a população civil na Cisjordânia, nas frentes de combate, baixas

Invasões militares sionistas na Cisjordânia

Na madrugada de sábado para domingo, as forças israelenses atacaram a cidade de Tubas, no norte da Cisjordânia, o que levou a uma intensa troca de tiros com a resistência palestina. A invasão ocorreu cedo, e as forças sionistas fecharam as entradas da cidade com escavadeiras.

Relatos apontam que uma casa foi demolida, com feridos no local. Testemunhas afirmaram que outras duas casas podem ser destruídas, e que francos atiradores do regime sionista tomaram posição nos telhados da cidade.

Ao mesmo tempo, a resistência palestina confrontou a invasão, alvejando veículos com artefatos altamente explosivos, segundo fontes do Al Mayadeen.

Também foram invadidos Asira ash-Shamaliya, próxima à cidade de Nablus, bairros residenciais de Nablus, os vilarejos de Burqa, de Kafr Qalil, ao sul de Nablus, e Marka, a sudoeste de Jenin.

Nos últimos dois meses, mais de 275 palestinos foram mortos na Cisjordânia, uma média acima de quatro por dia, e milhares ficaram feridos.

No último sábado à noite, as tropas sionistas invadiram o bairro Umm Al-Sharayet, em Ramala, o campo de refugiados Aida, na cidade de Beit Lahm, e entraram na cidade de Tuqu’, ao sudeste da cidade.

Resposta da resistência armada

Na última sexta-feira (8), as forças israelenses invadiram o bairro de Kitf al-Wad e foram alvo de artefatos explosivos improvisados no campo de Aqabat Jaber.

A Brigada Areeha, das Brigadas Al-Quds, reivindicou a operação, confirmando o enfrentamento com tiros e explosivos no campo de refugiados, com acertos diretos.

As Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa anunciaram responsabilidade pela operação que alvejou pesadamente uma base militar israelense em Jabal Jarzim, ao sul de Nablus.

Em outra operação, de acordo com veículos da imprensa israelense, um soldado israelense e dois colonos foram feridos a tiros no norte da Cisjordânia ocupada. O ataque ocorreu a leste de Jenin, e teve por alvo o posto de bloqueio militar israelense de Dotan.

Na sequência do ataque, as Brigadas de Jenin, das Brigadas Al-Quds, anunciaram o ataque a tropas sionistas patrulhando a área do posto de Dotan, com acertos confirmados às forças inimigas.

Ainda na sexta-feira, as forças israelenses assassinaram seis palestinos, e feriram muitos outros ao invadirem o campo de refugiados de al-Far’a, ao sul de Tubas. Em resposta, o Hamas convocou a resistência na Cisjordânia a continuar mobilizando contra a ocupação israelense, seguindo os assassinatos a sangue-frio em al-Far’a.

As medidas de opressão israelenses na Cisjordânia foram intensificadas a partir da operação Dilúvio de Al-Aqsa, com invasões e execuções quase diárias, que persistiram mesmo durante a trégua em Gaza.

Gaza, cova do sionismo

No início do último domingo, as Brigadas Al-Qassam anunciaram a destruição de um transporte blindado APC israelense em Khan Younis, usando um artefato explosivo improvisado Shawaz, o que também pôs fogo no veículo. Ainda, que atingiram um tanque Merkava usando uma carga al-Yassin 105 na mesma região.

Informaram ainda o sucesso ao atingir quatro veículos militares israelenses com projéteis al-Yassin 105 no bairro de al-Zaytoun, na cidade de Gaza. 

Revelaram ainda a detonação de uma série de explosivos num prédio fortificado que abrigava soldados israelenses ao leste de al-Zaytoun. O comunicado confirmou que os soldados da unidade foram mortos ou feridos. Após identificarem que uma força sionista se fortificou numa escola, membros da Brigada Al-Qassam plantaram uma rede de explosivos no prédio, que depois foi detonada nos soldados invasores.

As Brigadas Al-Quds anunciaram o alvejamento de dois veículos militares israelenses com cargas Tandem e regulares de RPG na linha de frente de Beit Hanoun.

No bairro de al-Zaytoun, confirmaram o sucesso ao alvejar dois veículos militares e uma escavadeira israelenses usando projéteis Tandem.

Ao leste de Gaza, no bairro de Shujaiya, as Brigadas destruíram um tanque israelense com um artefato explosivo Thaqeb, com perfuração de blindagem, e alvejaram outros três tanques com cargas Tandem.

Na frente oriental de Khan Younis, a resistência atacou com foguetes e morteiros as formações militares israelenses em torno do Centro Cultural e da área de Farahin.

