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A favor do imperialismo

Crença na democracia e liberalismo: o PSOL contra a Nicarágua

O PSOL considera que os expatriados da Nicarágua são perseguidos políticos

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A Executiva Nacional do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) divulgou, no último dia 28 de fevereiro, uma moção de solidariedade aos, segundo a sua caracterização, dos “mais de 200 perseguidos políticos nicaraguenses que estavam presos e foram expatriados de seu país pela criminosa ditadura de Daniel Ortega”. (Sítio revista movimento)

A primeira coisa que precisamos ressaltar é que essa posição do PSOL não é uma novidade. Uma das figuras, expoentes desse partido, Guilherme Boulos, numa demonstração de lealdade aos diretores do IREE (Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa), presidido pelo seu amigo Walfrido Warde, que possui uma parceria com a think tank Global Americans que é impulsionada por figuras como o golpista equatoriano Lenín Moreno, a ex-funcionária do governo colombiano Carolina Barco e ex-chefe de gabinete da primeira-dama dos Estados Unidos, Julissa Reynoso, sendo que os colaboradores da Global Americans são também membros do National Endowment for Democracy (Fundo Nacional para a Democracia, o NED), um fundo criado para financiar tudo o que os Estados Unidos não consideram uma “democracia”, isto é, a Venezuela, a Nicarágua, Cuba, o Irã etc., criticou as eleições na Nicarágua, já em 2020. 

E, agora, esse mesmo partido vem com a conversa de que os expatriados são “líderes históricos da Revolução de 1979” como a ex-sandinista Mônica Baltodano que, recentemente assinou um manifesto de um grupo de feministas russas contra a “invasão” da Rússia na Ucrânia, ou seja, no frigir dos ovos, uma posição a favor dos países imperialistas representados pela OTAN. Como se pode constatar, a justificativa do PSOL, em defesa dos expatriados, por serem pessoas que participaram da revolução de 1979 cai por terra, e é uma demonstração que “revolucionários” podem muito bem mudar de lado, o que efetivamente aconteceu, onde muitos deles passaram a defender o golpe do imperialismo contra Daniel Ortega; objetivamente, quem se opõe a Ortega, alimentando a propaganda contra ele é, na verdade, um contrarrevolucionário.

O PSOL considera que os expatriados da Nicarágua são perseguidos políticos, mas podemos considerar que são realmente vítimas de perseguição política, porque eles atentaram politicamente contra o governo da Nicarágua, governos esse que é apoiado pelo povo, sendo que a maioria (senão todos) desses expatriados atuaram objetivamente pela derrubada do governo pelo imperialismo em 2018, quando ocorreram protestos violentos, durante meses, que desestabilizaram o governo e tiveram apoio público dos EUA, causando uma onda de violência que só foram detidos com a mobilização popular contra o golpe e, sim, uma repressão das forças de segurança, que pode ter sido exagerada, mas o governo não tinha muita alternativa.

Por último, os psolistas afirmam que o governo do Daniel Ortega é uma “criminosa ditadura”, um regime antidemocrático, que viola dos direitos humanos. A Nicarágua pode ser uma ditadura, mas, qual país do mundo que não é? Tudo de ruim que ocorre na Nicarágua é culpa, em última instância, do imperialismo, pois é ele que impõe a situação de atraso econômico que vive o país, que gera, naturalmente, um regime que não pode ser democrático; essa miséria econômica é reforçada a partir de 1979, quando país passou a ser vítima de uma guerra do imperialismo e um bloqueio econômico, que voltou principalmente a partir de 2018; nessa situação anormal não tem como haver democracia na Nicarágua, mas o PSOL é um partido idealista e liberal, que vai na onda da propaganda do imperialismo, até por ser intimamente ligado aos setores “democráticos” do imperialismo, por isso ataca a Nicarágua, Cuba, Venezuela, Rússia etc.
A FSLN (Frente Sandinista de Libertação Nacional) de Daniel Ortega, partido que encabeçou a revolução nicaraguense em 1979, disputou a eleição com o Partido Liberal Constitucional (PLC), que ficou em segundo lugar e com outros 4 partidos que formaram uma coalizão de partidos que é a expressão civil da contrarrevolução de 79. As eleições são uma arma política como qualquer outra. Há partidos que chegaram ao poder pela via eleitoral e há outros que chegaram ao poder pela via da insurreição armada ou da guerrilha. As eleições são um instrumento. A teoria de que as eleições são o momento no qual o povo expressa sua liberdade e sua vontade soberana, é um conto de fadas. A prova está em que os governos que escolhem o momento certo para chamar as eleições, preparam-nas, tomam toda uma série de medidas que facilitem a possibilidade de que eles as ganhem. O regime político admite como possibilidade eleitorais apenas os partidos que defendam o sistema. Se um partido não defende esse sistema pode chegar a participar de eleições, mas não é opção política. Quando um partido revolucionário se transforma em uma opção política, e isso manifesta-se nas simpatias populares, ou manifesta-se nas simpatias e pesquisas eleitoral, a burguesia prepara-se para a guerra civil, porque este partido, por ser oposto ao sistema, não pode se admitido como alternativa eleitoral dentro do regime imperante. Nesse sentido, não foi por um acaso que o imperialismo mundial (EUA-União Europeia), quando foram divulgados os dados da vitória de Daniel Ortega, afirma que as eleições foram fraudadas na tentativa de dar um golpe, disfarçado de processo eleitoral, e colocar no poder um governo alinhado diretamente com os interesses dos Estados Unidos e, com isso, impor uma derrota ao nacionalismo-burguês defendido pela FSLN.

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