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Participação do PCO

Conferência aprova rede mundial de luta contra o imperialismo

Dirigente do Partido da Causa Operária esteve presente no evento que discutiu o papel da esquerda em âmbito internacional

No último final de semana, aconteceu, em Roma, na Itália, a primeira Conferência de Paz de Roma. Reunindo partidos e grupos de todo o mundo, o evento discutiu, principalmente, a crise imperialista com base na guerra da Ucrânia e da guerra entre o Estado nazista de Israel e o povo palestino.

O Partido da Causa Operária (PCO) marcou presença na Conferência. Antônio Carlos, dirigente do PCO, esteve presente no evento, contribuindo com a discussão com a política combativa da organização trotskista. Ao final, foi aprovada uma declaração final, a qual traduzimos e reproduzimos abaixo na íntegra. Veja:

Declaração Final da Conferência de Paz de Roma

Delegados de organizações e indivíduos de diversos países reuniram-se em Roma nos dias 27 e 28 de outubro de 2023 para discutir as causas da atual guerra na Ucrânia, o impacto dessa guerra na paz internacional, os perigos que nossos povos enfrentam e as tarefas do movimento por uma paz justa e duradoura.

Nossas conclusões:

As políticas agressivas dos Estados Unidos e seus aliados mais próximos (o Ocidente) são as causas fundamentais da guerra na Ucrânia e, como vemos na Palestina, estão empurrando a humanidade à beira de uma Terceira Guerra Mundial. Para manter uma ordem mundial unipolar, o Ocidente busca a dominação imperialista. Seu objetivo é transformar a grande maioria dos países do mundo em estados vassalos, levando a um sistema internacional neocolonial.

A elite imperialista utiliza a máscara ideológica pseudo-progressista da “globalização democrática”, a defesa dos direitos humanos e civis, e a superação dos estados nacionais como pretexto para sua dominação. Eles utilizam instituições como a União Europeia, o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e o Fórum Econômico Mundial para impor a dominação econômica e a OTAN para impor a dominação militar.

Nesse contexto, o Ocidente:

  • Ataca a Rússia com o claro objetivo de destruí-la como um estado soberano e dividi-la em um conjunto de estados vassalos fracos.
  • Cerca a China com bases militares, navios de guerra e alianças militares; aumenta o fornecimento de armas a Taiwan e continua provocando no Mar da China Meridional, a fim de forçar a China a uma resposta militar que possa ser usada como pretexto para a guerra.
  • Apoia Israel, seu principal instrumento no Oriente Médio, com o objetivo de extinguir o povo palestino e forçar o Irã a entrar em guerra.
  • Mantém conflitos no Iêmen, Síria, Líbia, Iraque, Líbano e, acima de tudo, continua a ocupação da Palestina.
  • Saqueia constantemente a África e a América Latina, impondo governos fantoches e instigando seus estados vassalos a invadir países independentes, como no Sahel. Emprega milícias armadas em operações de mudança de regime e organiza assassinatos de intelectuais, políticos, cientistas e jornalistas russos e iranianos; comete ações terroristas, como a sabotagem do Nord Stream 2.
  • Através de medidas coercitivas unilaterais ilegais (MCUIs), tenta sufocar as economias dos países que resistem ao imperialismo, mostrando insensibilidade às consequências catastróficas para as populações desses países e para a classe trabalhadora e os pobres no próprio Ocidente.
  • Envenena e mata. Os Estados Unidos já utilizaram armas nucleares, não apenas em Hiroshima e Nagasaki, mas também usando armas de urânio empobrecido (DUW) contra o Iraque, Sérvia e agora contra a Rússia. O DUW contamina permanentemente o solo e tem causado a morte de um número ainda não contabilizado de pessoas. Por essas razões, as elites ocidentais representam uma ameaça permanente à paz e ao desenvolvimento do mundo e colocam em risco a própria existência da humanidade.

