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Carta aberta

Comitê de Solidariedade Palestina-Pernambuco: direito à autodefesa armada é legítimo

Frente única de organizações pernambucanas declararam seu apoio à resistência árabe contra o Estado sionista

Em carta publicada no dia 17 de novembro, o Comitê de Solidariedade Palestina-Pernambuco defendeu o direito ao movimento armado de resistência palestina. “Não se trata de uma guerra simétrica entre dois Estados”, afirma o Comitê, “mas sim de um genocídio sionista militarizado e financiado pelo imperialismo. De um lado, uma das maiores potências militares do mundo, de outro, a legítima resistência de um povo que luta pelo direito de existir” [grifo nosso].

Em outro trecho, os autores ainda criticam a campanha da grande imprensa, segundo a qual os combatentes árabes seriam “terroristas”:

“O direito de autodefesa armada desse movimento de massas é legítimo e não aceitamos que seja taxado de ‘terrorista’ pela propaganda israelense como forma de justificar o seu próprio ‘terrorismo de Estado'”.

A carta ainda acusa a imprensa de chamar os movimentos de resistência de “terroristas” para encobrir o genocídio promovido por Israel:

“A constante condenação dos grupos armados na Palestina enquanto “terroristas” é o principal pretexto usado pela grande imprensa a serviço da colonização israelense e do bombardeio de civis”.

Reunido no dia 15 de novembro, o Comitê já marcou a data da próxima manifestação em Recife. Ela acontecerá no dia 29 de novembro, como parte do Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino.

Confira a carta na íntegra:

Carta do Comitê de Solidariedade Palestina-Pernambuco

No dia 04/11 realizamos uma importante mobilização por todo o país junto aos atos internacionais que reuniram milhões de pessoas por todo o mundo, que se comovem e se indignam com as atrocidades cometidas por Israel, com o apoio e financiamento do imperialismo, em especial norte americano, exigindo o imediato cessar fogo na faixa de Gaza. Entretanto esta importante ação, como podemos acompanhar nos últimos dias, ainda não foi o bastante para alcançar este importante objetivo.

As toneladas de bombas lançadas no território palestino por Israel já somam o equivalente a duas bombas atômicas, matando dezenas de milhares, em sua maioria mulheres e crianças. São utilizadas também armas proibidas pelas leis internacionais, como fósforo branco. Hospitais palestinos são mirados pelos bombardeios e nos últimos dias se iniciou também a invasão terrestre ao que resta da faixa de Gaza. Presenciamos as terríveis cenas de bebês recém nascidos sendo retirados e enterrados nos hospitais. A faixa de Gaza segue sitiada, sem luz, sem água, sem internet, aplicando a tortura silenciosa dos que ainda sobrevivem.

Os crimes imperdoáveis de guerra de Israel já não podem mais ser ocultados. Não se trata de uma guerra simétrica entre dois Estados, mas sim de um genocídio sionista militarizado e financiado pelo imperialismo. De um lado, uma das maiores potências militares do mundo, de outro, a legítima resistência de um povo que luta pelo direito de existir. Como no exemplo das Intifadas, a mobilização de massas de trabalhadores, camponeses, da juventude e do povo na Palestina e em todo o mundo é o caminho para derrotar o Estado de Israel e o imperialismo. O direito de autodefesa armada desse movimento de massas é legítimo e não aceitamos que seja taxado de “terrorista” pela propaganda israelense como forma de justificar o seu próprio “terrorismo de Estado”. A constante condenação dos grupos armados na Palestina enquanto “terroristas” é o principal pretexto usado pela grande imprensa a serviço da colonização israelense e do bombardeio de civis. Por isso achamos também necessário defender o direito à resistência palestina, não nos alinhando com a campanha “antiterrorista” propagada pelo imperialismo, pela grande mídia e suas censuras, apoiando de forma incondicional o direito da resistência palestina de se defender militarmente de Israel.

Porém, para além das nossas ações coordenadas, a resistência do povo palestino vem encontrando solidariedade ativa da juventude e dos trabalhadores de todo mundo. São exemplos para nós o bloqueio de envio de armas para Israel dos estivadores de Barcelona e nos portos de Oakland nos EUA, o boicote dos mineiros da Colômbia e dos trabalhadores de telecomunicações da Amazon, assim como a ocupação da universidade de Nápoles na Itália, dentre outras. A mobilização internacional vem gerando primeiros resultados, com inícios de rupturas de relações diplomáticas com Israel, como a Bolívia.

O governo de Lula, por sua vez, até agora, se circunscreveu a repudiar as mortes das crianças em Gaza – algo cuja tragédia é evidente aos olhos de todos – e pedir um cessar-fogo temporário e humanitário. Por outro lado, os acordos militares e econômicos, expandidos durante o governo de Bolsonaro, entre Brasil e Israel seguem vigentes. É emblemático que as armas e equipamentos militares utilizados contra o povo negro, nos morros e favelas pelo Brasil, como os caveirões do Rio de Janeiro, são as mesmas que a Tzahal (Forças de Defesa de Israel) utiliza contra o povo palestino.

Por isso nossa mobilização deve seguir cotidianamente, visando, entre outras ações, o dia 29/11, dia internacional de solidariedade ao povo palestino. Inspirados nas mobilizações dos trabalhadores e da juventude pelo mundo, no Comitê de Solidariedade Palestina de Recife viemos defendendo a ruptura das relações – diplomáticas, econômicas e militares – do governo brasileiro com o Estado sionista de Israel e viemos através desta carta propor que os demais atos e mobilizações pelo país incorporem essa exigência ao governo brasileiro, pois, nesta situação, acreditamos que seja uma importante medida que podemos ter de imediato para contribuir para um o cessar fogo na faixa Gaza.

Porém, fazemos esta exigência conscientes de que somente com nossa mobilização e luta de forma independente, junto aos trabalhadores, a juventude, movimentos feministas, negros e todos os setores oprimidos da sociedade, poderemos conquistar este feito. Neste sentido, se faz urgente também, que as grandes centrais sindicais, como CUT e CTB, e a União Nacional dos Estudantes (UNE), atendam o chamado dos sindicatos palestinos pela solidariedade internacional, mobilizando desde a base dos locais de trabalho e estudo por todo o país. Sigamos na luta por uma Palestina livre do rio ao mar!

Pelo imediato cessar fogo na faixa de Gaza e fim do Genocidio do Povo Palestino!
O imperialismo norte americano é responsável pelo massacre palestino!
Que o governo Brasileiro rompa as relações com Israel!
Por uma Palestina livre do rio ao mar!

Comitê de Solidariedade Palestina-Pernambuco

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