Na terça-feira (19), a Suprema Corte do estado do Colorado declarou o ex-presidente Donald Trump inelegível para o mais alto cargo no Estado norte-americano. De acordo com os juízes, deve ser removido das primárias presidenciais do Estado por ter estimulado uma “insurreição” em 6 de janeiro de 2021, quando seus apoiadores invadiram o Capitólio.
A decisão da Corte do Colorado é histórica: é a primeira vez que um candidato foi considerado não qualificado para um cargo. “A maioria do tribunal considera que Trump está desqualificado para ocupar o cargo de presidente ao abrigo da Secção 3 da 14ª Emenda”, escreveu o tribunal. Outro ponto que indica que se trata de uma perseguição política é que todos os juízes foram nomeados por governadores democratas.
O caso agora será levado para a Suprema Corte dos EUA. O porta-voz da campanha de Trump, Steven Cheung, afirmou que “confia na Corte”, que tem uma maioria conservadora, e que a decisão será favorável ao ex-presidente. Cheung chamou os processos de “antiamericanos”. Já Vivek Ramaswamy, o candidato presidencial do Partido Republicano, qualificou a ação do tribunal, através das redes sociais, de “um verdadeiro ataque à democracia”.
Apesar de se tratar de uma clara perseguição política, nos Estados Unidos, os estados têm autonomia para esse tipo de decisão, portanto ainda é cedo para dizer se Trump irá ou não concorrer às eleições. Mesmo se fosse condenado em outros casos, na esfera penal, pela lei norte-americana, ele poderia concorrer.
A crise norte-americana cresce a cada dia. As pesquisas eleitorais mostram o principal representante do partido Republicano e ex-presidente, Donald Trump, à frente de Joe Biden. Nesse sentido, existe toda uma campanha e esforço das instituições da burguesia para tentar barrar essa candidatura, que, caso, vá para as urnas, muito provavelmente sairá vitoriosa.
Trump já foi indiciado e sofreu várias acusações após sair da presidência. Um caso foi quando o ex-presidente dos Estados Unidos, em agosto, se apresentou em uma prisão da Geórgia, onde ficou detido por algumas horas, sob acusação de alterar o resultado das eleições em 2022. Mesmo com toda essa perseguição, sua popularidade só aumenta.
Essa situação pode ser o estopim de grandes mobilizações nos Estados Unidos, levando o regime político a uma crise ainda maior do que encontra nesse momento.