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Vale tudo

Congresso do PSOL: uma manobra das ONGs para dominar o partido

Se aproveitando das brechas do partido que não passa de uma plataforma eleitoral, setor mais intimamente ligados às ONGs avança no controle do Psol.

Foi realizado no último final de semana o 8º Congresso Nacional do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), onde foi definida a divisão no controle do partido entre suas diversas correntes. A chapa “Todas as lutas” conquistou a presidência, com uma figura desconhecida na política brasileira, a professora licenciada Paula Coradi. Uma vitória do grupo liderado por Guilherme Boulos, que entrou no partido em 2018 para participar das eleições como candidato à presidência durante a prisão de Lula. Além das eleições para presidência do partido e composição do Diretório Nacional, foram aprovadas resoluções sobre conjuntura nacional e internacional, eleições 2024 e um balanço e organização partidários.

Apesar de se mais antiga no Psol do que Boulos, Coradi tem sua atuação atrelada a ele desde foi lançado como candidato pelo partido, coordenando suas campanhas. Após a disputa à presidência na farsa eleitoral de 2018, participou da disputa pela prefeitura de São Paulo em 2020, quando conseguiram tirar o PT do segundo turno. Essa articulação evoluiu ao ponto de conseguirem cortar a candidatura petista para as próximas eleições municipais na capital paulista pela raiz. No ano que vem, o PT nem candidato terá na cidade, ficando completamente a reboque do Psol na maior cidade do país.

Chama bastante a atenção o fato do partido ser presidido por mais uma figura desconhecida, como o anterior Juliano Medeiros. Isso porque, bem ou mal, existem psolistas mais conhecidos e com mais tempo de partido. Das correntes atuais no partido, a mais antiga é justamente o MES (Movimento Esquerda Socialista), que lavou roupa suja na CNN através da deputada federal Sâmia Bomfim. A ala mais “raiz” do Psol, e por isso mesmo mais abertamente antipetista, denunciou que o grupo de Boulos estaria manobrando no sentido de “dar um golpe na proporcionalidade da direção do partido”.

O fato é que o Psol é um partido propício a todo tipo de aventureiro político. Quem não se lembra do folclórico Cabo Daciolo, que se elegeu deputado federal pelo partido em 2014? Entre suas peripécias propôs alterar o primeiro parágrafo da Constituição Federal para “todo poder emana de Deus” no lugar de “todo poder emana do povo”. Ou seja, vale tudo se aumentar as chances de ganhar alguma eleição.

A atual disputa interna no partido mostra a força do pessoal ligado às ONGs. A maquiagem esquerdista e a falta de um programa político no Psol facilitaram essa rápida ascensão. Até porque o partido defende a política identitária que o imperialismo espalha mundo afora através dessas mesmas ONGs. Num partido que vive de arranjos oportunistas, o dinheiro tem livre trânsito para pautar o debate.

Como este Diário denunciou amplamente, Boulos surgiu no cenário político nacional com o apoio de ONGs estrangeiras e da imprensa golpista. De um lado, os “comitês populares” do “Não Vai Ter Copa” financiados pela Fundação Ford, do outro o monopólio das comunicações que já agia para derrubar o governo do PT e deu uma coluna para Boulos ajudar nessa tarefa. Outro escândalo que grande parte da esquerda resolveu ignorar é a relação de Boulos com o Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE) de Walfrido Warde.

Algo que passa disfarçado nas disputas atuais dentro do Psol é que o grupo dos ongueiros, que se apresenta como “pró-Lula”, é na verdade o maior perigo para o PT e o próprio governo Lula. Infiltrados no governo, uns jogam o governo para embates desnecessários com a sociedade como as pautas de gênero impulsionadas pelo ministério de Silvio Almeida. Outros, como Sônia Guajajara e embatem diretamente contra o esforço desenvolvimentista que Lula tenta fazer deslanchar. Ao lado de Guajajara, a também infiltrada Marina Silva. Como se Lula não tivesse problemas o suficiente, essa turma vai corroendo o governo por dentro, causando estrago igual ou maior aos abertamente direitistas que integram a máquina governamental.

Numa disputa que teve até troca de socos, é no mínimo estranho que o vencedor seja alguém desconhecido até para os filiados do Psol. Fosse uma dura disputa política, o normal seria que o embate opusesse figuras mais representativas das tendências do partido. Mas assim como ocorre no partidos burgueses, quem manda é o dinheiro e ser uma figura desconhecida não é problema algum, pois isso inclusive facilita o trabalho de construção de candidatos. Não por acaso, Boulos já contratou para as próximas eleições o marqueteiro Lula Guimarães que já organizou as campanhas de Dória e Alckmin, por exemplo. Para quem sabe dos laços de Boulos com os tucanos em São Paulo, nada a se estranhar.

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