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Casagrande virou um padre

Casagrande, o novo fiscal dos bons costumes do futebol

Walter Casagrande virou o comentarista mais chato da imprensa 'especializada' em futebol. Sua nova atribuição é ser fiscal da vida dos jogadores

fiscal

Walter Casagrande se tornou a polícia de costumes do futebol brasileiro. Não bastou sua perseguição aos jogadores da Seleção Brasileira, no ano passado, na Copa do Catar, agora sua patrulha atingiu o time do Flamengo. A desculpa é a de sempre, brasileiro é malandro, quer dizer, ‘celebridade’. Embora tenha mudado o nome, o sentido é o mesmo.

Segundo o ex-jogador: “Os jogadores brasileiros estão divididos entre ser celebridade e ser jogador de futebol, os jogadores europeus não têm essa divisão, os caras são profissionais do futebol, não tem distração. Você olha os jogadores do Real como entraram em campo, não falaram nada antes, nada depois, sem muita rede social, sem muita postagem de coisa pessoal ou sem ser ligada ao futebol. Os jogadores brasileiros, não, estão perdendo o foco em relação às redes sociais”.

Ora, o futebol europeu não foi essa maravilha na Copa. A Itália, por exemplo, sequer se classificou. A Alemanha, grande ‘bicho-papão’, pelo menos para os comentaristas da grande imprensa no Brasil, não conseguiu passar para a fase de grupos. A Espanha, com seu futebol super burocrático, com jogadores super bem comportados dentro e fora do campo, com tudo certinho, de acordo com o ‘esquema tático’, foi outra que desapontou.

A arbitragem não decepcionou, no jogo do Brasil contra a Croácia tivemos árbitro e integrante do VAR diretamente interessados no resultado da partida. Ou seja, que o Brasil ficasse de fora da final. Mas, claro, vão nos acusar de adeptos da ‘teoria da conspiração’.

A tese de Casagrande sobre os jogadores europeus não se sustenta. O mundo real é bem diferente. O jogador Belletti, que jogou no São Paulo, Seleção Brasileira e no Barcelona, afirmou em um programa sobre futebol, sem citar nomes, que presenciou jogadores muito famosos se apresentarem no treino muito alcoolizados. É muito provável que Casagrande esteja apenas fantasiando um ‘jogador europeu’ que na realidade não existe, mas serve para atacar os jogadores brasileiros,

Soberba?

Segundo a matéria do UOL, para Casagrande, além de viver uma crise técnica, o futebol brasileiro hoje carrega certa soberba em relação a adversários supostamente inferiores. Ele destacou que o esporte de alto rendimento demanda 100% de foco”. Se nosso futebol vive uma crise técnica, por que continua a ser o maior celeiro mundial de craques?

E o comentarista segue em sua crítica Você vai jogar um jogo grande, nos dois dias anteriores você tem que estar focado no que vai fazer, porque o adversário vai estar focado no que vai fazer. Se entra com menos foco, iguala. Nós estamos perdendo nisso na maioria das vezes, não entramos focamos e os outros países evoluíram e continuam focados, principalmente quando jogam contra time brasileiro e a seleção.

Essa questão do foco nós já discutimos aqui no DCO, e se tem uma coisa que tira o foco dos nossos jogadores são justamente os críticos como Casagrande que ficam criando intrigas, fazem críticas desnecessárias e muitas vezes maliciosas. Neymar, por exemplo, é claramente perseguido. Como um jogador pode ficar focado se a imprensa brasileira “especializada” é a primeira a atrapalhar.

Misturam o jogador Neymar com a pessoa. E, pergunta-se, quais são essas coisas tão reprováveis que faz o jogador? O técnico Muricy Ramalho, por exemplo, que o treinou no Santos, disse que Neymar é ‘diferenciado’. Que era o primeiro a chegar para o treino e o último a sair; disse que o jogador tratava com carinho todos os funcionários do clube, sem se importar com a função que a pessoa exercia e que por isso era adorado na Vila Belmiro. Um quadro bem diferente do demônio que pintam.

Na imprensa brasileira, gostam de tratar Neymar como sonegador. Ora, o jogador foi absolvido. Enquanto isso, Lionel Messi, que comentaristas ‘especializados’ querem fazer maior que Pelé, foi condenado em 2017 por sonegação, trocou a pena por uma multa milionária. E isso nunca é lembrado pelos ‘comentaristas’. Não que estejamos de acordo que alguém deva ser perseguido por ter esse tipo de problema com o fisco. Serve apenas como reflexão, para que se pense do porquê dessa diferença de tratamento.

Técnico estrangeiro

Voltando à questão do Flamengo, a matéria do UOL aproveitou para falar de Jorge Jesus, ex-técnico do Flamengo, que está na Turquia, no Fenerbahce, que não renovará e que teria sinalizado à CBF que “toparia assumir a seleção brasileira, mas ao mesmo tempo mantém viva a chama de um possível retorno ao clube onde virou ídolo”.

Essa é uma outra campanha da grande imprensa vendida. Além da campanha contra nossos jogadores, há uma grande campanha para se entregar a Seleção para um técnico estrangeiro. Nesse caso, seria preciso explicar a derrota do Flamengo no Mundial. Ora, o técnico é português, portanto, deveria ser uma quase garantia de vitória.

Qual é a desculpa de Casagrande e demais capachos do futebol europeu? Se os brasileiros não sabem se viram celebridades ou se jogam futebol, qual seria a diferença de se colocar um técnico estrangeiro? Será que precisamos ser novamente colonizados?

Não tem lógica o que falam contra o futebol brasileiro que, se passa por uma crise, ela é reflexo da crise geral da nossa economia e do próprio capitalismo. Mas isso não é apenas aqui. E lembrando que temos milhares de jogadores espalhados pelo mundo.

Se os técnicos e jogadores estrangeiros são tão melhores, como explicar o fiasco na Copa do Mundo. Considerando ainda que a arbitragem costuma ser benevolente com os europeus. No jogo entre Marrocos vs França, o jogador marroquino sofreu um pênalti, recebeu um cartão amarelo por simulação e ainda o lance foi revertido em falta para a seleção francesa. E o VAR? Nada, ‘deixou para lá’.

Esse tipo de coisa não é só contra o Marrocos, a Seleção Brasileira tem que enfrentar a imprensa ‘especializada’, os times adversários, a arbitragem e agora o VAR. Para vencer uma Copa, o Brasil vai precisar mais do que ter técnico estrangeiro ou ‘foco’, vai precisar aprender a fazer mágica, pois a briga contra nosso futebol está bastante desleal.

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