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Demissões adiantam?

Como é possível combater o golpismo dentro das Forças Armadas?

Governo Lula ainda bate cabeça acreditando que retirando elementos do baixo oficialato a questão será resolvida

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), exonerou mais cinco militares nessa segunda-feira (23). No total, desde a semana passada, foram colocados para a reserva 89 militares, acusados de envolvimento na invasão bolsonarista às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro.

Os militares exonerados ontem eram assessores técnicos da Presidência (um) e da Vice-Presidência (quatro) da República. Dos demitidos na semana passada, 38 trabalhavam no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e os outros em outras funções administrativas e departamentais da presidência, segundo a Folha de S.Paulo.

Ainda segundo o jornal golpista, a mudança que Lula fez no comando do Exército, substituindo o general Júlio César de Arruda pelo general Tomás Ribeiro Paiva, pode levar a novas demissões.

Desde a noite do dia 8, a esquerda inteira está latindo ferozmente contra os “golpistas” e “terroristas”. Flávio Dino, ministro da Justiça, tem se apresentado como um novo Robespierre. Contudo, todo o seu desempenho pífio tem comprovado o contrário. E os colunistas e comentaristas de esquerda, Robespierres de sofá. Nem mesmo o Ministério da Defesa ou a própria Presidência da República têm feito algo efetivo contra os verdadeiros responsáveis pela invasão.

Por um lado, a maior parte da esquerda diz que Dino e José Múcio, o ministro da Defesa, estão fazendo um bom trabalho, afirmando inclusive que o primeiro seria um “herói”. Por outro lado, uma outra parte, minoritária, cobra uma punição exemplar ao alto escalão das Forças Armadas e diz que Lula precisa punir e prender os generais do Exército.

Ambas as posições não são realistas. As quase 90 exonerações promovidas por Lula atingiram apenas funcionários administrativos de baixo ou no máximo de médio escalão. Ninguém importante foi punido. Ninguém que tenha cumprido um papel de organização da conspiração que está sendo levada adiante contra o golpe por parte da alta cúpula das Forças Armadas.

Contudo, não é com medidas administrativas que o governo Lula poderia punir realmente os generais bolsonaristas. Das poucas declarações que foram dadas por militares ligados à alta cúpula, todas indicaram que eles entendem perfeitamente a sua posição intocável e impune neste momento. Os generais não demonstram medo do governo, primeiro porque a alta cúpula militar sempre foi a força mais poderosa da nação, e segundo porque o governo Lula demonstrou extrema fragilidade ao não reagir minimamente à altura quando da invasão bolsonarista.

Para que Lula realmente consiga realizar uma faxina nas Forças Armadas, substituindo os oficiais golpistas por oficiais leais a seu governo, é necessário fazer uso da grande força de apoio do governo: a mobilização popular. Foi ela que garantiu a vitória de Lula no segundo turno, e não as alianças contra setores decadentes e arruinados da chamada “terceira via”.

Lula precisa lembrar como Hugo Chávez derrotou o golpismo dentro das Forças Armadas, ainda em 2002. O ex-coronel, vítima de um golpe militar em abril daquele ano, foi preso e levado para uma prisão isolada em uma ilha. O povo, que o apoiava, se auto-organizou, entendeu que Chávez não havia renunciado e que se tratava de um golpe do imperialismo, então saiu às ruas centrais de Caracas, partindo dos morros, favelas e bairros populares. Assim, o povo, com o apoio de alguns militares leais a Chávez, conseguiu reconduzi-lo ao Palácio de Miraflores e derrotar o golpe. Mas isso só foi alcançado com uma ampla mobilização revolucionária dos trabalhadores. Após o ocorrido, Chávez implementou uma profunda reformulação nas Forças Armadas, de alto a baixo, expurgando os militares golpistas e ligados ao imperialismo e criando uma força armada anti-imperialista.

O governo Lula tem condições de mobilizar os trabalhadores para dar suporte a um enfrentamento aos militares. Mas isso não será fácil, entendendo que o governo está em um momento de extrema fragilidade. É preciso, por um lado, executar medidas sociais populares imediatas, como o aumento verdadeiro do salário mínimo, a revogação real das privatizações, um plano nacional de obras públicas e reindustrialização para garantir emprego aos desempregados, etc. 

Por outro lado, é preciso chamar um congresso popular amplo e democrático, iniciando uma campanha de agitação nas fábricas, locais de trabalho, estudo e moradia, em torno dessas reivindicações e organizar plenárias por bairros, municípios e estados para preparar o grande evento nacional. É preciso que a militância do PT, da CUT e do MST tomem a frente da iniciativa, pois são as grandes organizações de base e de massas do País, que estão ao lado do governo Lula.

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