As Brigadas Al-Mujahideen, que lutam ao lado das Brigadas Al-Qassam e Al-Quds, anunciaram que seus membros se engajaram em confrontos intensos com as forças sionistas infiltrando os bairros de Shujaiya e Sheikh Radwan. Infligiram perdas diretas confirmadas à infantaria e veículos israelenses.

Ocupação sionista sofre baixas

Mais cinco soldados israelenses morreram no último sábado. Segundo a imprensa israelense, um dos mortos era o sobrinho do ex-Chefe de Gabinete das Forças de Defesa de Israel, cujo filho também foi morto há alguns dias.

O sítio israelense Walla destacou que 5.000 soldados ficaram feridos desde o 7 de outubro, 2.000 dos quais oficialmente foram declarados aleijados/ incapacitados.

A cada dia, aproximadamente 60 novos soldados israelenses feridos são admitidos ao departamento de reabilitação, que atende os militares e reservistas feridos. Esse número desconsidera os feridos regulares, segundo o portal de notícias israelense Ynet.

A diretora do departamento de reabilitação do Ministério da Segurança de Israel ressaltou que nunca haviam passado por algo similar, complementando que mais de 58% dos feridos admitidos sofreram ferimentos graves às mãos e pés, incluindo ferimentos que requerem amputações.

Em torno de 12% são ferimentos internos: baço, rins, laceração de órgãos internos, ela especificou. Há também ferimentos à cabeça e aos olhos, e em torno de 7% sofrem de doenças mentais, número esperado que aumente significativamente.

Ao passo em que Israel acomodava 60.000 soldados deficientes/ incapacitados, segundo artigo de novembro de 2022 do jornal israelense i24, com 50% classificados como “descendentes de terceira geração” e veteranos de guerras passadas, Luria concluiu que a guerra atual “mudou significativamente a estrutura da sociedade israelense” e impactará todos os planos da Organização de Veteranos Deficientes de Israel pelo próximo ano.

Fronteira norte em crise, o Hesbolá

O líder do Conselho Israelense do assentamento de Metula na parte leste da fronteira com o Líbano, David Azoulai, afirmou no último sábado (9), que toda a infraestrutura dos assentamentos israelenses localizados a uma distância dentro de quatro quilômetros da fronteira não está operando devido ao alvejamento contínuo pelo Hesbolá.

Azoulai questionou como a infraestrutura libanesa ao longo da fronteira, incluindo a pedreira localizada 70 metros ao norte de Metula pode estar funcionando enquanto toda a infraestrutura israelense dentro de quatro quilômetros da fronteira permanece inoperante devido ao Hesbolá.

O jornal israelense Maariv apontou que o Hesbolá do Líbano “expulsou os colonos do norte”. Também destacou que o exército israelense fortaleceu suas tropas no norte da Palestina ocupada nas últimas semanas devido aos ataques do Hesbolá a assentamentos e bases. Fato digno de nota é que as autoridades de ocupação israelenses evacuaram novos assentamentos no norte da Palestina ocupada na sexta-feira, indicando que estes assentamentos não haviam sido evacuados desde 1948.

Há, segundo a imprensa israelense, uma preocupação crescente entre os colonos no norte sobre retornar para “suas” casas. Eles dirigem acusações contra o governo israelense, de os abandonar, o que evidencia o aumento da crise política com a continuidade e intensificação da guerra. Os assentamentos foram descritos como se tornando “cidades-fantasma” com “sombras do Hesbolá nos quintais de suas casas.”

Ainda na sexta-feira, o Hesbolá divulgou diversos comunicados militares detalhando nove operações contra bases e implantação de tropas das forças israelenses, tanto no leste como no oeste da fronteira. A Resistência Islâmica ressaltou que as operações contra instalações israelenses são uma demonstração de apoio para o resiliente povo da Palestina na Faixa de Gaza e uma demonstração de apoio à sua corajosa resistência.

No setor leste da fronteira, utilizaram armamento adequado contra o entreposto Miskaf-Am, assim como atingiram com sucesso a instalação de radar localizada no Líbano ocupado, nas fazendas Shebaa, confirmando acertos diretos.

Também alvejaram o entreposto de Ruwaisat Al-Alam nas colinas Kfar Shuba, nas fazendas Shebaa e na instalação de Al-Abad, com armas apropriadas, também com acertos diretos.

Do norte com o Líbano, a oeste na Cisjordânia e ao sul em Gaza, as forças sionistas enfrentam uma derrota militar total considerando os recursos militares e a infraestrutura disponíveis. A crise política, enquanto isso, aumenta frente à estagnação militar, sem grandes conquistas do exército israelense, ao passo em que as baixas crescem. O que já é uma crise militar intensifica a crise política anterior, enquanto outras forças árabes cada vez mais são pressionadas a apoiar a Palestina. A situação tende a ficar insustentável.

* Com informações do Al Mayadeen.

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