Coronel Meira é um dos 27 deputados federais que assinaram uma queixa-crime contra João Jorge Pimenta, membro da direção nacional do Partido da Causa Operária (PCO), por sua defesa da luta do povo palestino e do Hamas. O referido deputado é um bolsonarista ferrenho, dentre seus lemas está Liberdade, Deus, Pátria e Família – a tal liberdade deve ser a dele próprio e dos seus cupinchas, Deus deve ser o de sempre, pátria deve ser a norte-americana e família a dele próprio.
Meira foi eleito deputado com pouco mais de 78.000 mil votos pelo estado de Pernambuco, após concorrer por diversas vezes a deputado estadual, prefeito e vereador, somente conseguindo se eleger em 2022 graças ao apoio de Jair Bolsonaro e ao fato de ser Coronel da Polícia Militar. Sua base é composta pelos mesmos fascistas que estão presentes em todas as corporações militares brasileiras, mas diante da dificuldade para se eleger, parece que nem os policiais gostam muito dele.
A hipocrisia é marca registrada desse grupo. Ao mesmo tempo que pedem a investigação do PCO por defender a Palestina e o Hamas, que não é considerado grupo terrorista nem aqui e nem na ONU, tendo sido eleito democraticamente pelo povo palestino para defender seus interesses; ele reclama da multa imposta pelo STF contra a escritora que publicou livros com críticas ao Judiciário.
Dois pesos e duas medidas.
Ao pedir a investigação contra membro do PCO, ele abriu o jogo. O PCO, em nome da defesa da liberdade de expressão irrestrita, como prevê a Constituição Federal, defendeu a liberdade dos bolsonaristas de dizer o que quiserem, inclusive recebendo o apoio de vários bolsonaristas, como foi o caso do deputado Daniel Silveira, que foi julgado, condenado e preso por atacar o STF, e que hoje se encontra em regime fechado.
A direita e seus representantes, como é o caso do deputado, defendem a liberdade da boca para fora. O que desejam, na realidade, é colocar todos os desafetos em um campo de concentração como Israel colocou os palestinos em Gaza e no que restou da Cisjordânia.