Apresentado em 2022, a mais nova edição do relatório de Cuba sobre a resolução 75/289 da Assembleia Geral das Nações Unidas, intitulada “necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba”, traz, em detalhes, uma descrição de como o embargo imperialista vem afetando o único Estado Operário da América. Neste artigo, destacaremos os danos ao setor do tursimo cubano, que representa uma das principais receitas da ilha, que até hoje não conseguiu desenvolver uma verdadeira indústria, graças à sabotagem imperialista.
Relatório de Cuba sobre a resolução 75/289 da Assembleia Geral das Nações Unidas – Setor do tursimo
Entre janeiro e julho de 2021, devido às condições de contágio geradas pelo COVID-19, Cuba manteve suas fronteiras fechadas para viagens internacionais por motivos turísticos. Apenas algumas viagens humanitárias e comerciais foram permitidas. Por isso, neste período não é possível contabilizar os prejuízos causados ao setor do turismo devido às restrições impostas à entrada de navios de cruzeiro e às viagens de cidadãos norte-americanos a Cuba.
Apesar disso, na etapa analisada, foram reportados prejuízos causados pelo bloqueio nesta zona no valor de 11 milhões 873 mil 112 dólares, maioritariamente associados a efeitos monetário-financeiros e perdas por deslocalização geográfica do comércio.
Os principais danos incluem o seguinte:
- A proibição de negociar fretes marítimos e aéreos dos Estados Unidos obrigou as empresas cubanas a trabalhar com fretes em condições financeiras desvantajosas. Isso gerou uma afetação de 782 mil e 350 dólares.
- A Agência de Viagens CUBATUR calcula prejuízos pecuniários-financeiros no valor de 28 mil e 510 dólares, devido a despesas de serviços bancários e mudanças nas taxas de câmbio. Por este mesmo conceito, a Agência de Viagens CUBANACÁN e a empresa CARACOL estimam prejuízos no valor de 94 mil e 89 dólares e 125 mil e 324 dólares, respectivamente.
- Muitos sites reconhecidos como líderes mundiais na promoção e distribuição de produtos turísticos estão bloqueados para Cuba como resultado das sanções impostas pelos Estados Unidos. Em particular, as agências de viagens cubanas não podem usar o GALILEO WORLDSPAN e o SABRE Global Distribution Systems (GDS) (principal GDS na América do Norte, incluindo o Canadá). Da mesma forma, um grande número de instituições hoteleiras cubanas foram removidos de sites como TRIVAGO, EXPEDIA e BOOKING.COM. Isso limita fundamentalmente o acesso e visibilidade dos produtos turísticos para agências varejistas de outros países, que operam com SABRE e GALILEO. Também limita as opções de venda ao cliente final.
- É impossível para entidades cubanas dedicadas ao turismo acessar campanhas promocionais online. Por exemplo, no caso de campanhas desenvolvidas na plataforma do Facebook, os pagamentos são obrigatórios e nenhuma empresa cubana, devido ao bloqueio, possui cartões Visa ou MasterCard para pagar essa publicidade.
No caso do setor não estatal, as restrições do bloqueio prejudicam significativamente a atividade de numerosos empresários, empresários e cooperados cubanos. Essa política afeta muito suas operações diárias e limita significativamente sua capacidade de prosperar.
As restrições de viagens para americanos foram mantidas, o que continuarão limitando o fluxo de visitantes à Ilha, que a partir de 15 de novembro de 2021 aumenta gradativamente o número de frequências de voos internacionais e a chegada de viajantes, inclusive turistas.
Estas restrições provocaram nos últimos anos uma redução significativa da procura de bens e serviços desse setor não estatal. Ao mesmo tempo, o fechamento dos serviços consulares entre os dois países limitou a possibilidade de os empresários cubanos viajarem aos Estados Unidos e adquirirem diretamente os insumos necessários para sua atividade.
Empresários cubanos sofreram o cancelamento de contas bancárias nos Estados Unidos, o que dificultou e encareceu suas transações financeiras. Medidas de fiscalização aplicadas contra instituições financeiras nos últimos anos fizeram com que diversas plataformas de pagamento e e-commerce, como PayPal e Airbnb, se negassem a prestar serviços a esses indivíduos.