Diante do anúncio do governo Lula em reajustar o valor da Salário Mínimo em apenas 18 reais, passando do R$ 1.302, adotado pelo ex-presidente golpista Jair Bolsonaro no final de dezembro de 2022, para o irrisório R$ 1.320, que entrará em vigor a partir do dia 1º de maio, dia do trabalhador; valor esse que não garante as necessidades básicas de uma família trabalhadora, conforme a Constituição Brasileira, onde reza que o Salário Mínimo seja “capaz de satisfazer, em qualquer região do País, as suas necessidades vitais básicas, bem como as de uma família, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social” ;
CUT (Central Única dos Trabalhadores) defende um aumento maior do Salário Mínimo e, em nota divulgada no último dia 17 de fevereiro, ressalta que “estuda a fundo, de forma técnica, todas as variáveis que influenciam e afetam a vida do trabalhador” e que “os cálculos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostram que, se o Programa de Valorização do Salário Mínimo não tivesse sido interrompido, hoje o valor deveria ser de R$ 1.382,71. O que significa uma valorização de 6,2%”.
Para a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contra-CUT), Juvandia Moreira, “o movimento sindical defende um valor maior para o salário mínimo e quer que haja negociação com as Centrais Sindicais” (idem).
Como representantes dos interesses da classe trabalhadora, as Centrais Sindicais, principalmente a CUT, que reúne cerca 4.500 sindicatos, representando dezenas de milhões de trabalhadores, deveria exigir um aumento que atenda, minimamente os interesses dos milhões de trabalhadores, que recebem esse salário de fome representado pelo Salário Mínimo de hoje e, exigir um aumento muito maior, até mesmo de 100%, que poderia atender minimamente o que o povo precisa. Lembrando que, conforme estudos feitos pelo próprio Dieese, hoje o Salário Mínimo, para atender integralmente o que a lei determina, deveria estar no valor de R$ 6.641,58.
Para a categoria bancária, a questão de um verdadeiro aumento para o Salário Mínimo, além de ser uma pauta de luta de interesse de toda a classe trabalhadora em defesa das questões gerais dos trabalhadores, especificamente, para os bancários tem uma significação particular.
Os bancários, no último período, vêm sofrendo, ano após ano, um arrocho salarial comparável apenas aos anos do famigerado governo de FHC (PSDB), em que o mesmo congelou os salários dos bancários por 8 anos.
As migalhas oferecidas pelos banqueiros, nesses últimos períodos, não recompuseram minimamente a inflação do período, aumentado a superexploração dos bancários.
Enquanto que os trabalhadores sofrem com o arrocho salarial, os lucros desses tubarões da economia nacional são absurdos. Somente no ano passado os 4 maiores bancos (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander) obtiveram um lucro de R$ 96,2 bilhões, valor superior em 6,3% se comparado ao ano de 2021.
O Banco do Brasil faturou R$ 31,82 bilhões, crescimento de 51,3% em relação a 2021; em seguida vem o Banco Itaú/Unibanco com R$ 30,79 bilhões, com uma alta de 14,5%, Bradesco com R$ 20,68 bilhões e Santander com R$ 12,90 bi.
Nesse sentido, a luta pela valorização do Salário Mínimo é um instrumento de toda a classe trabalhadora para reajustar os próprios salários. Claro, que essa luta só terá sucesso através de grandes mobilizações, cujo o objetivo seja exigir reajustes aos salários das categorias e aumentar o seu poder de compra, que está defasado, inclusive, se comparado ao salário mínimo calculado pelo Dieese.