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Guerra na Palestina

Como os países imperialistas estão financiando genocídio em Gaza

Na defesa dos seus interesses políticos e econômicos de dominação no Oriente Médio, países como EUA e Reino Unido ajudam amplamente no massacre de civis palestinos.

Matéria publicada no dia 22 de Novembro pelo Mintpress News denuncia a participação de países imperialistas no genocídio praticado por Israel na Palestina. Essa participação se dá tanto pelo envio de armas e outros equipamentos militares quanto soldados. A reportagem chama atenção para a contradição entre essa ajuda e o crescimento das manifestações contra o genocídio que acontecem nesses países, expondo uma importante divergência entre governos e populações.

A denúncia explica o tortuoso caminho trilhado por ativistas para buscar essas informações, que deveriam ser públicas por envolver o uso de orçamento público desses países. Porém, apesar da enorme propaganda que fazem em torno da tal “democracia” os governos imperialistas mostram nessas horas que não passam de ditaduras, sem qualquer interesse em jogar limpo com o próprio povo.

O envio de armas

Uma das informações compartilhada pelo Mintpress News é referente à atividade da Austrália, que é uma espécie de colônia dos imperialismos norte-americano e britânico. A reportagem assinada por Jéssica Buxbaum dá conta de que três organizações palestinas de direitos humanos entraram com uma ação junto ao Tribunal Federal da Austrália para ter acesso às licenças de exportação de armas para Israel desde 7 de Outubro.

Uma audiência no Senado australiano havia concluído que 52 licenças tinham sido concedidas ao governo Netanyahu só em 2023, sendo que o número de licenças desde 2017 já superava as 350. Esse foi um precedente que motivou a ação movida pelo Al-Haq, pelo Centro Al Mezan para os Direitos Humanos e o Centro Palestino para os Direitos Humanos. O Al-Haq está sediado na Cisjordânia e os demais na própria Faixa de Gaza.

A reportagem cita documento do Departamento de Defesa dos Estados Unidos vazado pela Bloomberg, onde são listados alguns dos armamentos fabricados por empresas norte-americanas e solicitados por Israel para massacrar a população civil da Palestina:

– 2 mil mísseis Hellfire para helicópteros Apache;

– Munição de 30mm para as metralhadoras dos helicópteros Apache;

– 57 mil projéteis de 155mm para armas de artilharia;

– 400 morteiros de 120mm;

– Monóculos de visão norturna PVS-14;

– Destruidores de bunker M141;

– 75 veículos táticos leves conjuntos;

– Mais de 300 interceptores Tamir para o sistema Iron Dome de Israel.

Além disso, a matéria resgata a denúncia anterior no próprio Mintpress News do uso de armas que usam fósforo branco contra a população de Gaza. Essas armas são fabricadas nos Estados Unidos pela empresa Pine Bluff Arsenal. Um tipo de armamento muito usado na guerra dos Estados Unidos contra o povo do Vietnã, que inflama espontaneamente em contato com o ar e é oficialmente proibido pela Convenção de Genebra. É a tal “lei internacional” que o imperialismo gosta de usar apenas quando convém e apenas contra seus desafetos. Nesse caso, as provas foram fornecidas sem querer nas redes sociais do próprio Ministério de Defesa de Israel, que divulgou os carregamentos dos Estados Unidos sendo desembarcados.

Marinha e aeronáutica dos Estados Unidos e do Reino Unido cercam a Palestina, tendo informações públicas desse posicionamento tanto na parte oriental do Mar Mediterrâneo quanto no Mar Vermelho. Em outubro, dois navios de guerra dos Estados Unidos foram deslocados para o litoral oeste da Palestina, os porta-aviões Dwight D. Eisenhower e Gerald R. Ford. As informações mais recentes davam conta de que o Eisenhower já estava no Mar Vermelho e que o navio Argus da Marinha do Reino Unido estava num porto do Chipre, que fica na parte oriental do Mar Mediterrâneo.