Nossa posição em relação à atual guerra na Ucrânia:

A guerra na Ucrânia não começou em 24 de fevereiro de 2022, nem mesmo quando os EUA incitaram o golpe de 2014, mas mais atrás no tempo, com a expansão sangrenta da OTAN em direção à Europa Oriental. As guerras sujas na Iugoslávia e a desintegração do que um dia foi o estado mais forte dos Bálcãs, a divisão da Tchecoslováquia e a instigação de guerras no Cáucaso foram todas fases do mesmo projeto. A guerra contra a Rússia já havia começado logo após a dissolução ilegal da URSS, que foi imposta contra a vontade de seus cidadãos. A formação de novas fronteiras no Leste Europeu e na Ásia Central foi imposta fora do quadro do direito internacional.

A OTAN foi o instrumento dos EUA para impor seu controle sobre toda a Europa. Sua expansão para o leste foi ilegal e representa uma ameaça permanente a todos os países soberanos e independentes.

O governo russo tentou evitar a fase atual da guerra, mas o Ocidente, por meio de seus proxies na Ucrânia, continuou a visar as populações russas e se recusou a qualquer acordo de paz baseado na segurança igual, como proposto pela Rússia. As ações do Ocidente tornaram a guerra inevitável.

A maneira como o Ocidente conduz a guerra mostra que seu objetivo é uma escalada interminável e esgotar ao máximo tanto os ucranianos quanto os russos. O uso de armas ilegais, como bombas de fragmentação e munições de urânio empobrecido, mostra que a ação desumana das elites ocidentais tem sido sem limites. Seus esforços no conflito mostram que eles estão tentando envolver todos os países da Europa Oriental, bem como outros países, as elites líderes do Ocidente estão tentando usar a população europeia como bucha de canhão, assim como fazem agora com os ucranianos.

A única base para resolver disputas internacionais deve permanecer o Direito Internacional, que tem como núcleo a Carta da ONU. A vontade dos EUA e de seus aliados, o chamado “ordem baseada em regras”, não deve mais ser uma regra compulsória para o mundo.

O que as pessoas do mundo precisam:

Uma derrota da OTAN na Ucrânia. Sem esse pré-requisito, não há possibilidade de uma paz duradoura. Uma vitória do Ocidente sobre a Rússia seria um novo desastre para a humanidade. Isso se tornaria um ponto de partida para novas guerras nos Bálcãs, no Oriente Médio e no Mar da China Meridional, ou seja, uma Terceira Guerra Mundial prolongada.

Um novo quadro de cooperação no Leste Europeu e nos Bálcãs, libertado do controle EUA-UE, baseado em relações iguais e reformulando as consequências catastróficas da vitória do Ocidente na Guerra Fria.

Um mundo de países soberanos onde os povos possam determinar seu futuro, livres da ditadura econômica global imposta pelo Ocidente, livres de Medidas Coercitivas Unilaterais. O mundo precisa de redes comerciais, financeiras, de comunicação e de transporte livres do controle do Ocidente. Nesse sentido, a formação de novas organizações para a cooperação entre Estados, livres do controle do Ocidente, e o papel reforçado do Sul Global nas organizações internacionais existentes são desenvolvimentos positivos.

Uma nova arquitetura na ONU que reflita os direitos do Sul Global e o princípio de igualdade soberana de todos os estados.

Nossas tarefas:

Temos muito a fazer em relação à informação e à educação. Existe nos países da OTAN-UE e em outros países dominados pelos EUA uma censura virtual quase total. Devemos informar essas populações de que a guerra do Ocidente na Ucrânia é uma guerra injusta.

Devemos interromper o envio de armas, munições, equipamentos e pessoal para o campo de batalha, mas nossa principal tarefa deve ser libertar nossos países da filiação à OTAN, do controle dos EUA e das bases militares dos EUA. Isso será o ápice de nossa solidariedade com o povo resistente do mundo.

Decidimos:

  • Formar uma rede internacional permanente para coordenar as tarefas acima.
  • Organizar ações internacionais e delegações de solidariedade para a Rússia, Donbass e Palestina.
  • Organizar a 2ª conferência internacional pela paz até o final de 2024.

Roma, 28 de outubro de 2023

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