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Privatização

Chile e Brasil: Enel vira fábrica de revoltas populares

No dia 7 de novembro, populares da cidade de São Paulo fecharam a Avenida Giovanni Gronchi em protesto contra a suspensão do fornecimento de energia elétrica

No dia 7 de novembro, populares da cidade de São Paulo fecharam a Avenida Giovanni Gronchi em protesto contra a suspensão do fornecimento de energia elétrica. Durante o protesto, os manifestantes atearam fogo em vários objetos.

Um policial militar que estava no local para reprimir o protesto foi baleado na perna. Segundo nota da Polícia Militar, havia manifestantes com coquetéis molotov.

Em todo o Estado de São Paulo, cerca de duas milhões de pessoas ficaram sem energia após as chuvas registradas no dia 3 de novembro. Apenas na capital, 1,5 milhões ficaram no escuro. No dia do protesto, ao menos 200 mil casas ainda estavam sem energia.

No mesmo dia, outro protesto foi registrado em um trecho da Rodovia Raposo Tavares. O bloqueio ocorreu no km 32, altura do bairro Jardim Cotia, onde os moradores também estão sem luz.

Já são cinco dias sem energia elétrica. Até o momento, a Enel, companhia italiana responsável pela transmissão, não estabeleceu um prazo definido para o retorno da luz às casas. No final de semana, os representantes da empresa haviam prometido a normalização do serviço justamente até o dia 7. No entanto, mesmo após os protestos, o presidente da empresa não confirmou até quando garantiria o retorno da transmissão.

A situação como um todo – não apenas a falta de energia, mas também a aparente falta de iniciativa para reestabelecer a transmissão e amparar as vítimas da Enel – já está causando revoltas. Em um único dia, foram dois protestos, sendo que um deles apresentou um grau de radicalização acima da média.

O interrompimento de serviços básicos ou o seu sucateamento sempre foram combustível para revoltas populares. Há não muito tempo, a mesma Enel foi alvo da fúria de manifestantes não do Brasil, mas do Chile.

O ano era 2019. O Chile passava por um processo de mobilização profundo, de características revolucionárias. Era uma rebelião contra a política neoliberal, que empreendeu experiências tão chocantes no país que acabou por causar um alto índice de suicídio de idosos.

Durante as mobilizações, os manifestantes decidiram tocar fogo na Enel, que havia imposto um aumento de 15% nas tarifas naquele ano.

O caráter insurrecional da mobilização chilena estava no fato de que a população, de tão esmagada e maltratada pelos capitalistas, passou por cima da inação dos partidos reformistas e saiu às ruas. O caso de São Paulo também mostrou a mesma tendência.

Na manhã do dia 7, antes dos protestos populares, um grupo do MTST organizou um protesto de poucas dezenas de pessoas na frente da Enel. Uma organização com milhares de pessoas em sua base e cujo principal dirigente é hoje deputado federal – Guilherme Boulos (PSOL) – organizar, diante da situação, um protesto “simbólico”, em vez de organizar um grande ato público é uma vergonha. Assim como é vergonhoso que o protesto sequer proponha a reestatização da Enel.

O fato de que a própria população teve de se mobilizar, e inclusive tenha causado muito mais impacto que o MTST, mostra bem que a fúria que a Enel está causando na população.

A revolta contra a Enel também é uma lição aos que hoje tanto falam em “terrorismo”. A reação violenta da população, seja de armas na mão, como na Palestina, seja ateando fogo, como no Chile e no Brasil, não passa da reação à violência promovida pelos capitalistas e não apenas é legítima, como deve ser apoiada.

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