Nesta quarta-feira (01), o corredor de Rafá, um corredor humanitário na fronteira com o Egito e a Faixa de Gaza, foi aberto pela primeira vez desde que Israel começou seus bombardeios genocidas no dia 07 de outubro em retaliação à ação revolucionária do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).
Imagens iniciais mostram veículos e pessoas cruzando a fronteira. Relatos afirmam que vários palestinos feridos serão levados para o Egito para tratamento, enquanto alguns cidadãos estrangeiros também serão autorizados a deixar Gaza.
Todavia, segundo a Al Jazeera, o Egito abriu a passagem de Rafá para permitir apenas a evacuação de 81 palestinos gravemente feridos e centenas de estrangeiros ou palestinos com dupla nacionalidade. Essas pessoas teriam recebido informações de suas embaixadas através da Cruz Vermelha para partirem pela passagem.
Na manhã de hoje, a Autoridade de Fronteiras e Travessias de Gaza publicou uma lista, por meio de sua conta oficial no X (antigo Twitter), com o nome de mais de 500 estrangeiros e pessoas com dupla cidadania convocando-os para se dirigiram à passagem de Rafá.
A lista inclui palestinos que também possuem cidadania japonesa, austríaca, búlgara, indonésia, jordaniana, italiana, grega, australiana e tcheca.
Há também uma lista de pessoas que trabalham para diferentes ONGs com passaportes de Espanha, Itália, Filipinas, Haiti, Alemanha, EUA, Taiwan, Japão, Áustria, México, França, Quênia, Nigéria, África do Sul, Armênia, Uganda, Gana, Jordânia, Serra Leoa, Ucrânia, República Checa, Nova Zelândia e Austrália.
“Os egípcios estão nervosos com o cenário de migração. Eles não querem ver refugiados em Sinai. Querem também proteger a causa palestina; eles não querem dar qualquer pretexto a Israel para esvaziar Gaza dos seus próprios cidadãos e levá-los para o Egito. Se isso acontecer, não haverá futuro para um Estado palestino”, afirmou Tamer Qarmout, professor de políticas públicas no Instituto de Pós-Graduação de Doha à Al Jazeera.
Segundo relatos da Al Jazeera, ambulâncias estão atravessando o corredor com feridos. Há poucos minutos, as primeiras pessoas com passaportes estrangeiros começaram a ser evacuadas.
“Muitas pessoas vieram aqui, mas seus nomes não estão na lista. Eles insistem em sair hoje. As pessoas estão irritadas porque esperaram para deixar Gaza durante as últimas três semanas e fizeram tantos telefonemas e apelos às suas embaixadas e funcionários do governo, mas não houve resposta […] Todos aqui estão tentando ir embora, e o número atrás de mim é definitivamente superior a 400”, disse Hani Mahmoud, correspondente da Al Jazeera no corredor de Rafá, descrevendo a situação lá como “caótica”.