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A isto serve o ambientalismo

CIA “aconselha” Petrobrás a manter petróleo embaixo do solo

Através de sua Think Tank, Global Americans, EUA diz que a Petrobrás deve abandonar a exploração de petróleo, e realizar a tal "transição energética" o mais rápido possível.

Desde a campanha eleitoral do ano de 2022, o presidente Lula vinha deixando claro suas intenções em governar em prol da reindustrialização do País e do consequente desenvolvimento nacional. Considerava, e continua considerando, como necessária a exploração dos recursos naturais do país, em especial o petróleo, utilizando-se da Petrobrás como um indutor do desenvolvimento econômico do país.

Eleito para o terceiro mandato, percebe-se que esse programa nacionalista continuou em vigor, o que se vê manifesto em especial na política internacional do governo. A título de exemplo, quando Lula esteve em Bruxelas participando da III Cúpula da Celac – EU, disse expressamente que a Amazônia não poderia ser vista como um mero santuário ecológico, mas a que a preservação ambiental deveria se dar em função da melhoria de vida e do desenvolvimento econômico dos habitantes da região amazônica.

Contudo, no cenário nacional, Lula não está conseguindo por em prática seu programa nacionalista, em razão das constantes sabotagens feitas contra o governo, advindas tanto de fora quanto de dentro do planalto.

Chama especial atenção a sabotagem perpetrada pelo IBAMA, o qual, sob o comando da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, negou à Petrobrás licença para realizar estudos na Bacia da Foz do Amazonas (Margem Equatorial), estudos estes que serviriam para eventual exploração do petróleo da região. Dado o potencial energético dessa região, ela esta sendo chamada de “novo Pré-Sal”. Com os estudos que poderiam ser realizados, possivelmente se confirmaria a estimativa de que o Brasil possui as maiores reservas de petróleo do mundo.

No entanto, conforme informado acima, a licença foi negada à Petrobrás. Em declaração, Marina Silva chegou a dizer que a empresa deveria deixar de focar somente no petróleo, e se transformar em uma empresa “de energia”.

É notório que Marina Silva é financiada pela Open Society Foundations, ONG do imperialista George Soros, um especulador financeiro com forte atuação no ramo do petróleo. Somando dois mais dois, conclui-se que a política ambientalista de Marina Silva é a mesma do imperialismo, qual seja, impedir que os países oprimidos explorem suas riquezas nacionais e se desenvolvam economicamente. A justificativa é a preservação do meio ambiente e a luta contra as mudanças climáticas.

Para que isto seja posto em prática, é necessário impedir a exploração do petróleo. E uma das maneiras que isto se dá é através da transformação da Petrobrás em uma empresa de “energia verde”, que capitaneie uma “transição energética”, abandonando de uma vez por todas o uso de combustíveis fósseis.

Essa é a política seguida por Marina Silva.

Confirmando que é a mesma política do imperialismo, há duas semanas, no dia 14, foi publicada uma matéria no site da think tank Global Americans, reivindicando justamente isto: que a Petrobrás deixe a exploração de petróleo de lado, e vire uma empresa de “energia verde”.

Antes de adentrar na matéria, relembremos que a Global Americans atua, dentre outras funções, como veículo de difusão das posições do National Endowment for Democracy (NED), organização criada a década de 80 pelo reacionário Ronald Reagan, para promover a “democracia”, ou seja, a ditadura do imperialismo mundo afora. O NED foi criado para fazer abertamente o que a CIA fazia às escondidas. Em outras palavras, nada mais é do que a própria CIA se apresentando com uma fachada pseudo-civilizada.

A mesma a Global Americans que tem como um de seus parceiros o IREE (Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa), instituto pertencente a Walfrido Warde, ao qual Guilherme Boulos foi colunista habitual, e que tem em seus quadros figuras centrais no golpe de Estado de 2016, tais como Raul Jungmann, Sergio Etchegoyen, Leandro Daiello.

Instituto que paga Boulos é ligado ao governo dos EUA e golpes na América Latina

Exato. A matéria propondo que a Petrobrás abandone da exploração e produção de petróleo foi publicada por essa Global Americans. Ou seja, é a mesma posição do NED (CIA).

E o que é dito na matéria?

