Encerrou-se no último domingo (dia 3) , o XXVII Congresso da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), realizado em Piracicaba, que em seu nome homenageou o ex-presidente da entidade, bem como da CUT, professor João Felício(em destaque na foto), falecido há dois anos. anos.
O evento, durou três dias e contou com cerca de mais de 1600 participantes, entre delegados, observadores e convidados, sendo o maior de um única categoria do País (mesmo as que tem congresso nacionais, como os bancários). Os Congressos da APEOESP já foram três vezes maior em número de participantes, e hoje é formado por uma maioria de integrantes da própria estrutura do Sindicato que conta com mais de 900 conselheiros e 125 diretores. Também é notória a presença expressiva de aposentados (mais de 50% dos delegados) e a pouca participação da juventude, ao ponto de setores da juventude petista na categoria reivindicarem uma cota ínfima de 5% de jovens na eleição para as estruturas da entidade.Mesmo com as limitações burocráticas, que forma sendo estabelecidas ao longo de mais de duas décadas, o Congresso é o encontro de trabalhadores com importância que antecede o Congresso Nacional da CUT (CONCUT) a ser realizado em outubro próximo, e se deu em meio a uma intensificação da crise, diante da presença de um governo bolsonarista em São Paulo – que dá continuidade à mesma politica da direita tucana de destruição do ensino público e ataque geral aos trabalhadores em favor do grande capital. Ao mesmo tempo em que o governo Lula, candidato de imensa maioria dos delegados e do professorado, sofre um enorme cerco e não consegue atender às reivindicações populares para as quais foi eleito.O Congresso ocorreu dois meses após as eleições para a diretoria da entidade, na qual em nome da unidade para impulsionar a mobilização contra o governo da direita e a contra os ataques direitistas ao governo Lula, se unificaram – pela primeira vez – na chapa 1 os integrantes da antiga diretoria PT-PCdoB-PSOL, com a participação também do PCO. Esse setor detinha cerca de 90% dos delegados do Congresso, no qual se apresentar com posicionamentos distintos sobre boa parte das questões, mas se unificaram na aprovação de propostas de enfrentamento com o governo, no chamado à mobilização da categoria, na busca da unidade do funcionalismo estatal, na defesa da revogação do ensino Médio, na exploração de 100% do petróleo para garantir recursos para a Educação, Saúde, Moradia, etc. e outros pontos centrais.
Apesar de terem sido apresentadas propostas no sentido de uma maior burocratização da entidade, como mudanças estatutárias propondo maiores dificuldades para inscrição de chapas nas eleições, possibilidade de realização de assembleias remotas, etc. essas acabaram sendo retiradas de votação ou sendo reduzidas no seu efeito, como no caso das atividades “remotas” ou híbridas que serão adotadas apenas no caso de necessidade explícita como pandemia, calamidades e outras.Ainda que de modo disperso, no Congresso se expressou uma intensa luta política entre os setores mais reacionários, sua principal expressão se agrupava no bloco de oposição liderado pelo PSTU e setores minoritários do PSOL, MRT, POR , PPI e inúmeras outras deitas e grupos regionais que, de há muito, adotam como principal eixo político a luta contra o PT. O amalgama liderado pelos que apoiaram o “Fora Dilma”, junto com com os que defenderam a Lava Jato e a prisão de Luta, etc. se dedica agora a ter como eixo central o ataque ao governo Lula, o qual alguns no seu interior chegam a classificar como “governo pró-imperialista”; evidenciando um total distanciamento da realidade.outro exijo desse setores era atacar de forma “genérica” e sem qualquer politica de ganhar setores do próprio PT, majoritário no Congresso, como sendo uma burocracia imprestável, e não apresentar qualquer proposta real capaz de impulsionar uma mobilização unitária da categoria, desprezando totalmente as enormes tendências de mobilização que se mostram presentes na etapa atual, no sindicato que em razão da luta política no seu interior (que deslocou uma parte da burocracia à esquerda) e pela amplitude de sua base, constitui-se – sem sombra de dúvidas – numa das principais organizações da luta contra o golpe no interior do movimento sindical brasileiro.
Ficou evidente no Congresso, que a APEOESP reune condições para liderar, mais uma vez, a luta não apenas contra o governo direitista, tucano-bolsonarista, de Tarcísio Freitas (Republicanos/SP), mas também contra os setores reacionários que pressionam o governo Lula, inclusive, de dentro do próprio governo, onde se infiltraram.Essa esquerda minoritária e ultra sectária, se mostra incapaz de perceber as contradições presentes no interior do movimento operário – inclusive entre a burocracia sindical que ela também integra, como sócia minoritária – e não atua para fazer a luta avançar, com as armas que estão disponíveis. Pelo contrário assume posições abertamente reacionária, como o ataque pela direita ao governo Lula (contra suas posições mais progressistas, como no caso da situação internacional) .Para dar uma cobertura “esquerdista” à sua política reacionária essa esquerda usa e abusa da política identitária elaborada e estimulada (inclusive financeiramente) por setores do imperialismo e, por certo, não faltou no Congresso da APEOESP, as acusações de machismo e racismo como arma na luta contra os adversários políticos que ridicularizavam suas posições. Foi o que se viu no caso tentativa de acusar o companheiro Antônio Carlos (em destaque na foto), dirigente do PCO, coordenador da corrente educadores em Luta e diretor da APEESP, de “racismo”; depois que o mesmo denunciou a farsa d num integrante do bloco do PSTU acusar os integrantes do PT , PCdoB e PCO de “lavatistas”, quando foram eles que apoiaram o golpe de Estado, a prisão de Lula, a lava jato, etc. e após, tentarem agredí-lo, enquanto falta arremessando contra ele uma garrafa que acabou atingindo uma professora. (sobre isso, vamos publicar o vídeo e a transcrição do ocorrido aqui nesse Diário para que a calúnia não prospere, assim como ficou desmascarada entre os que estavam presentes no Congresso.Na próxima edição vamos destacar algumas das principais resoluções do Congresso.