Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Perigo à vista

CPMI do 8 de janeiro será um duro golpe contra o PT

Enquanto os otimistas dormem tranquilos, a direita se organiza para reverter a CPMI contra o próprio governo Lula.

8 de janeiro

Foi anunciada na quarta-feira (26) a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023. Na ocasião, uma manifestação contra o governo Lula chegou a invadir os prédios da Praça dos Três Poderes em Brasília. Apesar de ter como foco oficial a responsabilização dos bolsonaristas envolvidos, o circo está sendo montado para terminar atingindo o próprio governo.

O favorito para presidir a comissão é o deputado Arthur Maia (União Brasil), que apoiou a eleição de Bolsonaro contra o “projeto socializante do PT”. Neste ano tem atuado abertamente como oposição ao governo Lula, mas afirmou cinicamente sobre o 8 de janeiro:

“Este assunto tem sido tratado de uma maneira muito radicalizada e passional e isso dificulta muito a discussão. Portanto, trabalharemos com isenção e responsabilidade tendo em vista a importância do tema para o Brasil. A história merece ter um esclarecimento do que de fato aconteceu no 8 de janeiro”.

Confia quem quiser e não tiver nenhum conhecimento sobre como opera a direita no parlamento. A tendência natural dos acontecimentos é a CPMI ser mais uma peça da pressão da burguesia sobre o governo Lula, podendo até integrar uma eventual campanha golpista se for o caso. Ao invés de expor a ação dos generais golpistas, a intenção da direita é reverter as investigações contra o próprio governo. Além da incompetência em administrar a situação, podem até ir ao extremo de colocar o governo como responsável por permitir o quebra-quebra, que seria usado para perseguir Bolsonaro.

As CPMIs são formadas por parlamentares da Câmara dos Vereadores e do Senado Federal. O atual quadro coloca a seguinte distribuição de vagas na Câmara: três vereadores do PL, o que deve incluir Eduardo Bolsonaro; dois da federação PT-PcdoB-PV; e um de cada um dos seguintes: Psol-Rede, União Brasil, PP, PSDB-Cidadania, PDT, MDB, PSD e Republicanos. Do Senado, o PL indica três senadores, incluindo Flávio Bolsonaro; MDB, União Brasil, PSD e Republicanos indicam dois cada; e Podemos, PSDB, PT, PSB e PP indicam apenas um. Outros partidos com representação parlamentar participam em esquema de rodízio.

Além dos filhos de Jair Bolsonaro, já aparecem outras figuras abertamente golpistas como Damares Alves e Sergio Moro. Do lado que estaria lá para defender o governo, estarão se promovendo as “deputadas trans” Duda Salaberg (PDT), já confirmada, e Erika Hilton (Psol), ainda na disputa interna no partido. Além delas, uma série de figuras mais ambíguas, distribuídas em partidos da direita mais tradicional, o chamado “centrão”, como PSD, Republicanos e MDB.

Não precisamos ir muito longe no tempo para lembrar que os aliados direitistas do PT não são nem um pouco confiáveis. No golpe de 2016, o vice-presidente Michel Temer (MDB) foi um dos articuladores da farsa que derrubou Dilma Rousseff. Outros supostos aliados na época, e ditos aliados agora, votaram a favor do impeachment ou ajudaram o processo a tramitar. Entre eles os MDBistas Renan Calheiros e Simone Tebet. É com base nesse tipo de políticos que aparecem análises de que a “base governista” deve ganhar a maioria na CPMI. Uma maioria, no mínimo, instável e não qual não se pode confiar.

Estamos diante de mais uma tragédia anunciada da política nacional. Ao invés de combater os atos artificialmente inflados da direita com atos populares da esquerda, o governo preferiu atuar dentro das instituições do regime político. Com isso, fortaleceu ainda mais o sistema repressivo no país, preparando o terreno para o crescimento da direita. O discurso de combate ao “terrorismo” foi muito bem aceito pela imprensa golpista, que sabe que essa é uma arma poderosa e tradicional para ser usada contra os movimentos populares, o que já está acontecendo com o MST, a FNL e com todos os que lutam pela própria sobrevivência no campo. Enquanto o PT faz de conta que tem maioria, a direita se organiza para impor mais uma derrota ao governo recém-eleito.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.