Conforme seus redatores, dentre eles uma brasileira, a Petrobrás tem que mudar seu ramo de atuação, afastando-se da exploração do petróleo em direção a uma transição verde. E que esse processo deveria ser acelerado:

“Se lula pretende realizar seu compromisso ambicioso (de capitanear a transição energética no mundo), ao mesmo tempo em que concilia os ambientalistas e os trabalhadores, a Petrobrás deve promover uma mudança nas novas perfurações (em busca de petróleo) no sentido de aprofundar suas iniciativa em direção a uma transição verde […] A Petrobrás precisa agir mais rápido […]”

Reclama que pouco dinheiro é destinado à “energia de baixo carbono”, se comparado ao montante destinado è exploração de petróleo e gás:

“O plano estratégico 2023 – 2027 da Petrobras está alinhado com as recomendações da Força Tarefa para Relatórios Financeiros Relacionados ao Clima (TCFD) e busca aumentar o investimento em fontes renováveis de energia, como eólica e solar. No entanto, no referido plano, a empresa destina apenas seis por cento (US$4,4 bilhões) à energia de baixo carbono e 83 por cento (US$65 bilhões) aos seus empreendimentos de exploração de petróleo e gás”.

Manipulando a realidade com dados descontextualizados, diz que a Petrobrás teria incentivos econômicos para deixar de lado o petróleo. Nesse sentido, a think tank diz:

“Atualmente, o Brasil possui apenas 12 anos de reservas conhecidas de petróleo e gás e, segundo dados da S&P Capital IQ, a rentabilidade da Petrobras deverá diminuir 33% entre 2022 e 2025. Prevê-se que o preço do petróleo bruto Brent diminua 18% de agosto de 2023 a julho de 2028. Prevê-se que a taxa de crescimento do consumo de petróleo e gás do Brasil diminua de 4,9 por cento para 1,1 por cento entre 2023 e 2032. Portanto, os planos estratégicos atuais e futuros da Petrobras devem se concentrar mais em energia renovável, que tem um potencial de crescimento positivo e ajuda o Brasil a cumprir seus compromissos do Acordo de Paris”.

Vê-se que o imperialismo, ao fazer a propaganda mentirosa de que a exploração do petróleo não é mais um negócio vantajoso para o país, podendo a Petrobrás ser uma indutora de grande crescimento econômico, deixa de mencionar as estimativas de que o Brasil possuiria as maiores reservas de petróleo do mundo. A manobra é clara: o imperialismo quer que o Brasil deixe essas reservas intocadas, que as deixei para serem exploradas pelos monopólios imperialistas do petróleo, quando as condições estiverem dadas para uma maior intervenção imperialista no país.

Mas não é só. a fachada da CIA também propõe que a Petrobrás repense “seus investimentos de capital”. De que forma? Revisando a Lei dos Royalties, criando uma nova categoria para a distribuição social de royalties da produção de energia verde. Em outras palavras, que precarize ainda mais as áreas destinatárias dos royalties (por exemplo, a educação e a saúde). Afinal, a tal “energia verde” não é nem de perto tão lucrativa quanto o mercado do petróleo.

Vejamos o que diz a Global Americans:  

“Em 2012, o Congresso brasileiro implementou uma Lei dos Royalties que obriga a Petrobrás a contribuir com os royalties da exploração do Pré-Sal para a saúde e a educação, estabelecendo firmemente que a empresa tem um papel definido na sociedade brasileira. […] O Congresso do Brasil revisou a Lei dos Royalties em 2013 para fornecer dinheiro de royalties socialmente orientado para estados não produtores de petróleo. Combinando o espírito dessa revisão com a necessidade de incentivar a adesão social à transição, o Congresso deve rever novamente a lei para criar uma nova categoria de royalties para a distribuição social de royalties da produção de energia verde”.

Ao fim da matéria, as intenções do imperialismo são reafirmadas. A Petrobrás deve contribuir para que o Brasil se torne liderança da “descarbonização”. Em outras palavras, deve deixar de lado a exploração do petróleo nacional.

“Dado o alto perfil da Petrobras no setor de energia, com experiência comprovada em tecnologias de baixa emissão de carbono, como energia hidrelétrica e biocombustível, tomar as medidas discutidas poderia garantir ao Brasil uma liderança hemisférica em energia verde e nas transições de descarbonização. Essas atividades estabelecerão a Petrobras como um agente energético e ambiental vital e manterão o papel da empresa como contribuinte para o bem social, ajudando o país a atingir seus compromissos de NDC”.

Vê-se, então, a que vem a política ambientalista: impedir que o Brasil explore as reservas nacionais de petróleo, e que esse recurso energético seja deixado apenas para os monopólios imperialistas. O ambientalismo é uma mascara para esconder o fato de que o imperialismo enfrenta uma grande crise energética em razão de sua aventura militar fracassada na Rússia e do enfraquecimento de sua ditadura sobre Oriente Médio, situação que o obriga a concentrar seus esforços na América Latina, em especial no Brasil, a fim tomar de assalto nosso petróleo e demais riquezas naturais que seja encontradas no território brasileiro, em especial na Amazônia.

Giro de notícias - Análise Internacional, com Rui C. Pimenta e Robinson Farinazzo nº 160 - 24/7/23

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