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Uma política concreta

Como governar?

É preciso uma ampla mobilização que sirva como ponto de apoio contra o Congresso dominado pela direita, sempre que o governo fizer uma política de acordo com os interesses do povo

No último dia 8 de abril, foi publicado por Francisco Calmon no sítio Brasil 247 uma coluna chamada “O método de conciliação fracassou no passado como fracassará no presente e futuro”.

Nela, o colunista faz algumas críticas corretas à política do governo Lula até aqui, bem como à política de conciliação de classes.

“Se a política de conciliação de classes fosse correta, exitosa e estruturante, não teria havido os retrocessos como o golpe de 2016, com o STF e tudo mais, o lavajatismo com o Judiciário, a Globo e tudo mais, o bolsonarismo com as Forças Armadas e tudo mais, e, notadamente, a volta dos militares como tutores da República e o domínio do mercado rentista através do 5º Poder – o do Banco Central.”

É fato que a política de conciliação, os acordos com a direita, o respeito às instituições anti-democráticas do regime político, tudo isso facilitou a política golpista. E todas as poucas medidas tomadas pelos governos do PT foram demolidas numa canetada com a chegada de Temer.

De modo geral, portanto, as coisas que o colunista afirma que o governo deveria fazer para mudar essa situação são acertadas, mas o problema central é como fazer uma política correta.

Ao formular uma política para o governo, é preciso ter em mente, em primeiro lugar, que não estamos falando de um governo revolucionário. Apenas a título de exemplo, um governo hipotético do PCO, com um programa revolucionário e operário, colocaria em ação uma série de medidas para expropriar a burguesia, estatizar a economia e muitas outras medidas para beneficiar a população.

O governo Lula é, pela sua natureza, um governo de conciliação e é no marco dessa política que se deve analisar e procurar empurrar o governo para medidas cada vez mais populares.

Assim, o primeiro problema é que o governo não tem maioria no Congresso. Sem ela, Lula está amarrado e refém da quadrilha que se apossa do Congresso Nacional. Como, então, resolver esse problema?

Se fosse o contrário, se Lula tivesse maioria, poderíamos exigir que o governo colocasse urgentemente em prática medidas populares, tais como as muitas que o colunista mostra em seu artigo.

Mas a realidade é outra. Para que Lula consiga minimamente governar ele precisará urgentemente do apoio das massas. Ele precisa lançar mão de uma mobilização, sem isso, fica impossível colocar em prática qualquer medida popular. Esse ponto, o colunista cita de passagem, mas é aí que está exatamente o problema central desse governo.

Além de chamar o povo a se mobilizar e também como parte dessa mobilização, o governo precisa colocar em prática um conjunto de reformas políticas. Uma proposta importante seria convocar um plebiscito que chamasse o povo a opinar e servisse também como instrumento de pressão contra os picaretas do Congresso Nacional.

De um ponto de vista geral, seria preciso ainda uma campanha por uma reforma política que modificasse o regime político, que foi montado de uma forma que o povo não tem nenhuma ou muito pouca condição de intervir. Se Lula não conseguir isso, será muito difícil governar.

Por último, o PT, que tem a influência, por meio da CUT, da esmagadora maioria dos sindicatos, precisa colocar os trabalhadores em movimento. Os sindicalistas do PT precisam entender que os sindicatos devem agir com independência do governo, não contra o governo, mas mobilizando para exigir que sejam adotadas medidas de interesse dos trabalhadores. O movimento operário precisa vencer a inércia e retomar as ruas!

São conclusões importantes quando se faz um debate sobre a política do governo. Sem essas conclusões políticas fundamentais, quaisquer críticas ou propostas políticas ficam abstratas. É preciso colocar o problema concretamente e atuar no sentido de fazer avançar a mobilização que sirva como ponto de apoio do governo contra o Congresso sempre que o governo estiver disposto a realizar uma política conforme os interesses do povo.

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