No momento em que o gigante asiático sofre e reage às sistemáticas provocações contra sua soberania nacional, por parte dos EUA, o presidente Lula visita a China e faz importantes pronunciamentos em favor de uma maior aproximação entre os dois países e o BRICS, bloco que o Brasil e China lideram junto com a Rússia, Índia e África do Sul; agora, já integrado por outros países e com novos pretendentes.
Na importante e significativa cerimônia de posse da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), derrubada pelo golpe de Estado orquestrado pelo imperialismo (2016), e que passou a comandar o Novo Banco de Desenvolvimento, Lula discursou:
“ Por que não podemos fazer nosso comércio lastreado na nossa moeda? Por que não temos o compromisso de inovar? Quem é que decidiu que era o dólar a moeda, depois que desapareceu o ouro como paridade”, expressando uma tendência de países pobres a enfrentarem a dominação capitalista em todos os terrenos: político, econômico e militar, se necessário.
Lula segue dando contundentes provas do seu objetivo de defender a soberania do Brasil frente ao imperialismo, como ao afirmar que:
“O Novo Banco de Desenvolvimento tem um grande potencial transformador, na medida em que liberta os países emergentes da submissão às instituições financeiras tradicionais, que pretendem nos governar, sem que tenham mandato para isso”. Dando o claro recado de que o Brasil e demais países atrasados precisam se opor à ditadura internacional dos bancos e dos grandes monopólios, e seus governos, que procuram por todos os meios impor sua vontade aos países atrasados.
O presidente brasileiro e chinês, Xi Jiping, assinaram 15 acordos comerciais e de parceria, tratando de cooperação espacial, em pesquisa e inovação, economia digital e combate à fome, intercâmbio de conteúdos de comunicação entre os dois
países e facilitação de comércio. Eles participaram de reunião ampliada com os ministros e assessores de ambos os países e tiveram encontro privado, no qual divulgou-se que trataram das propostas dos dois países para chegar a um acordo que ponha fim ao conflito envolvendo a Rússia e a Ucrânia, no qual o segundo atua como “bucha de canhão” dos EUA e da OTAN contra o membro dos BRICS. Uma posição que se choca claramente com os interesses dos agressores da Rússia que, neste momento, provocam a China defendendo a separação de Taiwan e que foram os responsáveis por organizar os golpes de Estado no Brasil e diversos países.
A viagem do presidente Lula ao país asiático e a perspectiva do fortalecimento das relações comerciais e políticas é um passo adiante do Brasil na luta por independência perante o imperialismo, que só pode ser decidida no terreno da mobilização dos explorados e de suas organizações.
Ela se soma a outras iniciativas no terrenos internacional adotadas nos cem primeiros dias de seu terceiro mandato, dentre as quais:
• ter se recusado a fornecer munições à Ucrânia;
• não condenar a Nicarágua na ONU, por supostas violações aos direitos humanos;
• recusar-se a assinar declaração na ONU condenando a Rússia pela guerra da Ucrânia;
• votar a favor da investigação do atentado ao gasoduto Nord Stream;
• criticar a acusação sem provas de uso de armas químicas pelo governo sírio contra a própria população.