Na Universidade de Férias, que acontece nas proximidades do Pico do Jaraguá, em São Paulo, com a participação, com ampla participação da juventude, deu-se a oportunidade de reunir as dezenas de trabalhadores, militantes e dirigentes sindicais da Corrente Sindical Nacional Causa Operária – CSNCO (PCO e simpatizantes) e deliberar importantes iniciativas para a próxima etapa que, com certeza, será de grandes lutas da classe trabalhadora de todo o Pais.
A Plenária do Coletivo Sindical Nacional Causa Operária, que contou com a presença de diversos companheiros de diversas categorias, tais como, metalúrgicos, petroleiros, bancários, professores, servidores públicos, trabalhadores dos frios e aposentados.
Em nome da coordenação da CSNCO, o companheiro Antônio Carlos Silva, também integrante da Executiva Nacional do PCO, apresentou uma breve análise da atual conjuntura nacional com a vitória de Lula, como o apoio decisivo das principais organizações dos trabalhadores da cidade e do campo e destacou os próximos passos a serem dados pelo setores mais combativos do movimento de luta dos trabalhadores, em defesa das reivindicações fundamentais da classe operária, e na luta contra a sanha golpista da direita e da extrema direita que querem, de todas as formas, atacar o governo e manter a situação de processo imposta pelo golpe de Estado.
Um dos pontos, muito debatido entre os participantes, foi o relacionado ao completo desnorteamento de setores da esquerda e da burocracia sindical que ele influencia em relação ao papel da direita, do tipo MDB, PSDB, PSD e outros partidos, que hoje fazem parte da composição do atual governo.
Para esses setores da esquerda, a vitória do Lula nas eleições se deu, fundamentalmente, pelo apoio da direita a sua candidatura (Alckmin, Simone Tebet, etc.), e não pela verdadeira mobilização, que se deu em torno dessa candidatura, pelos movimentos dos trabalhadores e populares.
Um dos exemplos dados, desmistificando o apoio à candidatura Lula pela direita, na discussão do grupo, foi o da latifundiária Simone Tebet que, no estado da sua base eleitoral, Mato Grosso do Sul, Lula obteve apenas 5% dos votos e, no caso do arqui-inimigo dos trabalhadores e da população paulistas, Geraldo Alckmin, ao contrário daquilo que pregam, esse apoio foi um tremendo fracasso eleitoral, na maioria das cidades do interior paulista, onde Lula perdeu para Bolsonaro, nas quais, supostamente, Alckmin teria votos. Tal política demonstrou que o apoio da direita à Lula tem como pano de fundo tirar proveito político devido à completa desmoralização da direita diante da população, como ficou demonstrada nas eleições dos seus candidatos em nível nacional (um exemplo disso foi a derrota avassaladora do PSDB em São Paulo que, depois de governar durante 30 anos o estado, terminou a eleição sem mesmo ir para o segundo turno).
Na discussão do Coletivo Sindical do PCO, além de se discutir os aspectos da conjuntura, o grupo fez uma análise da situação do movimento operário, tais como os ataques às empresas estatais, com destaque à Petrobras e os ataques dos países imperialistas a um dos bens mais preciosos de toda a população brasileira, através da política de privatização, com a entrega das suas subsidiárias, das bacias minerais, para o capital estrangeiro. Além, é claro, da precarização dos trabalhadores por meio das terceirizações e demissões em massa e através dos famigerados Planos de Demissões “Voluntárias”.
Essa mesma política vem se intensificando na maioria das categorias de trabalhadores, que sofrem com a política de arrocho salarial, demissões, terceirizações. Recentemente, conforme relatado por um companheiro bancário no grupo, os banqueiros do Banco Itaú/Unibanco demitiram dezenas de trabalhadores, mostrando que a política dos patrões não se alterou depois da eleição do Lula e a conclusão só pode ser uma: organizar uma verdadeira mobilização dos trabalhadores contra a ofensiva da direita reacionária.
Nesse sentido, foram deliberadas diversas ações para se por em marcha uma verdadeira campanha cujo o objetivo é armar politicamente os trabalhadores para os embates que estão por vir. Dentre essas ações, destaca-se a realização de uma Plenária Sindical da CSNCO para o início do mês de fevereiro, cuja pauta principal é a realização de uma Campanha em Defesa das Reivindicações fundamentais dos trabalhadores e da organização de uma Conferência Nacional dos Trabalhadores, no final de maio, um congresso do povo trabalhador de luta contra os ataques da direita golpista ao governo Lula.
Foi debatida, ainda, a necessidade de se intensificar a organização e a participação dos trabalhadores nos Comitês de Luta e da realização de uma intensa campanha de agitação e propaganda, nos locais de trabalho e de moradia, para impulsionar e organizar imediatamente a formação desses comitês.
Por fim, pelo adiantado da hora e, devido a outras atividades do Acampamento de Férias, ficou estabelecido a continuidade da reunião do grupo, para a próxima quarta-feira, para dar continuidade ao encaminhamento, das demais propostas dos participantes, para alavancar a luta dos trabalhadores nos próximos períodos.
