Por todos os lados, a direita tradicional – que comandou o golpe de Estado e fez as condições de vida do povo trabalhador sofrerem o maior retrocesso dos últimos tempos – mostra que está no controle de instituições centrais do regime político.
Lula venceu as eleições, mas a burguesia golpista, a direita pró-imperialista, além do poder econômico, mantém – por exemplo – o comando da política monetária, com a presidência do Banco Central, sabotando a política de investimentos públicos e privados, fazendo o endividamento alcançar mais de 70% das famílias.
Querem manter os retrocessos
Essa direita, por meio dos seus partidos – em uma frente com o bolsonarismo – controla o mais reacionário parlamento das últimas décadas. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), durante participação no evento do Grupo Lide, em Nova York, resumiu a “missão” conservadora do atual Congresso ao falar da relação deste com o Executivo: “a principal reforma que o Congresso brasileiro vai ter que brigar diariamente é a reforma de não deixar retroceder tudo o que já foi aprovado no Brasil no sentido da amplitude do que é mais liberal“. Ou seja, que nada mude, tudo fique como os golpistas impuseram.
A imprensa golpista se soma a esta operação de cerco ao governo Lula, torcendo para que Lula “sangre” ainda mais, repercutindo as análises de especialistas em golpe, como o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que vê o governo atual com menos apoio real no Congresso do que Dilma em seu segundo mandato.
Esses fatos deveriam servir de alerta para a esquerda e derrubar, definitivamente, todas as ilusões que têm nos acordos com a direita.
O problema essencial não são os acordos, mas a ausência de base para esses acordos. Quanto mais o governo cede, mais a direita cresce e mais ela vai querer arrancar do governo. Mais vai buscar impedir qualquer avanço no sentido do atendimento dos interesses da população trabalhadora.
Uma política independente e de luta
O governo e a esquerda precisam reagir e uma reação favorável só pode vir se o governo se apoiar numa base real, na mobilização popular.
Lula e a esquerda precisam chamar as massas para defender os seus interesses contra os interesses dos golpistas de ontem e de hoje.
Não se deve cometer os mesmos erros de 2016, é preciso reagir quanto antes.
Nesse sentido, a III Conferência Nacional dos Comitês de Luta busca impulsionar, juntos aos Comitês, Sindicatos, Movimentos de luta da cidade e do campo, bases dos partidos de esquerda etc. uma ampla mobilização que sirvam de contraponto aos ataques da direita e para abrir caminho para uma perspectiva mais ampla de luta pelas conquistas reais que só serão possíveis por meio da derrota de pontos centrais do regime golpista imposto a partir de 2016.
A Conferência marcada para São Paulo, de 9 a 11 de junho, que já conta com amplo apoio entre setores dirigentes e de bases das organizações nacionais de luta como a CUT, MST, Sindicatos, FNL, MNLM, Partidos etc. aponta para a realização de um Congresso do Povo, tal como aprovado por muitas dessas e outras entidades e pela Frente Brasil Popular, em 2018. A crise avança e a necessidade de construir uma perspectiva de luta própria, independente do movimento de luta dos explorados cresce com o nunca
Todo apoio à mobilização pela II Conferência Nacional dos Comitês de Luta.