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Ricardo Machado

É dirigente do Sindicato dos Bancários de Brasília e ex-dirigente da CUT-DF. Integra a Coordenação dos Comitês de Luta do DF e faz parte da Direção Nacional do Partido da Causa Operária (PCO)

Desemprego

Categoria bancária sofre com a política de demissão em massa

Somente os cinco maiores bancos do País, do ano do golpe de Estado de 2016 até o ano de 2021, demitiram 50.243 trabalhadores

Em levantamento realizado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) baseado na Análise do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, informa que durante todo o ano de 2022, ocorreram na categoria bancária 38.126 admissões e 35.299 demissões, ou seja, houve um saldo positivo de 4.716 postos de trabalho.

A princípio, para aqueles mais desavisados, pareceria que os banqueiros, a camada da economia mais parasitária da sociedade, estaria adotando uma nova política de emprego, aumentando o número de seus funcionários.

Mas, tal apreciação é um ledo engano. Primeiramente, cabe ressaltar que, as tais “novas” admissões são uma jogada, já muito tempo manjada dos banqueiros, para aumentarem os seus lucros através da superexploração dos trabalhadores, através das demissões dos bancários mais antigos, com um salário um pouco melhor, para admitir novos funcionários com os salários rebaixados.

No mesmo estudo do Dieese mostra que o “salário médio de um bancário admitido em dezembro de 2022 foi de R$ 4.860,04, enquanto o do desligado foi de R$ 6.851,49, isto é, o salário médio do admitido correspondeu a 70,9% do desligado”. (Dieese, pesquisa do Emprego Bancário número 19 – fevereiro/2023)

Outro fator, extremamente grave na categoria, e que pouco se fala, é o número assustador de fechamento de postos de trabalho bancário, que é escondido pela imprensa golpista, que come na mão desses banqueiros sanguessugas da população.

Somente os cinco maiores bancos do País (Itaú/Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander), do ano do golpe de Estado de 2016 até o ano de 2021, jogaram no olho da rua nada menos do que 50.243 trabalhadores. Ou seja, uma categoria que no ano de 2016 contava com 439.422 bancários, em 2021 chegava a apenas 389.179.

Os números, apresentados pelo Dieese, não deixam margem de dúvidas que os banqueiros nacionais e internacionais foram um dos grandes financiadores do golpe de Estado de 2016.

Já no governo do golpista Michel Temer, a Lei das Terceirizações foi imediatamente aprovada no, também golpista, reacionário Congresso Nacional, o que levou os banqueiros adotarem uma nova estratégia em relação a contratações de funcionários, para exercerem as suas atividades bancárias. “No que se refere ao emprego no Ramo Financeiro, excluindo a categoria bancária, verifica-se geração 35.108 postos de trabalho durante todo o ano de 2022, ainda que no mês de dezembro foram fechadas 835 vagas” e continua “importante esclarecer que empregos tipicamente bancários podem estar alocados em atividades econômicas não abrangidas pelo Ramo Financeiro, tal fato é comum em empresas terceirizadas que possuem atividades genéricas com difícil compreensão de representatividade sindical”. (idem)

Um dos golpes aplicados pelos banqueiros para aumentarem os seus já fabulosos lucros, é o que já vem acontecendo com vários bancos, em criar uma nova empresa, vinculada ao próprio banco, mas com um CNPJ novo, e transferir setores inteiros do banco para esse CNPJ, passando os bancários, compulsoriamente, a serem trabalhadores terceirizados. Sendo assim, os banqueiros encontraram uma forma jurídica e política para atacar, ao mesmo tempo, o valor da força de trabalho e a organização sindical dos trabalhadores.

É preciso que as organizações sindicais dos trabalhadores bancários, conjuntamente com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), urgentemente, organizem uma gigantesca mobilização contra a política de demissão em massa dos bancários.

Ter como ponto fundamental a luta contra as terceirizações e derrubar a famigerada Lei, promulgada pelos representantes diretos dos banqueiros nas instituições do Estado, cuja única função foi atacar os direitos dos trabalhadores para beneficiar os lucros desse setor mais parasita da economia nacional.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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