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ExxonMobil

Como uma petrolífera imperialista controla a Guiana

"Executivos da Exxon juntam-se ao presidente da Guiana em sua suíte e em partidas de críquete ficando difícil distinguir onde termina a petrolífera e onde começa o governo”.

as garras sobre a Amazônia

Antes mesmo de Nicolás Maduro, presidente venezuelano, convocar um referendo consultivo pela anexação da região de Essequibo, atualmente no território da Guiana, uma denúncia do portal The Intercept já expunha que o país sul-americano vizinho da Venezuela estava sob o comando de petrolíferas imperialistas, em especial, a Exxon Mobil.

A denúncia do sítio em questão data do mês de junho do presente ano, mas continua atual; afinal, a exploração do petróleo da Guiana está praticamente todas nas mãos da Exxon, ou seja, do imperialismo, em especial o norte-americano.

A matéria dá um exemplo concreto de como a petrolífera controla a burocracia do Estado guianês, em que “os executivos da Exxon juntam-se ao presidente da Guiana em sua suíte em partidas de críquete, e o vice-presidente organiza regularmente conferências de imprensa para defender a empresa petrolífera”, ficando até mesmo “difícil distinguir onde termina a empresa petrolífera e onde começa o governo”.

Nesse sentido, é esclarecedora a denúncia feita por Vincent Adams, ex-chefe da EPA, agência ambiental da Guiana (equivalente ao IBAMA), que expõe como os agentes estatais misturam-se com os funcionários privados da Exxon, declarando que “quando eu trabalhava nos Estados Unidos, sempre tínhamos pessoas nas instalações offshore 24 horas por dia, 7 dias por semana, com as empresas petrolíferas”.

Adams mesmo era um agente do imperialismo norte-americano, tendo trabalhado durante décadas para o Departamento de Estado dos EUA, segundo o Intercept. Para além do que foi exposto acima, o ex-chefe da EPA também denunciou a falta de transparência por parte da Exxon em relação à agência ambiental da Guiana, no que diz respeito a ter funcionários da agência monitorando as atividades da Exxon nos navios de produção, demonstrando o controle que esse monopólio imperialista tinha (e tem) sobre o país:

“Tudo isso foi cancelado. Até mesmo os arquivos e licenças da Exxon, que costumavam ficar no centro de documentos com todos os outros, estão trancados a sete chaves no escritório do diretor. Não há supervisão porque a Exxon não quer supervisão”.

A história mais recente da exploração imperialista do petróleo na Guiana data do ano de 2008, quando a Venezuela nacionalizou sua produção, expulsando as petroleiras estrangeiras. Alijado, o imperialismo viu-se diante da necessidade de concentrar sua exploração da riqueza nos territórios adjacentes, como é o caso da Guiana. De forma que, já no mesmo ano, a Exxon já começou a sondagem, em parceria com a Shell, segundo a reportagem do Intercept. Contudo, essa parceria foi rompida em 2014, e a petroleira Hess Corporation tomou o lugar da Shell.

Não demorou, e em 2015 a Exxon Mobil anunciou a descoberta de mais 10 milhões de barris de petróleo no território da Guiana, de alta qualidade, logo, de preço mais elevado no mercado mundial.

A partir de então, intensificou-se a movimentação política da Exxon e do imperialismo norte-americano para dominar o pequeno país sul-americano, a ponto de torna-lo um país puramente voltado para o enriquecimento do imperialismo, através do saque de seu mais importante recurso natural, o petróleo.

Por meio da compra de funcionários públicos e da imprensa, a Exxon promoveu de forma sistemática a exploração imperialista do petróleo como se fosse algo benéfico ao povo da Guiana, de forma a desarmar a reação da população a esse profundo golpe. Nesse sentido, diz a matéria do Intercept:

“A empresa e o governo contrataram jornalistas que trabalhavam no setor do petróleo e do gás, afastados dos jornais do país e transferidos para relações públicas corporativas e redações estatais. Um desses jornalistas, que pediu que o seu nome não fosse divulgado para evitar retaliações, disse que a oferta padrão incluía um grande aumento salarial, um título elevado e um carro grátis […] restam poucos jornalistas que cobrem a exploração petrolífera com um olhar crítico. Dos seis repórteres que já cobriram petróleo e gás para o Kaieteur News, apenas um permanece”.

Em suma, a Guiana tornou-se um país controlando pela Exxon, logo, pelos EUA. E existe, tão somente, em função de ter seu petróleo sugado para atender aos interesses do imperialismo norte-americano, enquanto este faz demagogia ambientalista. Tanto é assim que há menos de um mês, foi anunciado que a petroleira elevou para 620 mil barris/dia a sua capacidade de produção no país sul-americano.

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