Sobre o fluxo de aviões militares, a reportagem do Mintpress News denuncia que pelo menos seis aviões da Força Aérea da Alemanha chegaram ao aeroporto Ben Gurion em Tel Aviv no começo de novembro. No mesmo período, chegaram dois aviões da Força Aérea do Reino Unido e aeronaves da Força Aérea da Polônia e da Marinha dos Estados Unidos. Ainda em novembro, aeronaves da França e da Austrália também viajaram para Tel Aviv. A matéria cita ainda a vinda de aviões militares da Itália. Quando questionados pela imprensa do Mintpress News, apenas o governo australiano respondeu sobre os motivos desses voos, citando um comunicado de imprensa do final de outubro falando sobre ações de apoio a civis australianos na região.

Apesar da falta de transparência dos países imperialistas em relação ao atual fornecimento de armamento para Israel, os ativistas pró-Palestina veem denunciando os dados públicos anteriores a 7 de Outubro. Por exemplo, a Campanha de Solidariedade à Palestina, sediada no Reino Unido, comunicou que desde 2018 o país teria exportado pelo menos 183 milhões de dólares em armas para Israel. Além disso, segundo a Campanha Contra o Comércio de Armas, também sediada no Reino Unido, informou que são empresas de lá que fornecem 15% dos materiais para os aviões de guerra F35, que estão sendo usados atualmente para bombardear a Faixa de Gaza. Além do Reino Unido, figuram entre os fornecedores para os caças F35 os seguintes países: Estados Unidos, Canadá, Noruega, Suíça, Dinamarca, Austrália, Bélgica, Alemanha, Turquia, Itália, Holanda e França.

A macabra solidariedade ao genocídio palestino fez a Alemanha enviar apenas em 2023 quase 10 vezes mais do que enviou em 2022, segundo dados levantados pelo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo. O instituto denunciou que grande parte das armas utilizadas agora em Gaza foram fornecidas pela Itália e pela Alemanha, incluindo mais de mil motores de tanque. Como se não fosse o bastante, o Ministro de Defesa da Alemanha sinalizou numa reunião da OTAN em outubro que o fornecimento de armas para Israel pode ainda aumentar.

Além de armas, estão enviando tropas

A reportagem do Mintpress News reuniu relatos na imprensa imperialista que indicam a participação de soldados estrangeiros no genocídio na Faixa de Gaza. O jornal El Mundo, por exemplo, revelou a participação do mercenário espanhol Pedro Diaz Flores, que já havia se envolvido na guerra na Ucrânia, tendo sido recebido lá pelo Batalhão Azov, abertamente nazista. Sobre seu envolvimento na Ucrânia, relatou que recebia pelo menos 4,187 mil dólares por semana, fora “missões complementares”. Recentemente ele foi fotografado junto com as força de ocupação israelenses.

No Reino Unido, diversos órgãos de imprensa foram “avisados” pelo Comitê Consultivo de Defesa e Segurança dos Meios de Comunicação para não publicar sobre as operações das forças especiais britânicas no Oriente Médio. O fato é que se existe esforço para censurar, tem coisa muito suja para se esconder.

Outras denúncias partiram diretamente da Faixa de Gaza, com relatos de palestinos que encontraram soldados com bandeiras dos Estados Unidos nos seus uniformes. Em entrevista à Al Jazeera, um homem palestino relatou que seu irmão conversou em inglês com um soldado que usava bandeira dos Estados Unidos no uniforme enquanto tentavam sair da Faixa de Gaza.

Um oficial do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, Christopher P. Maier, confirmou ao New York Times que forças especiais do país estão em Israel e ajudando ativamente os israelenses. Admitindo apenas a ajuda para “identificar reféns, incluindo reféns americanos”. Um ex-conselheiro do Pentágono, Douglas MacGregor, foi além e revelou que os Estados Unidos enviaram 2 mil fuzileiros navais e 2 mil soldados de forças especiais para Israel recentemente. MacGregor relatou ainda que esses militares participaram da invasão em Gaza e sofreram um grande número de baixas.

Uma foto postada, e pouco depois deletada, pela Casa Branca mostrava o presidente Joe Biden se encontrando com membros da Força Delta na sua visita a Israel em 18 de Outubro. Questionado, o Pentágono respondeu ao Mintpress News que os Estados Unidos não contam com soldados atuando no campo de batalha em Israel.

Enquanto a pressão popular só aumenta sobre os governos imperialistas, a tendência é que apareçam cada vez mais evidências do envolvimento criminoso desses países no massacre contra civis praticado pelos sionistas na Palestina.

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