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Caso das joias de Bolsonaro tende a terminar em pizza

Ao contrário das expectativas de parte da esquerda, o ano mudou mas o sistema político segue funcionando como sempre e os crimes da direita seguem sendo acobertados.

Veio à tona recentemente a tentativa frustrada de Bolsonaro de trazer ilegalmente para o Brasil joias presenteadas pelo governo da Arábia Saudita em 2021. Estimadas em cerca de R$ 16,5 milhões, as joias entraram no país sob a responsabilidade do almirante de esquadra Bento Albuquerque, então Ministro de Minas e Energia do governo Bolsonaro e representante dele na comitiva que esteve em Riad. O mesmo inclusive admitiu que se tratava de um presente dos sauditas para a esposa do ex-presidente.

A denúncia foi associada à venda da refinaria Landulpho Alves, renomeada Mararipe, ao fundo de investimentos Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos. Parte da esquerda, como tem se tornado costume, transformou o escândalo de corrupção em piada para as redes sociais, como se essa estratégia estivesse dando certo desde o golpe eleitoral de 2018. Outra parte, segue com uma fé cega nas “instituições democráticas”, como o Tribunal de Contas da União (TCU) ou o Congresso Nacional.

No TCU, o processo caiu na mão do ministro Augusto Nardes, um bolsonarista que recentemente ficou exposto em vazamento de áudio onde se manifestava positivamente às manifestações contra Lula que ocorreram em frente a vários quartéis militares. Num trecho do áudio, cuja autoria foi assumida pelo próprio, ele afirma que “somos hoje uma sociedade conservadora, que não aceita as mudanças que estão sendo impostas e que despertou”. Nada menos do que mais um político que iniciou sua carreira no partido titular da ditadura militar, o ARENA.

A decisão do TCU mais recente determina a entrega tanto das joias recebidas da Arábia Saudita quanto armas customizadas recebidas em 2019 dos Emirados Árabes Unidos para a Secretaria-Geral da Presidência. Dias antes, o órgão havia permitido que Bolsonaro mantivesse a guarda dos itens, desde que não os utilizasse ou vendesse. Por trás de uma série de tecnicalidades, o TCU procura passar um pano para Bolsonaro regularizando a situação dos presentes ao caminhar para sua incorporação ao patrimônio público. Fossem doadas e declaradas como presentes ao país, sua entrada no país seria legal, no entanto, o que se tentou fazer foi driblar a receita federal para engordar ainda mais os cofres da família Bolsonaro.

Importante lembrar que o mesmo TCU e o mesmo Augusto tiveram seu papel no golpe de Estado contra o governo Dilma Rousseff. Em 2015, o ministro foi relator do processo que analisou as contas presidenciais de 2014 e que terminou por emitir um parecer desfavorável. Em sintonia com a movimentação golpista, o relator do processo já havia manifestado publicamente sua intenção de rejeitar as contas presidenciais de Dilma antes mesmo da análise do processo. Assim funcionam as sagradas “instituições democráticas”, essa burocracia controlada pela burguesia para impedir qualquer progresso político no país.

Mas o TCU não é o único depositário dessa fé no sistema político burgues. A base do governo do PT vem tentando aprovar a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar e tomar providências diante do caso das joias trazidas ilegalmente ao país. O problema é que das 171 assinaturas necessárias, o governo só conseguiu 87. Isso quando a federação PT-PCdoB-PV conta com 80 deputados e a federação PSOL-Rede tem 14. O PSB do vice-presidente Alckmin conta com outros 14. Enquanto sobram ataques a Bolsonaro inclusive na imprensa golpista, seria de se esperar que até parlamentares da direita apoiassem a CPI, mas nem na suposta base aliada o governo tem encontrado um apoio sólido.

Ao contrário da fantasia alimentada por setores da esquerda durante as eleições, a situação de Bolsonaro no país mudou muito pouco. Não faltaram charges e memes que davam como certo que o ex-presidente amargaria em alguma detenção logo no começo desse “novo tempo” que seria inaugurado com a posse de Lula. Assim como aconteceu com os inúmeros escândalos de corrupção que vieram à tona durante o governo Bolsonaro, esse caso das joias vem se encaminhando para um desfecho muito similar e tende a terminar em pizza.

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